Campo do Tenente é o maior reduto do tráfico do crack do Paraná

Por Gazeta de Quitandinha e Campo do Tenente - 29/06/2017

Após ser apontada pelo Observatório do Crack como uma cidade com grande número de dependentes de entorpecentes, a Prefeitura de Campo do Tenente, se pronunciou sobre o fato do município ser considerado o maior reduto do tráfico do crack no Paraná afirmando que está atenta ao crescente problema social. Campo do Tenente fica cerca de 18km de Rio Negro, o qual é fronteira com o estado de Santa Catarina.

O Observatório do Crack, portal ligado à Confederação Nacional dos Municípios (CNM), revelou que o entorpecente está cada vez mais disseminado em pequenas cidades e áreas rurais, apontando o nível dos problemas relacionados ao consumo de crack. Na região, a grande maioria dos municípios que compõem o suleste paranaense apresenta nível médio, no entanto, Campo do Tenente é o único município onde este índice chega a escala ‘alta’ e a ‘cracolândia’ está localizada nas periferias do município. Muitos adultos e crianças utilizando a droga, com um cachimbo na mão podem ser vistas andando pelas ruas de Campo do Tenente ao amanhecer e ao anoitecer, perambulando como ‘zumbis’.

A Prefeitura diz que faz a sua parte ao oferecer auxílio às famílias e dependentes químicos. Campo do Tenente tem um Comitê Gestor Inter Setorial Municipal de Saúde Mental. A regra é convencer os drogados a aceitarem tratamento voluntário e fortalecer as famílias a reverem seus medos e manter esses viciados no convívio familiar, evitando que eles fiquem nas ruas em aglomerados. Os usuários de crack do Campo do Tenente buscam residências sem dono, há arrombamentos e eles acabam ocupando casas e lá se drogam e praticam a venda também.

O psicólogo e presidente do comitê, Gilson Antonio Arruda, diz que Campo do Tenente já avançou na ação de conscientizar o drogado em aceitar tratamento.

– Já conseguimos convênio com uma clínica e atendimento psiquiátrico para os dependentes, afirmou Gilson Arruda, à imprensa do Paraná.

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O TRÁFICO

De acordo com o delegado da Polícia Civil da Lapa, Vinicius Fernandes Maciel, o crack é facilmente encontrado na região, mas Campo do Tenente há maior facilidade até mesmo devido a poucos policiais para fazerem a segurança preventiva. O combate as drogas no município, a investigação policial para prender os traficantes, praticamente não existe.

– Esta droga é mais utilizada por usuários de classe baixa, com pedras sendo encontradas ao valor de R$ 10,00. O uso dela provoca alucinações e o efeito passa rápido, por isso, em uma noite, a pessoa utiliza facilmente cerca de 10 pedras, analisa Vinicius. O crack é classificado como altamente perigoso e de vício rápido.

– Os efeitos colaterais são severos, sendo que a fisionomia da pessoa que usa esta droga muda muito, onde naturalmente haverá emagrecimento e perda de sono, explica o delegado.

– Faltam profissionais para que haja uma investigação mais intensa. Somado a isso, está a lei que é branda com o viciado e falha, sendo que quando um usuário é pego ele não recebe punição alguma, no entanto, ele ajuda a financiar um sistema criminoso que atinge várias pessoas,

– O delegado Vinicius apela para que os pais fiscalizem os filhos e não deixem que eles experimentem qualquer tipo de droga e digam não a qualquer investida de traficantes e de ´supostos´ amigos que venham a oferecer o crack.

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– As drogas não escolhem classe social e nem faixa etária. Se os responsáveis não estiverem próximos, certamente a criminalidade e as más companhias vão ganhando espaço. É necessário agir antes das coisas terem acontecido, concluiu Vinicius.

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