Coisas importantes

por Douglas Julio Dias

De vez em quando gosto de parar com tudo para pensar. Neste dia faço projetos, acerto detalhes, aproveito para calcular resultados e comemorar as vitórias. Foi num dia desses e pensando no que realmente tinha valor na minha vida que cheguei numa conclusão que na teoria agente já sabe, alias todo mundo já sabe, mas que na prática as coisas não são bem assim que elas funcionam. Confesso que pensei sobre tudo mesmo, e para mim o mais importante de fato é a família. Lembrei de minha infância, no colo de minha mãe, brincando de futebol com meu pai, e das brigas com minha irmã, e do dia da minha formatura, tempo bom que não volta. Mais recentemente do dia do meu casamento, do abraço dos padrinhos, da lua de mel, do dia que nasceu minha filha. Quanta data importante para lembrar, foram muitas as lembranças, e por incrível que pareça, todas as datas importantes, estavam ligadas a minha família.

Então comecei a ver minha família por outro lado, e percebi como estava sendo ausente como pai, como esposo, como filho, como irmão…, e quase não acreditei nas minhas próprias atitudes. Se a família era minha base, se a minha família é o meu bem mais valioso, por que esqueço do dia de aniversário dos meus irmãos, ou de levar um presente em um dia qualquer para minha mãe, pelo simples fato de ser minha mãe, ou rosas para minha esposa, simplesmente porque ela é a mulher da minha vida. Ou apenas sair para caminhar com meu avô para contemplar a beleza da natureza e ouvir o canto dos pássaros? Conclui, e sinceramente acredito que você também faz não porque na prática agente vive numa imensa correria, que inicia toda segunda-feira da uma trégua na sábado mais continua tudo igual, os anos passam, agente envelhece, as força e a robustez da juventude termina, e a família que passamos a vida inteira dizendo ser o mais importante acaba ficando sempre em segundo plano.

Talvez isso explique, em partes, o desespero de algumas pessoas diante de uma tragédia ou de uma fatalidade envolvendo pessoas próximas. Cito, por exemplo, a história de um pai que conheci, ele passou a vida inteira da filha sem nunca lhe dar um abraço sequer, a filha morreu num acidente de carro, e no dia de seu enterro o pai quase foi “enterrado” vivo com a filha, pois não desgrudava do caixão. Isso ele deveria ter feito quando ela estava viva e pode parecer que não, mas o que existe de pessoas idênticas a esse pai, não está escrito. E para você o que lhe é prioridade?

Pense nisso!

* O autor é formado em teologia e marketing. Atua como jornalista e palestrante motivacional. Você pode comentar esta coluna no Twitter @douglasleitura