Período Básico 2017: Operação Boina Preta
Edição: Ten Venturini
Fotos: Sgt Gobo, Sgt Sadi, Sgt Ewerton Clóvis

Símbolo da harmonia entre o homem e a máquina de batalha, a boina preta representa uma tradição de quase um século e identifica o soldado que, sempre ao lado da tecnologia, supera os desafios com coragem e determinação.

A origem da boina preta como cobertura militar característica das unidades blindadas e mecanizadas remonta à 1ª Guerra Mundial.

Naquele conflito surgiu o carro de combate, máquina de guerra desenvolvida pelos ingleses para romper o imobilismo das frentes de combate e retomar a ofensiva, sendo empregado com sucesso nas batalhas ao longo do rio Somme.

Os primeiros carros de combate eram viaturas pouco confiáveis, muito apertadas e incômodas, que apresentavam constantes panes. Durante a operação e manutenção destes carros, o uniforme dos integrantes da guarnição permanecia constantemente sujo, com manchas de óleo e de graxa.

Durante o emprego operacional dos carros de combate naquele conflito, os ingleses perceberam a necessidade de substituírem o velho capacete de aço por uma cobertura que proporcionasse maior agilidade e conforto à guarnição embarcada.

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A boina, que já era utilizada pelas tropas de montanha, tornou-se alvo da observação dos comandantes militares da época, que sensibilizados com os problemas da tropa blindada, resolvem adotá-la em substituição aos capacetes de aço.

A cor preta foi selecionada para a boina a ser utilizada pelas guarnições de blindados, pois mostraria ao mínimo as inevitáveis manchas de graxa e óleo geradas durante o trabalho com os veículos, dando uma melhor apresentação à tropa.

O valor prático desta peça do uniforme foi reconhecido por vários exércitos, que passaram a adotá-la como cobertura dos integrantes de suas unidades blindadas. Desde o momento em que se tornou peça do uniforme dos britânicos, seu uso se generalizou e, atualmente, a boina preta é utilizada em diversas Forças Armadas como cobertura característica das tropas blindadas e mecanizadas.

No Brasil, o uso da boina preta como peça do uniforme das guarnições de blindados surgiu no final dos anos sessenta. À época, a 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (Bagé – RS) utilizou-a, em caráter experimental, como cobertura dos integrantes de suas unidades de Cavalaria. O Curso de Cavalaria da Academia Militar das Agulhas Negras empregou-a, também em caráter experimental, durante os exercícios e instruções no campo realizados em meados da década de setenta.

Finalmente, em 02 de abril de 1979, a Portaria Ministerial Nº 959 autorizou o uso da boina preta como peça do uniforme dos militares das unidades e subunidades de cavalaria blindada e mecanizada. A Portaria Ministerial Nº 1550, de 23 de dezembro de 1980, estendeu o seu uso às unidades de outras armas ou serviços, integrantes de brigadas blindadas e mecanizadas.

A entrega da boina preta nas unidades blindadas e mecanizadas é realizada durante uma solenidade militar, de grande significado para os jovens recrutas. Esta solenidade ocorre, normalmente, ao final da primeira fase do ano de instrução, após o recruta haver superado árduas semanas de instrução e de exercícios no campo. Ela é o reconhecimento à dedicação, ao entusiasmo e à vibração dos recrutas, demonstradas ao superarem as dificuldades das instruções, o cansaço, a chuva, o frio e a lama, afirmando possuírem a força de vontade, a rusticidade e o preparo físico necessários para serem verdadeiros soldados mecanizados e blindados.

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