CAPS de Itaiópolis relembra a importância da Luta Antimanicomial

Por Gazeta de Itaiópolis - 21/05/2020

O dia 18 de maio é uma data muito importante na saúde mental. A data relembra a Luta Antimanicomial, que prioriza o tratamento e o cuidado em liberdade, envolvendo usuários, familiares e trabalhadores da saúde mental que acreditam na mudança do modelo de atenção às pessoas em sofrimento mental e buscam a convivência em sociedade e, principalmente, o respeito aos direitos humanos.

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é a possibilidade de organização de uma rede substitutiva ao hospital psiquiátrico, produtora de autonomia que convida o usuário do serviço a responsabilização e ao protagonismo em toda trajetória de seu tratamento.

Leia a seguir uma reflexão realizada pela assistente social Marina Marquetti Max sobre o contexto atual em que estamos vivendo.

LUTA ANTIMANICOMIAL X PANDEMIA/ISOLAMENTO SOCIAL

A pandemia fez com que o isolamento social se tornasse necessário para a prevenção da saúde física, levando as pessoas a ficarem confinadas em suas casas. Não há dúvidas que este momento ficará marcado na história da humanidade pela questão da saúde pública, mas principalmente terá um marco importante em nossa saúde mental, pois nos remete a uma reflexão dos sentimentos e sensações que este momento nos deu e ainda nos dá. Sentimentos na maioria das vezes negativos, como: angústia, ansiedade, impotência, incertezas, inquietação e medos.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

Hoje a única coisa que nos diferencia dos manicômios são as grades, as quais eram visíveis. Por que sim, chegamos a nos sentir em uma prisão sem grades, dando lugar as máscaras que nos aprisionam e ao distanciamento social.  Tudo isso nos leva a refletir sobre as formas de tratamento as quais pessoas com transtornos mentais eram acometidas antes da reforma psiquiatra, quando eram isoladas e enclausuradas, privadas totalmente de sua liberdade e de um tratamento digno.

No dia 18 de maio, em que comemoramos e relembramos a Luta Antimanicomial, marco histórico na saúde mental pelo fim de todas as instituições manicomiais. Em que levantamos a bandeira para um tratamento humanizado, que prioriza o tratamento e o cuidado em liberdade, principalmente o respeito aos direitos humanos. O momento atual em que estamos vivendo, da real necessidade do isolamento social para o bem da nossa saúde física, reforça em nós o sentimento de empatia. De nos colocarmos no lugar do outro, porque estamos vivendo na pele que os outros, também somos nós. Eu e você!

Que ao sentirmos a privação da liberdade, de como ela nos fere e como toca diretamente a nossa saúde mental, possamos lembrar de que o outro, também somos nós e que o cuidado em liberdade para pessoas em sofrimento mental é e sempre será o melhor remédio.

COMPARTILHE

PUBLIQUE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite o seu comentário.
Por favor, informe o seu nome.