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A rua Vicente Machado, em Rio Negro, foi tomada por uma passeata contra a corrupção e a impunidade política na tarde deste domingo (12). Por volta das 14h, manifestantes vestidos de verde e amarelo, segurando cartazes, e gritando palavras de ordem de cunho político desceram a rua e se dirigiram até a praça João Pessoa, inclusive com grande participação de crianças acompanhadas de seus pais.

O protesto foi articulado e coordenado pelo Movimento Vem pra Rua Riomafra. A manifestação reuniu vários pedidos contra governo federal e pelo fim da impunidade aos crimes políticos, além de outros assuntos debatidos na atualidade, como o ‘Lava-jato’ e outros esquemas de corrupção.

A passeata se dirigiu a praça João Pessoa, onde no caminho ia ganhando corpo, onde vários manifestantes iriam se juntando ao grupo, mostrando cartazes e gritando frases como: “Povo na rua governo a culpa é sua!”;  “Hoje eu ‘to’ feliz eu vim pra rua para mudar meu pais!”; “Político ladrão seu lugar é na prisão!” “Lula cachaceiro, devolva o meu dinheiro”! e o já conhecido: “Fora Dilma”! Entre outras palavras de ordem usadas durante a manifestação.

Na praça João Pessoa na escadaria do prédio da antiga Prefeitura Municipal de Rio Negro, coordenadores e participantes do movimento Vem pra Rua Riomafra, discursaram com críticas ao governo, políticos, ao Partido dos Trabalhadores (PT) e contra a corrupção, “Estamos reunidos aqui para dizer que nossa bandeira não é vermelha”, falou um dos participantes. Uma coordenadora do movimento ao citar uma frase recebida por uma rede social, “O PT não roubou nosso dinheiro ele roubou nosso orgulho”, chamou os manifestantes a cantar o bordão “Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”, em resposta a frase.

Também uma manifestante citou que está com um câncer e seu tratamento demorou muito para começar e ainda continua em tratamento, porém deficitário. Comparou o seu caso com a da presidente Dilma que rapidamente foi atendida e tratada, onde hoje está curada do câncer, assim como ex-presidente Lula que também foi rapidamente tratado inclusive em Cuba.

No local, além de discursos contra a corrupção no governo federal, foi cantado o Hino Nacional, momento em foi encerrada a manifestação.

POLÍTICA LOCAL FOI ESQUECIDA

Mais uma vez os problemas e a política local foram esquecidos, parecendo até que em nossos estados e em nossas cidades tudo está certo e correto.

Indagado a nossa reportagem sobre a questão, os lideres explicaram que a manifestação é livre, porém o alvo inicial é o governo federal e que seguem diretrizes do movimento central “Vem pra Rua”, porém enalteceram que o termo “político” e “corrupção”, não é um protesto apenas a nível nacional e que o movimento está apenas iniciando, sendo que deverá sim, dentro de algum tempo também abranger as questões estaduais e locais.

Também explicaram o horário da passeata ser tão cedo, às 14 horas, justificando que devido o movimento do “bobódramo” e o pouco efetivo policial em Rio Negro, gerou certa temeridade na ocorrência de um possível tumulto.

O movimento do Tratoraço que vem fazendo reivindicações contra o governo do prefeito de Mafra, Roberto Agenor Scholze “Eto” (PT), infelizmente também não apareceu, perdendo a oportunidade de mostrarem que nada foi resolvido no interior da cidade, como eles mesmos divulgam. Outros movimentos, como o Acorda Riomafra também não se manifestou.

A instabilidade política vivida em Mafra foi deixada de lado. Em Rio Negro, onde um projeto de lei apelidado de ‘Menos Médicos’ que visa reduzir a carga horária dos profissionais da saúde, também não foi lembrado, assim como as denúncias de corrupção no governo tucano no Paraná.

Veja como foi a manifestação realizada no dia 15/03/2015 em Mafra:

PELO BRASIL

Segundo levantamentos ao menos 700 mil pessoas foram às ruas para protestar contra o governo federal e contra a corrupção neste domingo (12) em 24 estados e cerca de 250 cidades e o Distrito Federal.

A capital paulista voltou a ter o maior número de manifestantes. Segundo a PM, cerca de 300 mil pessoas foram à avenida Paulista, região central. No protesto do dia 15 de março a estimativa ficou em 1 milhão de pessoas na avenida.

No Distrito Federal o protesto reuniu 40 mil pessoas em um ato na Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes levaram cartazes contra a corrupção na Petrobras e um grupo pediu a intervenção das Forças Armadas.

Em Curitiba, 40 mil pessoas protestaram contra o governo, segundo a PM. Um novo protesto na capital paranaense deve ocorrer em 29 de abril para apoiar o juiz federal Sergio Moro, que conduz judicialmente as ações da operação Lava Jato.

No Rio de Janeiro única capital que não teve estimativa de participantes e onde ocorreu incidentes pequenos, quando um homem que tentou defender o PT e o governo Dilma e foi retirado pela PM e uma mulher ao se posicionar contra o movimento que foi agredida verbalmente.

Segundo uma pesquisa publicada neste sábado (11), quase dois terços dos brasileiros (63%) apoiam a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Apenas 13% aprovam a presidente. Todos os dados sobre saúde, educação, economia e emprego são desaprovados por mais de 70% da população.

Em Santa Catarina, na capital Florianópolis, 25 mil pessoas, segundo dados da PM, participaram do protesto na avenida Beira Mar Norte (o endereço mais caro da cidade). Pelo menos 5.000 manifestantes protestaram em Balneário Camburiú e em Joinville, foram 1.800.

GOVERNO NÃO FALA

Usando uma estratégia diferente dos dia 15 de março, desta vez o governo não se pronunciou, se reservou apenas a declarar que os protestos são legítimos. O vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse que o governo está prestando atenção aos protestos. O Diretório Nacional do PT não quis comentar os atos.