A história de Mafra: A Guerra do Contestado – 2ª Parte

Por Fábio Reimão de Mello - 22/11/2012

O prolongado tempo de duração do conflito, sua grande área de abrangência e os contínuos insucessos na tentativa de resolver a situação levaram ao agravamento da situação, a guerra civil no Contestado era um problema a ser resolvido que necessitava de uma ação firme e urgente. A nomeação do General Setembrino de Carvalho para o Comando Geral das Operações Militares no Contestado foi o ponto crucial para essa mudança, marcada pela reorganização militar e adoção de uma nova estratégia: As tropas militares seriam dispostas em Colunas, grandes linhas dispostas à Norte, Sul, Leste e Oeste da área conflagrada que, em cerco, isolariam a área do conflito e convergindo para o centro, poriam fim à resistência cabocla.

Nesse contexto, a imagem e a importância de Riomafra no conflito começou a mudar, de uma cidade desguarnecida, sujeita à incursão de bandoleiros (como o ocorrido com o bando de Alemãozinho), nos tornamos sede da Coluna Leste.

Composta pelo 10º Regimento de Infantaria, Regimento de Segurança do Paraná, duas Seções da 2ª Companhia de Morteiros, um Pelotão do 14º Regimento de cavalaria, uma Seção do 2º Regimento de Artilharia Montada, uma Seção de Ambulâncias e um Pelotão de Trens, a Coluna Leste levou à criação em nossas cidades de órgãos de apoio às tropas envolvidas no conflito, como os Armazéns de Campanha (responsáveis pelo abastecimento de gêneros), o Hospital de Sangue (com ala médica e cirúrgica), a Estação de Telégrafo, além de uma pista de pouso disponível aos aviões empregados na guerra.

Tropas envolvidos no conflito – 1914 Ataque ao reduto Tavares – 1914 Batalhão Civil do Cel Bley Netto na Bela Vista – 1914 Caboclos alojados no Grupo Escolar Barão de Antonina – Janeiro 1915 Prisioneiros trazidos à Riomafra -Janeiro 1915
Sob o comando do Coronel Júlio César Gomes da Silva, a Coluna Leste, responsável por um território que estendia-se de Riomafra à Papanduva, era apoiada por um Batalhão Civil, composto de cerca de 150 homens, moradores desta região que, sob o comando do Coronel Nicolau Bley Netto, envolveu-se diretamente nas batalhas travadas, colocando à prova o poder de combate de nossos conterrâneos.

Foi à Coluna Leste que o líder revoltoso Henrique Wolland, o “Alemãozinho”, entregou-se no princípio de 1915, período em que também renderam-se 381 caboclos, na maioria mulheres, crianças e idosos que, trazidos à Riomafra, foram instalados provisoriamente nas dependências do colégio Barão de Antonina.

Foi como sede de comando e de órgãos de apoio, abrigando prisioneiros e participando efetivamente dos combates com o Batalhão de Bley Netto, que Riomafra vivenciou a fase decisiva da Guerra do Contestado, que perdurou até a pacificação em 1916.

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