Lugares e nomes conhecidos, história nem tanto

Por Fábio Reimão de Mello - 15/05/2013

A exemplo de outros lugares, andar pelas ruas de nossas cidades é deparar-se com inúmeros nomes que denominam os logradouros públicos, são ruas, avenidas, praças, largos e tantos outros que, como importantes locais de circulação de pessoas e veículos têm nomes amplamente conhecidos, nomes esses, que geralmente fazem referência a figuras ilustres ou fatos notáveis de nossa história.

Mas, apesar de espaços públicos possuir nomes comuns ao nosso dia-a-dia, muitas vezes esses nomes não são mais do que representações desses logradouros ou seja, muitas vezes não conseguimos relacionar os nomes às pessoas a que realmente fazem referência.

Assim, aproveitando um pouco o fator histórico dessas denominações e, dando como um passeio por nossas ruas, vejamos quem foram as personalidades que emprestam seu nome a alguns dos principais logradouros de Riomafra.

Começando nosso passeio, atravessamos a ponte Rodrigo Ajace de Rio Negro para Mafra e nos deparamos com um local de relevada importância histórica, onde foi erguida a Capela da Mata, viveu o Barão de Antonina, onde cruzes do Monge João Maria foram cravadas e que foi e é palco de demonstrações de fé do nosso povo, esse espaço, já há muito tempo transformado em praça, recebe o nome de Hercílio Luz, engenheiro, senador e governador do Estado de Santa Catarina.

Hercílio que esteve em Riomafra durante os combates ocorridos na Revolução Federalista em 1893, auxiliou na reconstrução da ponte sobre o rio da Várzea na divisa com a Lapa, permitindo o recuo das tropas legalistas até aquele município. Foi nesse episódio (a Revolução Federalista) que aliás estiveram aqui outras duas conhecidas personalidades catarinenses que, por coincidência ou não, eram primos, foram governadores do Estado e também denominam logradouros importantes  para quem segue em direção ao alto de Mafra:  Felipe Schmidt que empresta seu nome à principal via de da região da cidade e Lauro Muller, que já nominava o Largo ali existente que se tornou praça em 1949.

Contornando a praça, passamos pela rua Tenente Ary Rauen, um dos nossos mais célebres combatentes da Força Expedicionária Brasileira,  deixamos os governadores e passamos a encontrar denominações dirigidas à prefeitos, encontrando dessa forma a Avenida Frederico Heyse, que foi rua até 1979 e que até 1963 era chamada de rua Santa Catarina; passamos pela Prefeitura, o que é bem sugestivo, descemos pela rua Victorino Bacellar, 1° Superintendente Municipal, que assumiu o governo mafrense logo após a criação do município; circulamos por um trecho da avenida Marechal Floriano Peixoto, que só pra não esquecer, foi Presidente da República e, encontramos a Avenida Coronel José Severiano Maia, que assumiu a prefeitura com a Revolução de 1930.

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Retornando em nosso caminho, ultrapassamos a ponte metálica e seguimos pela rua XV de Novembro, nome que refere-se à data de emancipação política de Rio Negro e não à Proclamação da República; passamos pela praça que leva o nome de outro ilustre combatente da 2ª Guerra Mundial, o Sargento Max Wolff Filho; passando na sequencia pela esquina com a rua Comendador Franco, 1° presidente da Câmara de Vereadores de Rio Negro.

Então descemos a rua Dr. Vicente Machado, promotor e político, que foi governador do Paraná na época da Revolução Federalista, tendo, naquela ocasião, transferido a capital do Estado para a cidade de Castro, devido a ocupação de Curitiba pelas tropas Maragatas; terminando nosso passeio com a chegada à praça  João Pessoa (que foi governador da Paraíba!?), onde e encontramos um busto de Manoel Ribas, interventor do Paraná após o golpe de estado que levou Getúlio Vargas ao poder em 1930. Interventor que esteve, ainda durante o exercício do cargo, presente na inauguração de seu próprio busto.

Esses e muitos outros nomes pelos quais nossos logradouros são conhecidos servem, de certa forma, como meios de preservação da memória das cidades, apresentando (de forma superficial é claro) à população tanto pessoas e fatos que foram importantes na história do município, quanto permitindo uma leitura do contexto local nos quais esses nomes foram escolhidos para representar nossos espaços públicos.

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