15 ANOS DE ESTAGNAÇÃO: Mafra: uma triste história marcada pela instabilidade política administrativa

Publicado por Gazeta de Riomafra - 30/06/2015 - 12h58

Na noite desta terça-feira (30), mais um capítulo será escrito no município de Mafra. Parece até uma repetição do acontecido no final de 2012, quando o ex-prefeito Jango Herbst foi cassado e o então vereador Paulo Sérgio Dutra foi eleito pelos vereadores o novo prefeito de Mafra na época.

Passaram-se apenas dois anos e meio e novamente vivemos o mesmo filme… Para muitos mafrenses, se torna um pesadelo, para outros a esperança de que um novo capítulo na história política administrativa de Mafra comece a ser escrito. Um capítulo que traga um horizonte de desenvolvimento econômico e de infraestrutura, estabilidade político administrativa para a nossa cidade e que Mafra volte a ser a velha conhecida: “Pérola do Planalto”.

Há esperança de que o primeiro passo parece foi dado, na esperança de escrever um novo capítulo, com a promessa de união de todos os vereadores e líderes políticos em torno de apenas uma candidatura, onde a classe política local demonstra amadurecimento político, quem sabe, deixando as ambições e o ego de lado, mostrando a responsabilidade em buscar o crescimento de Mafra.

Não podemos ser hipócritas e esperar que todos os problemas serão resolvidos de uma hora para outra, assim como, que não haverá oposição e situação. O problema e as necessidades de Mafra são grandes, o trabalho terá que ser árduo, “cortes na carne” serão necessários, em um primeiro momento, todos teremos que ter paciência para que nossas necessidades sejam atendidas. Não sabemos o rombo financeiro, qual é a real situação financeira da Prefeitura. Estamos sem certidão negativa o que impossibilita obtenção de recursos e financiamentos. Rombo no IPMM, estradas caóticas. Sem representatividade, Mafra está agonizando e não é de hoje.

POR QUE MAFRA CHEGOU A ESSE PONTO?

Não queremos aqui fazer juízo de quem quer que seja, muito menos condenar os administradores que por aqui passaram, que também foram vítimas da nossa malfadada cultura política. Porém cabe a todos refletir se uma das possíveis respostas para o drama que vivemos é a instabilidade política que foi instaurada no município e que muitos supõem ter começado há décadas atrás ou até mesmo lá em 2000 quando o prefeito eleito na época, Carlos Saliba foi afastado, porém retornou ao cargo dias depois, acusado na época de improbidade administrativa pelo Ministério Público. Saliba, na época, teve inclusive um dos seus colabores (presidente da Condema) preso em abril de 2000, sendo solto em maio seguinte. Não estamos afirmando que nesta administração tenha originado o problema, mas sim, apenas um marco político recente, onde se cogita que uma forte instabilidade política possa ter talvez, ali se iniciado.

Seguindo em 2000, foi eleito prefeito de Mafra, Carlos Scholze, tendo um mandato também muito conturbado, principalmente com as fortes divergências e denúncias vindas da Câmara de Vereadores na época, onde originou a cassação do seu registro de candidatura quando recém tinha sido reeleito para o seu segundo mandato. Parece que a crise política em Mafra, infelizmente ganhava cada vez mais força.

Com “Carlinhos da Farmácia” impedido de assumir a Prefeitura, tivemos uma eleição de verão em janeiro de 2005. Uma campanha eleitoral natalina com três candidaturas a prefeito, onde uma delas, a do ex-prefeito João Alfredo Herbest “Jango”, se destacava com o apoio da maioria absoluta dos vereadores eleitos na época.

Durante os três primeiros anos o então prefeito Jango teve uma administração fácil à frente do executivo municipal. Quando chegou o último ano de mandato, em 2008, ano eleitoral, a situação mudou e o conforto de estar na cadeira de prefeito acabou. Foram instauradas Comissões Parlamentares de Inquérito que tinham como objetivo investigar irregularidades de seu governo.

Em 2008 novamente tivemos um candidato com o registro de candidatura cassado, entre os três que disputavam e eleição. O então candidato a prefeito, Carlos Scholze “Carlinhos”, teve seu registro de candidatura novamente cassado por estar inelegível, pelas suas contas – de quando foi prefeito – terem sido rejeitadas pela Câmara de Vereadores. Na época o ex-prefeito Jango, já no PMDB, foi reeleito por ter ficado em segundo lugar.

