Parque Ecoturístico Municipal São Luís de Tolosa

Seminário e “Collegio Seraphico”

O “Seminário” tem suas origens em Blumenau (SC). Lá funcionava o Collegio Seraphico Santo Antonio, fundado por padres franciscanos vindos em 1891 da Província Santa Cruz, Saxônia, Alemanha. O espaço da edificação em Blumenau, considerado acanhado, a temperatura elevada da cidade bem como a dificuldade de instalar um instituto mais moderno em seu local de origem foi à cauda apontada para a busca de outra cidade que abrigasse a grande procura pelos estudos primários e secundários do Collegio Seraphico.

Por apresentar cruzamento de linhas férreas, facilitando a comunicação pretendida com vários pontos do país, além da amenidade do clima, a cidade de Rio Negro (PR) foi escolhida para a instalação de outro estabelecimento, maior e mais moderno que o de Blumenau.

O terreno para a construção do seminário foi adquirido de Pedro Hering em 1917. O ano de 1918 marca o início das obras e, em 1923, se fazia a mudança, com o início das aulas, em 3 de fevereiro, para os mais de cem aluno vindos de Blumenau, outros estados do Brasil e da Alemanha.

A edificação principal é constituída de um frente central entre duas alas, com três torres e quatro pavimentos totalizando 8.529,85m2 de área construída.

O prédio, moderno para a época era composto de subsolo, onde eram guardados os materiais perecíveis, como carne, trigo, alimentos em geral e o vinho devido à temperatura amena, no porão. No pavimento térreo, funcionava a administração, as salas de aula, ala de ginástica, capela, teatro, refeitórios e a cozinha. No primeiro pavimento ficavam: museu, biblioteca alguns quartos para os párocos e algumas salas de aula. O segundo pavimento era destinado aos alunos, onde continham os dormitórios, os lavatórios e as salas para estudos de músico. Já no terceiro piso, mais quartos e o espaço destinado à clausura.

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Os alunos eram divididos em duas classes primarias, curso secundário, estudo de línguas (latina e grega), literatura universal, portuguesa, brasileira e alemã. Existiam aulas de ginástica, incluindo a “sueca”, com aparelhos e picadeiro para exercícios equestres. Neste ambiente os alunos se preparavam para o Sacerdócio na Ordem Franciscana.

Junto ao Collegio Seraphico, funcionava o convento de São Luis de Tolosa, abrigava os Frades-sacertodes e irmãos leigos, que estavam a serviço do seminário.

As festas tradicionais promovidas pelos Seminaristas era de beleza indescritível, entre elas se destacavam a Festa de Cristo Rei, onde faziam procissão até a Gruta e todo o caminho era realizado com o canto gregoriano. Outra festa anual era de aniversário, realizada no dia 19 de agosto, dia de São Luís de Tolosa.

Durante o funcionamento do Seminário, mais construções foram se agregando a ele, como a oficina que fica atrás do bloco central e onde funcionava a lavanderia, padaria e oficina. Mais afastado, quase na base da colina, situa-se a Casa Branca onde se hospedavam os pais de internos que visitavam os filhos, ficando a uma distancia razoável sem interferir no cotidiano dos internos. Realizaram uma barragem, formando assim tanques para elevar a água até o topo da colina. Na margem do rio Passa Três, eles construíram uma espécie de banheiras para lazer dos internos, onde nos dias quentes estes tinham permissão de se refrescarem. Estas banheiras receberam pela comunidade a denominação de “Banheiras dos Padres”.

O pomar e a horta eram muitos bem cuidados pelos seminaristas e possuíam uma diversidade impressionante de produtos alimentícios, além da criação de pequenos animais, principalmente frangos.

O Collegio Seraphico escreveu sua história enquanto seminário franciscano até a década de setenta, quando encerrou as atividades.

