Crise econômica leva cerca de três milhões de brasileiros à pobreza

Por Gazeta de Riomafra - 17/02/2017

Meio milhão de famílias pedem para voltar a receber auxílio do Bolsa Família. Cenário é resultado da crise econômica, que contribuiu para aumento da parcela considerada pobre no Brasil

A crise econômica vivida pelo Brasil nos dois últimos anos e o crescente número de pessoas desempregadas foram os principais fatores que contribuíram para o aumento da parcela da população considerada pobre. De acordo com um estudo inédito do Banco Mundial, divulgado nesta segunda-feira (13) pelo jornal O Globo, entre 2,5 milhões a 3,6 milhões de pessoas consideradas acima da linha da pobreza em 2015 estarão abaixo desse patamar até o fim de 2017. A instituição internacional afirmou que essas pessoas, denominadas “novos pobres”, são, em sua maioria, adultos jovens, de áreas urbanas, com escolaridade média e que perderam cargos no mercado de trabalho formal.

Com o novo cenário, caso o governo queira minimizar o quadro de pobreza extrema – como o vivido em 2015 –, o investimento no Bolsa Família deverá ser orçado, no mínimo, em R$ 30,4 bilhões. Na pior conjuntura, esse valor subirá para R$ 31 bilhões. Apesar disso, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) direciona ao programa social apenas R$ 29,8 bilhões para 2017. As projeções do Banco Mundial para este ano são de que ao menos 810 mil famílias irão aderir ao programa social. O número máximo de novos beneficiários pode chegar a 1,1 milhão.

“Por meio de simulações, o relatório projetou a taxa de pobreza extrema no país, calculada em 3,4% em 2015, com e sem o incremento no Bolsa Família. Se o programa não aumentar, aponta o Banco Mundial, a proporção de brasileiros em situação de miséria subirá para 4,2% este ano no cenário otimista e para 4,6% no pessimista. Caso a cobertura seja ampliada, conforme recomendado, a taxa terá um leve crescimento para 3,5% e 3,6%, nos dois quadros econômicos traçados”, explica a reportagem da jornalista Renata Mariz.

Com otimismo, o Banco Mundial traçou um panorama em caso de recuperação da economia. Nesse quadro, o número de pessoas consideradas pobres no país em 2017 chega a 19,8 milhões. Dessas, 8,5 milhões estariam caracterizadas como extremamente pobres. Na previsão pessimista, que contabilizou mais um ciclo de recessão econômica, serão 20,9 milhões de pobres dos quais 9,4 milhões estarão em estado de miséria.

BOLSA FAMÍLIA

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O programa social também serviu de indicador para mensurar o aumento da população considerada pobre no Brasil. Em novo levantamento feito pelo O Globo, divulgado no último dia 12 (domingo), a reportagem alerta para o número de famílias que haviam saído do Bolsa Família e que precisaram reingressar no auxílio do governo. De acordo com os dados reproduzidos pelo jornal, 519.568 mil famílias solicitaram a reinclusão ao programa social em 2016. O número é 18,46% maior que o contabilizado em 2015, quando 423.668 famílias retornaram ao benefício.

“Os dados gerais, sem distinção entre quem já foi ou não beneficiário do programa, mostram que a demanda pelo Bolsa Família cresceu 33% nos dois últimos anos. Em 2015, 1,2 milhão de famílias foram habilitadas a receber o benefício por atender aos requisitos de baixa renda, ou 105 mil famílias por mês. Em 2016, a média mensal bateu 141 mil, totalizando 1,6 milhão de famílias cadastradas ao longo do ano”.

Em 2016, o programa social encerrou o ano com mais de 400 mil famílias na fila de espera. No início de 2017, o governo do presidente Michel Temer anunciou que conseguiu incluir todos que aguardavam o auxílio. Hoje, no saldo de habilitados no Bolsa Família existem 1,8 milhões de famílias.

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