Escola nova: depois dela, o que tem de novo?

Publicado por Gazeta de Riomafra - 20/11/2014 - 20h45

O início do mundo contemporâneo foi marcado pela Revolução Francesa e pela Revolução Industrial, dois eventos que modificaram as relações de trabalho e de produção. Foram exigidas novas técnicas de trabalho no campo, onde os trabalhadores passaram a produzir para os operários, moradores das cidades que se desenvolveram em função das indústrias. A partir da industrialização, a revolução nos meios de transportes, comunicação e na utilização de fontes de energia, como o carvão, o petróleo e mais tarde, a eletricidade. (Machado, 2002).

Consequentemente, a preocupação com a formação dos cidadãos e trabalhadores. A escolarização era vista como “uma forma do povo emancipar-se através do acesso ao conhecimento e a instrução”, explica Machado (2002, p. 50). O autor lembra que em muitos países ocorreram movimentos pela estatização das escolas elementares, como no caso da Alemanha que desde o século XVI já se preocupava com a educação elementar de seu povo. Nesse contexto de transformações econômicas, políticas, sociais e educacionais, vários pensadores desenvolveram reflexões sobre a educação. Como exemplos, Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1824), considerado um dos defensores da escola pública popular e John Dewey (1859-1952), crítico da educação tradicional e defensor do estímulo, iniciativa, independência e autonomia do aluno, papel atribuído ao professor. Esse estudioso colaborou na difusão da escola nova que surgiu no Brasil no início do século XX. (Machado, 2002).

Segundo Ribeiro (2004, p. 2), Os integrantes do movimento pela introdução da Escola Nova no Brasil se apropriaram do pragmatismo deweyano para configurar […] um conceito de democracia e de educação que servisse de base aos seus projetos políticos e pedagógicos, conferindo-lhes uma (sic) certa legitimidade dentro do debate político-educacional da época.

A mesma autora menciona ainda que após os anos 1940, esses conceitos foram retomados, e passaram a configurar propostas filosófico-eduacionais, pedagógicas e político-educacionais. Anísio Teixeira, um dos principais integrantes do movimento escolanovista no Brasil que se deteve desses temas de forma a articular os conceitos de democracia, pragmatismo e Escola Nova (Ribeiro, 2004). Outros dois foram Fernando de Azevedo e Lourenço Filho (Saviani, 2010, p. 207).

De acordo com Saviani (2010, p. 209-210), Azevedo lutou pela organização educacional e “foi o principal divulgador e apologeta do movimento da Escola Nova no Brasil”. Em 1971, Azevedo disse que a unificação dos sistemas educativos se daria pela unidade fundamental de diretrizes capazes de organizar o ensino público segundo uma política geral e um plano de conjunto (apud Saviani, 2010, p. 2010). Saviani conclui que Azevedo concebia a Escola Nova como instituição que envolvia três aspectos: “escola única, escola do trabalho, escola-comunidade”. Desde que surgiu a Escola Nova, como mencionar o que mudou na Educação? O que faz cada escola em relação à educação e ao convívio social e ao mundo do trabalho?

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