O estado intermediário dos mortos Parte II

No Novo testamento, há três palavras diferentes, no grego, que são traduzidas pela palavra “Inferno” em português. O inferno de Lucas 16.22,23, por exemplo, é tradução da palavra grega “Hades”. Por outro lado, o inferno de Mateus 23.33 é tradução do grego ‘Gehena”, enquanto que o inferno de 2 Pedro 2.4 é tradução  de “Tartaro”. Em cada versículo, o significado varia no original quanto ao lugar ocupado pelos espíritos dos mortos.

Depois da Ressurreição de Jesus
Antes de morrer por nós, Jesus prometeu que as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja (Mt. 16.18). Isto mostra que os fieis de Deus, a parti dos dias de Jesus, não mais descerão no Hades, isto é, a divisão reservada ali para os justos. O texto em apreço indica futuridade em relação à ocasião em que foi proferido por Jesus. A mudança ocorreu entre a morte e a ressurreição do Senhor, pois Ele disse ao ladrão arrependido: “hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Sobre o assunto, diz o apóstolo Paulo: “Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra?” (Ef 4.8,9).

Entende-se, pois, que Jesus ao ressuscitar levou para o céu os crentes do Antigo Testamento que estavam no “seio de Abraão”, conforte ele prometera em Mateus 16.18. Muitos desses crentes, Jesus os ressuscitou por ocasião da Sua morte, certamente para que se cumprisse o tipo prefigurado na festa das primícias (Lv 23.9,11), que profeticamente falava da ressurreição de Cristo (1Co 15.20,23). Nessa festa profética havia pluralidade(o texto bíblico fala de “molho” ou feixe). Logo, no seu cumprimento deveria haver também pluralidade. E houve, conforme vemos em Mateus 27.52,53. a obra redentora Jesus no Calvário afetou não só os vivos mas também os mortos que dormiam no senhor.

O apóstolo Paulo foi ao Paraíso, o qual está no terceiro céu (2 Co 12.1-4). Portanto, o Paraíso está agora lá em cima, imediata presença de Deus. Não em baixo, como dantes. A mesma coisa vê-se em Ap 6.9,10, onde as almas dos mártires da Grande Tribulação permanecem no céu, “debaixo do altar”, aguardando o fim da Grande Tribulação para ressuscitarem (Ap 20.4), e ingressarem no reino milenar de Cristo.

Os crentes que agora dormem no Senhor estão no céu, pois o Paraíso está agora ali, como um dos resultados da obra redentora do Senhor Jesus Cristo (2 Co 56.8). No momento do arrebatamento da Igreja, seus espíritos virão com Jesus, unir-se-ão a seus corpos ressurretos, e subirão com Cristo, já glorificados.

Por Laudelino Machado*
pr.laudelinomachado@hotmail.com 

* Laudelino Machado é pastor titular da Igreja Metodista Wesleyana de Rio Negro