Tendinite calcária não tem relação com atividades braçais, traumas ou outras doenças

Por Assessoria - 25/07/2017

O organismo deposita cálcio nas áreas do tendão que foram alteradas visando repará-las. No entanto, o excessivo acúmulo desses sais no ombro pode gerar a Tendinite Calcária – problema que atinge com mais frequência pessoas na faixa etária entre 30 e 50 anos e que pode trazer bastante incomôdo no dia a dia. As mulheres representam o maior percentual de pacientes e até mesmo pessoas sedentárias podem desenvolver a doença.

O médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann explica que a patologia não tem relação com atividades braçais, acidentes, traumas ou outras doenças. O lado direito é o mais atingido, no entanto, em 25% dos casos, a patologia afeta os dois lados do ombro. O principal sintoma é a dor, que pode variar de leve a intensa, caracterizada como crônica ou aguda. “Não há relação entre o tamanho da calcificação e a intensidade dos sintomas, mas quando uma crise acontece, a pessoa pode perder os movimentos”, alerta.

Reichmann explica que a crise se manifesta quando o organismo “reconhece” a calcificação e tenta reabsorvê-la, causando tendinite e bursite por irritação química. Nesta fase, que pode durar dias ou semanas, a dor costuma ser intensa e só acaba quando o organismo “desiste” de tentar reabsorver a calcificação. Muitas vezes, a calcificação não é totalmente reabsorvida, fazendo com que o paciente fique sujeito a novas crises.

O diagnóstico é feito por meio de radiografias do ombro em diferentes rotações (interna e externa), mas é possível apenas quando o depósito de cálcio já está formado. A ultrassonografia e a ressonância magnética podem ser necessárias para afastar outras enfermidades quando a radiografia não demonstra a calcificação.

TRATAMENTO

Segundo Reichmann, o tratamento varia de acordo com os sintomas e com a fase da calcificação. Na fase de reabsorção, considerada a mais dolorosa, existem diversas opções de tratamento. São recomendados analgésicos e anti-inflamatórios, além da possibilidade de infiltrações no ombro (injeções com anestésicos locais e corticoide), que aliviam imediatamente a dor. Outra alternativa está relacionada a um  procedimento de lavagem da região (barbotagem) e, nas demais fases, é possível tratar com fisioterapia e medidas preventivas.

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O tratamento por ondas de choque (TOC) é outra opção eficaz para aliviar o problema. O método faz com que as ondas acústicas, formadas por baixa, média ou alta energia, se propaguem por meio do tecido até a região da dor, provocando um fenômeno chamado cavitação. Dessa forma, são rompidas microbolhas, que formam microrroturas no tecido inflamado, o que determina a liberação de substâncias antiinflamatórias locais e estimula o aumento na microcirculação. “Essas ondas atuam apenas em tecidos lesionados e não causam problemas em tecidos normais”, salienta o médico. Os mecanismos de ação incluem efeito analgésico, alterações estruturais no tecido com aumento da atividade metabólica, estímulo do processo regenerativo do tecido e estímulo da formação óssea.

Em algumas situações crônicas em que não houve reabsorção e os sintomas são persistentes apesar da reabilitação, o tratamento cirúrgico, por meio da artroscopia, pode ser necessário para a retirada da calcificação.

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