Reeleito para o segundo mandato, o ex-prefeito Jango encontrou uma oposição forte na Câmara, onde viu no primeiro ano de mandato o seu candidato a presidente da Câmara perder a eleição. Foi afastado do cargo de prefeito por duas vezes pelo judiciário. Sofreu com processos de impeachment. Viu seu vice-prefeito renunciar e teve seu mandato destituído pela Câmara de Vereadores em 2012, após uma ação judicial de crime ambiental, onde foi condenado, por ter tido seu transito julgado.

Durante o mandato do ex-prefeito Jango, no ano de 2009, ocorreu o momento mais fatídico da história política de Mafra, foi quando o município teve três prefeitos em um só dia. A faceta política aconteceu no dia 10 de março daquele ano, onde naquele dia amanhecemos com o então vice-prefeito – na época César Pigatto – prefeito, que às 13h renunciou ao cargo, assumindo o então presidente do legislativo, Pedro Machado e, cerca de uma hora e pouco depois do ato, João Alfredo Herbst, o Jango, recuperou o cargo por decisão judicial. Jango estava afastado do cargo por improbidade administrativa.

Em 2012, quatro meses antes da eleição para prefeito, após o prefeito Jango, que estava de férias ter sido destituído do cargo, pelo então presidente em exercício da Câmara, vereador Osni Martins, aconteceu a eleição indireta que elegeu o então presidente da Câmara na época, vereador Paulinho Dutra, para prefeito de Mafra com o vereador Pedro Machado como seu vice-prefeito.

Na eleição de 2012, tivemos uma disputa eleitoral polarizada entre dois candidatos, Wellington Bielceki e Roberto Agenor Scholze “Eto”, eleição que foi decidida por pouco mais de 300 votos de diferença a favor do Eto, que iniciou o seu mandato em 1º de janeiro de 2013 sem imaginar que sofreria um processo de impeachment dentro de três anos.

Eto começou seu mandato com maioria no legislativo mafrense, mas com o passar do tempo foi perdendo os vereadores que lhe apoiavam dando início à abertura de comissões processantes de impeachment, CPI da Nota Fiscal, CPI das Madeiras, CPI do Nepotismo e CPI do RH, está última que culminou com a cassação do seu mandato, as demais estão suspensas por decisões judiciais. E, por causa da cassação do mandato do ex-prefeito Eto, que no dia 30 – terça-feira – estará acontecendo mais uma eleição indireta em Mafra.

Na próxima terça-feira (30), com apenas uma inscrição que conta com o apoio de todos os vereadores e da classe política mafrense, poderemos afirmar que a partir do dia 1º de julho o novo prefeito de Mafra será Wellington Bielecki (PSD), que terá como vice-prefeito o médico Vicente Saliba (PDT).

A partir de agora um novo capítulo da história poderá a ser escrito…

Como pode ser observado, a história política de Mafra destes últimos 11 anos foi conturbada, cheia de meandros e disputas. Fizemos um breve resumo, mas ela cabeira muito bem para ser contada em um livro, que poderia ser transformado em um filme e até mesmo em uma série de televisão nos moldes da renomada serie “Game of Thrones”, da rede de televisão por assinatura HBO, que mostra a disputa de poder em um reino fictício, onde pode ser até visto uma pequena semelhança no roteiro da história da série, com a da história política de Mafra. Ou quem sabe, até comparada aquela famosa novela da Globo “O Bem Amado”, que virou seriado, onde tinha aquela famosa cidade fictícia, conhecida como Sucupira, onde tudo de impossível e estranho lá acontecia.

Resta a todos os mafrenses torcerem, para que Mafra se reencontre e que esta nova administração possa ser um marco na história de Mafra e que o nosso maravilhoso município, situado numa região geográfica privilegiada, com um povo ordeiro e trabalhador, possa retomar o desenvolvimento e voltar a ser novamente a tão sonhada Pérola do Planalto.

Todos sabem que Mafra precisa criar uma nova consciência politica coletiva, onde as ações sejam voltadas estritamente para a nossa sociedade, onde os interesses e vaidades pessoais sejam deixados de lado. Nossos políticos precisam aprender a fazer a nova política, onde o embate eleitoral acaba nas urnas e após isto, o bem estar da população tem que estar acima de tudo e de todos.

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01 comentário publicado
  1. jorge

    a culpa principal foi do povo que nao sabe votar, sempre votava no carlinho da farmacia pensando so na festa e nas cerveja chega dos mesmos isso ate parece terra de coronel calça curta vamos pensar no que é melhor para o municipio gente diferente cm ideias novas ,nao gente nova com mesmas ideias este eo resultado sejam mais conciente povo senao so tens a sofrer ,esta minha opiniao

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