5 de dezembro – Dia Mundial do Solo

Por Gazeta de Quitandinha e Campo do Tenente - 05/12/2015

A Organização das Nações Unidas (ONOU) estabeleceu o ano de 2015 como o Ano Internacional do Solo e o dia 5 de dezembro como o Dia Mundial do Solo. As datas são um convite para uma reflexão sobre “como estamos tratando o soloâ€, uma vez que esse é um recurso essencial para a vida. Além da reflexão, o convite se estende para a ação, direta ou indireta, no sentido de conservar e melhorar a qualidade do solo. Em relação a nós paranaenses, é uma oportunidade para reafirmarmos o permanente compromisso com o solo, o recurso natural mais importante do nosso Estado.

A melhor forma de valorizar o solo é evidenciar os serviços que ele presta a sociedade, que são inúmeros. Alguns desses serviços fazem parte do nosso cotidiano, como por exemplo a produção de alimentos e nos damos conta disso perguntando: como teria sido o nosso café da manhã de hoje se não houvesse o solo? O solo, portanto, é chave para a questão de segurança alimentar. Mas também necessitamos de água e o solo é um corpo com grande espaço poroso aonde armazena imensos volumes de água das chuvas que venham a se infiltrar, garantindo vida às plantas, regulando as enchentes, a vazão das nascentes e rios. Além disso, quando a água da chuva se infiltra e atravessa o solo, é depurada. Isso garante uma água de excelente qualidade nas nascentes.

Outra função importante exercida pelo solo, em favor da humanidade, é o de ser capaz de reduzir o estoque de gases de efeito estufa na atmosfera uma vez que tem grande capacidade de absorver carbono. Isso é bom para o clima e para o próprio solo, uma vez que aumenta os teores de matéria orgânica, com reflexos positivos na produção. Deve ser mencionado ainda como função importante do solo, o de sustentar florestas, estradas e edificações, entre tantas outras.

Dada a importância do solo, é preciso alertar que o mesmo é extremamente frágil e por isso passível de degradação. O solo pode ser considerado um recurso finito, que leva centenas de anos para se formar (1 cm a cada 400 anos), mas pode ser rapidamente perdido quando não recebe os cuidados necessários. Embora a ciência tenha trazido grandes contribuições para que as terras sejam corretamente utilizadas e os agricultores tenham aplicado muitos desses conhecimentos, resultando em ganhos para a produção agrícola, há muito ainda o que se fazer a esse respeito. Consideramos, por exemplo, a situação no Paraná. Um olhar mais atento sobre a paisagem do Estado permite identificar, em praticamente todas as regiões, muitos problemas decorrentes do mau uso dos solos, quer seja no meio rural ou no meio urbano. Percebe-se, no meio rural, a presença da erosão, um fenômeno que empobrece as terras por retirar das lavouras, solo, água e nutrientes. Além disso, em muitos casos a erosão carreia poluentes como agrotóxicos, o que, junto com os nutrientes, degradam a qualidade da água e impactam negativamente na saúde humana e animal. Essa degradação faz com que o solo não consiga exercer plenamente as suas funções em favor das populações atual e futura.

Para fazer frente a esta situação, as experiências já mostraram que além de utilizar as medidas preconizadas pela ciência para dar sustentabilidade ao solo, é necessário o engajamento das pessoas e das instituições nesse trabalho. O Governo do Estado em conjunto com diversas instituições, esta promovendo o uso de boas práticas agrícolas através do programa microbacias e da campanha Plante Seu Futuro, participe. Neste 5 de dezembro, dia também dedicado ao voluntariado, que possamos renovar o nosso compromisso com o solo. É necessário entender que de fato a geração atual está usufruindo de um solo utilizado pelas gerações passadas e está tomando emprestando o solo das gerações futuras.

Rubens Ernesto Niederheitmann – EMATER – Diretor Presidente do instituto

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Texto: Dycesar de Lima (Emater – Campo do Tenente).

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