Criança ficou internada após sofrer agressão numa escola de Mafra

Por Gazeta de Riomafra - 14/07/2018

Muitos acreditam que bullying e racismo entre crianças é uma brincadeira inocente, alguns dizem até que é ‘mimimi’, e que antigamente ‘a coisa era diferente’. Não, no passado não era diferente e era igual à hoje, talvez apenas não existisse uma palavra para definir os atos de violência física ou psicológica intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos, causando dor e angústia e sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. O bullying e o racismo entre crianças é um assunto sério sim!

Uma mãe ficou com seu filho internado vários dias, após ele, que estuda na Escola E. B. Tenente Ary Rauen, segundo ela, sofrer com a violência de outras crianças. O menino que tem oito anos levou um chute de outro menino e está hospitalizado. A agressão física lesionou os rins da criança que estava urinando sangue, após chegar em casa e então ser atendido pela UPA de Mafra, foi transferido para o Hospital Infantil dr. Jeser Amarante Faria em Joinville, onde ficou internado por alguns dias. A criança segue em recuperação em casa e acompanhamento psicológico junto a sua família e profissionais especializados.

Segundo a mãe da criança, por várias vezes ela chegou chorando em casa após as aulas, dizendo que havia sofrido agressões verbais de outras crianças da escola.

Então ela procurou a direção da escola diversas vezes para citar os fatos e pedir ajuda, mas nada mudou e as ofensas se transformaram em agressão física, quando menino levou um chute e acabou no hospital.

Ainda segundo a mãe, antes desta agressão o filho já havia sido ameaçado com um estilete por um aluno mais velho no banheiro da escola. Na época a família registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Civil citado os fatos. A mãe ainda destaca que foi desencorajada pela direção da escola a fazer tal procedimento, “Eles falaram para mim que eu estava me excedendo, que não era um estilete”, comentou. Ela diz ainda que seu filho conhece um estilete e que a direção da escola disse que não passava de uma brincadeira de um menino grande com uma criança. Informou ainda que fará um novo BO e que a criança será transferida de escola.

Tatiane Assunção de Souza, mãe do menino agredido, constituiu um escritório de advocacia em São Bento do Sul, para cuidar do caso (Korquievicz e Matos Advogados Associados), onde foi aconselhada pelos seus defensores, a não mais conceder entrevistas para a imprensa.

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No entanto, Tatiane confirma que a agressão sofrida pelo filho foi motivada por bullying e racismo. Há possibilidade inclusive, da família ingressar com uma ação criminal pedindo a responsabilização pelos fatos ocorridos e uma de uma eventual negligência e omissão.

Seus defensores também alegam que o caso merece especial atenção das autoridades, haja vista que existe legislação específica regulamentando ações preventivas e punitivas em relação ao bullying racial.

Também na nota, o escritório de advocacia informa, que já solicitaram a imediata abertura de processo administrativo disciplinar junto a Secretaria Estadual de Educação, para apuração dos fatos que antecederam as agressões físicas, “eis que não entendemos tratar-se de caso isolado de lesão corporal; uma vez que relata a genitora do infante que por diversas vezes compareceu à escola relatando o bullying sofrido pelo filho” – relata parte da nota.

MÃE DE UM DOS MENINOS ENVOLVIDOS QUESTIONA OS FATOS DO CASO

Uma das mães, que tem o filho envolvido no caso de suposto bullying no Tenente, como a escola é conhecida no bairro, diz que não ocorreu bullying e nem racismo, e que foi uma desavença de duas crianças de oito anos.

Segundo a mãe apenas um lado da história do caso está sendo divulgado, pois ela não foi escutada, assim como a escola e outros alunos. E que fato isolados foram misturados.

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Ela conta que desde que a criança [que está internada] começou a frequentar a escola aconteceram desentendimentos com o seu filho, tanto que ela chegou encaminhar um bilhete para escola, via agenda, pedindo que fosse tomadas providências, pois seu filho estava sofrendo de forma continua violência por parte do outro menino cada vez que a professora saia da sala de aula.

A mãe diz que no dia da briga – sexta-feira (6) – o seu filho e outros meninos estavam jogando bola no intervalo, o a criança que está internada, pediu para jogar junto e que pelos conflitos anteriores o seu filho disse que não, momento em que eles trocaram empurrões. E que “após a aula a criança veio tirar satisfação com seu filho e passou a agredi-lo, tanto que ela foi à escola falar com os professores e a direção”.

Ela finaliza dizendo que seu filho não quer mais para escola, que está com medo e que é uma criança. Que o levou na psicóloga e que quer resolver a questão da melhor forma possível.

DIREÇÃO DA ESCOLA E. B. TENENTE ARY RAUEN EMITE NOTA FALANDO SOBRE O CASO

Veja a nota na integra:

A Escola de Educação Básica Tenente Ary Rauen, vem através desta, esclarecer o ocorrido no dia 06/07 /2018 (sexta feira), após o término das aulas. A uma distância de aproximadamente 300 metros da mesma.

Houve um desentendimento entre dois alunos de oito anos de idade no caminho de casa, onde brigaram e foram separados por seus colegas de sala. Na sequência, mais uma vez entraram em vias de fato e novamente apartados.

A tarde do mesmo dia, mãe e alunos compareceram na escola relatando o acontecido e em seguida foram conduzidos por uma professora à UPA do município por pedido da mãe.

A escola não foi informada de mais nada até segunda-feira, onde o pai de um dos alunos veio e relatou a situação crítica de seu filho.

Imediatamente foi convocada uma reunião com todos os pais dos alunos supostamente envolvidos, esclarecidos os fatos, aguarda-se a plena recuperação do aluno internado.

Mais uma vez afirmamos: o desentendimento entre essas duas crianças de oito anos de idade ocorreu infelizmente, fora do horário de aula e distante da escola.

A direção

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