O estado intermediário dos mortos – Parte I

Por Laudelino Machado*
pr.laudelinomachado@hotmail.com  

Onde estão os mortos? Esta pergunta preocupa praticamente todas as religiões surgidas ao longo da historia da humanidade. Os gregos, por exemplo, diziam que os mortos iam para as “Ilhas dos Bem-aventurados”, onde ficavam aguardando o julgamento que seria levado a efeito por três representantes do Mundo subterrâneo. Se o morto tivesse feito boas obras durante a sua vida, e os juízes estabelecessem sua retidão, ele podia entrar nos caminhos Elíseos, um tipo de paraíso.

Outras religiões do mundo viam a habitação final dos mortos de maneira diferente. Os romanos, por exemplo, imaginavam a eternidade como um espelho desta vida. Para os mulçumanos, a morte traz recompensa e punição. Já os budistas dizem que as almas voltam a este mundo várias vezes, até que alcancem as bem-aventuranças eternas. Neste mundo de tantas religiões e de tanta confusão em matéria de fé, quem está certo? Para mim a resposta é simples: a verdade está revelada na Palavra de Deus, a Bíblia, e isso não deixa lugar para especulações de gente por mais bem intencionada que seja. A palavra de Deus afirma de maneira final como podemos ter vida eterna e feliz não apenas aqui, mas também no além (cf. II Tm 1. 9-10).

A imortalidade sempre foi um fato real, mas foi necessário que Cristo o trouxesse à luz para que soubéssemos o que ela é e como podemos obtê-la. Tendo palavra de Deus e a revelação de seu Filho Jesus Cristo, pelo que não precisamos ficar confundidos ou desencorajados a respeito do destino dos mortos. As bênçãos resultantes da vinda do Senhor Jesus a este mundo são incontáveis. Elas se relacionam com tudo que ao crente. Uma dessas bênçãos tem a ver com os filhos de Deus que já dormem ou vierem a dormir no Senhor. Na glória celestial ser-nos-ão reveladas e usufruídas inumeráveis outras bênçãos derivadas da vinda de Jesus aqui. Elas tem alcance ilimitado, aqui e na eternidade.

Para compreender os ensinos bíblicos sobre o lugar para onde vão os mortos, é necessário observar o texto original, do Antigo Testamento em hebraico e o Novo Testamento em grego. A palavra “Sheol”, no Antigo Testamento, equivale em sentido a “Hades”, do novo Testamento. Diferem na forma porque na primeira palavra é hebraica e a segunda é grega. Ambas designam o lugar para onde, nos tempos do antigo Testamento, iam todos após a morte: justos e injustos, havendo no entanto, nessa região dos mortos uma divisão para os justos e outra para os injustos, separados por um abismo intransponível. Todos estavam ali plenamente conscientes. O lugar dos justos era de felicidade, prazer e segurança. Era chamado “Seio de Abraão” e “Paraíso”. Já o lugar dos ímpios era descrito como um lugar medonho, cheio de dores, sofrimentos, estando todos lá plenamente conscientes. (Continua…)

 * Laudelino Machado é pastor titular da Igreja Metodista Wesleyana de Rio Negro