No início da tarde da terça-feira (26) um grupo de familiares (mães, esposas, namoradas e filhas) de detentos do Presídio Regional de Mafra realizaram um protesto em frente ao Fórum. Elas pedem melhorias no tratamento que recebem durante as visitas no presídio, bem como solicitar melhores condições de tratamento aos presidiários.

Segundo alguma das manifestantes está ocorrendo abuso de poder dentro do presídio, com presos sofrendo violência, “Os agentes estão entrando com gás de pimenta todos os dias”, contaram. Disseram ainda que está tendo revista todos os dias dentro do presídio e que as famílias dos detentos não estão sendo respeitadas. Contou que os presos estão reclamando que a comida servida nas refeições está estragada.

As manifestantes também pedem a volta da revista íntima para que possam ter contato físico com os familiares que estão presos. Hoje as visitas são feitas através do parlatório – sala com mesa e cadeiras dividida por um vidro – sem contato entre visitante e detendo. Para os familiares essa medida não está ajudando na reeducação dos presos. “É muito triste e sofrido não ter o contato físico”, disse uma manifestante. “Imagina uma criança vendo o pai, a mãe vendo um filho e não podendo nem ao menos dar um abraço”, completou.

No início do mês a direção do Presídio Regional publicou uma portaria suspendendo as visitas íntimas e físicas entre os presos e seus familiares, com o objetivo de evitar problemas futuros na unidade prisional.

Na época a direção da unidade prisional, disse que a decisão foi tomada devido ao aumento significativo da apreensão de objetos ilícitos entres os internos, itens como tintas para tatuagem, bocais de lâmpada, agulhas, celulares, medicamentos e drogas.

Além disto, a vedação das visitas íntimas e físicas é sustentada por uma decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC) que suspende a revista íntima dos visitantes no sistema prisional, lembrando que o presídio em Mafra não possui scanner corporal (body scan) para a realização de revistas pessoais.

Nossa redação procurou várias vezes na tarde da terça-feira a direção do presídio para ouvir sua versão, mas até o encerramento desta edição não conseguimos o contato.