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Pelo seminário passaram ilustres personalidades, tais como:

– D. Frei Evaristo Arns, Arcebispo emérito de São Paulo (Forquilhinha, 14 de setembro de 1921);
– Frei Quirino Schmitz, bispo de Teófilo Otoni (Gaspar, 22 de novembro de 1918 – Teófilo Otoni, 20 de julho de 2007);- D. Frei Henrique Müller, bispo de Joaçaba (Peritiba, 22 de agosto de 1922 – 26 de maio de 2000);
– D. Frei Osório Stoffel, bispo de Rondonópolis (Luzerna, Município de Joaçaba, 07 de julho de 1921- Rondonópolis, 10 de maio de 2002);
– D. Frei Pascácio Rittler, bispo de Bacanal;
– D. Frei Constantino Koser, doutor em teologia pela Universidade de Friburgo, Alemanha, que exerceu o cargo de Ministro Geral da Ordem Franciscana em Roma (Curitiba, 09 de maio de 1918 – Petrópolis, 09 de dezembro de 2000);
– Leonardo Boff, doutor em teologia pela Universidade de Munique, um dos maiores teólogos da atualidade, pai da Teologia da Libertação, (Concórdia, 14 de dezembro de 1938);

Freis que estudaram no seminário seráfico e foram párocos em Rio Negro:

– Frei Eraldo;
– Frei Simão;
– Frei Francisco;
– Frei Clímaco;
– Frei Ivo;
– Frei Humberto;
– Frei Benjamin e outros.

SITUAÇÃO JURÍDICA DO IMÓVEL:

Tombamento: Através do Decreto Municipal nº 17/78 pelo Prefeito José Müller, em 31/07/78.

Desapropriação: Pelo Decreto nº 08/86, por utilidade pública, em 26 de maio de 1986, pelo Prefeito Alceu Antônio Swarowski. Transformada em desapropriação amigável de transação judicial em 23/10/96 na gestão do Prefeito Alceu Ricardo Swarowski, mediante indenização final de R$500.000,00.

Disposições transitórias da lei orgânica do município:

Art. 2º – O Seminário Seráfico “São Luis de Tolosa” é considerado Patrimônio Histórico e Cultural do Município, devendo ser preservado e utilizado em benefício de toda a sociedade.

Área de relevante interesse ecológico: Pelo Decreto nº 16/94 de 11 de março de 1994, pelo Prefeito Alceu Ricardo Swarowski.

Parque Ecoturístico Municipal “São Luis de Tolosa”: Em 12 de novembro de 1995 cria-se o Parque Ecoturístico Municipal São Luis de Tolosa, oferecendo vários atrativos turísticos, tanto históricos culturais, quanto ambientais.

Prefeitura: O prédio restaurado passou a abrigar oficialmente a Prefeitura Municipal de Rio Negro em 1999.

NORMAS DE VISITAÇÃO DO PARQUE:

O Parque é uma área ambiental protegida onde existe um importante fragmento de floresta com araucária, o ecossistema mais ameaçado do Brasil. Os cuidados relacionados abaixo são importantes para a preservação e estão previstos na lei que aprova o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e na Lei de Crimes Ambientais:

– Não colete folhas, frutos, galhos ou qualquer outra parte das plantas, mesmo o que está no chão;

– No inverno as pinhas dos pinheiros desfolham e muitos pinhões ficam pelo chão, muitos animais dependem exclusivamente do pinhão para se alimentar. Além disso, roedores como a cotia e o serelepe costumam enterrar os pinhões, colaborando com a regeneração dos pinheiros. Assim, é expressamente proibida a coleta do pinhão;

– Não fume quando estiver caminhando nas trilhas;

– Não leve para a trilha alimento sou bebidas;

– Não é permitida a entrada com animais domésticos;

– Não perturbe os animais do Parque;

– Não se afaste das trilhas, permaneça sempre junto ao grupo;

– Não fazer fogo;

– De terça-feira a sexta-feira o Parque é aberto das 8h às 17h; nos sábados, domingos e feriados aberto das 9h às 17h. Na segunda-feira o Parque não é aberto ao público, exceto quando o dia for feriado. Durante o horário brasileiro de verão, nos sábados, domingos e feriados o Parque fecha às 18h;

– Veículos devem permanecer no estacionamento.

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:

De terça-feira a sexta-feira o Parque é aberto das 8h às 17h; nos sábados, domingos e feriados aberto das 9h às 17h. Na segunda-feira o Parque não é aberto ao público, exceto quando o dia for feriado.

O parque fica localizado na Rua Juvenal Ferreira Pinto, nº 2070, bairro Seminário em Rio Negro-PR.

* Com informações da Prefeitura Municipal

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