Hospital Cristo Rei de Quitandinha monta duas Mini UTIs e se prepara para o pico do coronavírus

Por Gazeta de Quitandinha e Campo do Tenente - 01/05/2020

O Hospital Cristo Rei montou duas mini Unidades de Tratamento Intensivo e está pronta para o pico do Coronavirus. No fim de Março, em um esforço conjunto da Prefeita Maria Julia e do Presidente da Câmara Municipal, Marquinhos da Acarpa, R$ 500 mil foram repassados da Câmara para a Prefeitura. Destes, R$ 150 mil foram destinados à instituição, que investiu na compra e locação de equipamentos para atender os casos mais graves da doença, tornando o hospital no único com esse tipo de estrutura na região.

Irene Das Graças, Diretora Administrativa do hospital, detalhou que até o momento, dos R$ 150 mil que chegaram ao fim de Março, já foram gastos R$ 130 mil. Parte deste recurso foram para a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), pijamas cirúrgicos, óculos, sapatos, aventais, máscaras e luvas. “Depois de garantirmos esses materiais para a segurança dos nossos profissionais, focamos na parte de equipamentos que nos faltavam para atender os casos mais graves da doençaâ€, conta.

EQUIPAMENTOS E INSUMOS

O hospital já contava com um respirador de transporte em sua estrutura. Com a verba, foi possível para o hospital alugar mais um respirador, dois aspiradores cirúrgicos – necessários para sugar as secreções dos pacientes com quadro pulmonar crítico – e um desfibrilador com monitor cardíaco. “Fizemos um contrato de locação por três meses. Pagamos R$ 10 mil por mês, e podemos estender esse contrato por mais tempo, sem alteração do valorâ€, explica Irene.

Também foi feita a compra de um respirador de UTI, que custou R$ 30 mil, quando usualmente custariam R$ 150 mil. “Esse aparelho é extremamente vital para os casos mais graves da doença, em que se faz necessário manter a respiração mecânica do paciente quando ele entra em estado de coma e não pode mais respirar com as próprias forças. Demos sorte, pois é um equipamento que é muito caro, que estava parado em outra região e que conseguimos trazer para nossa estruturaâ€, diz a Diretora.

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Além desses itens, também foram adquiridos oito respiradores manuais – cinco adultos e três infantis – mais dez cilindros de oxigênio e estruturas necessárias para atuação nos casos mais graves, como material de intubação, lâminas de laringoscópio, cânulas, medicação de suporte e mais um carrinho de emergência.

CAPACIDADE

De acordo com dados da SESA, 33% dos leitos de UTI do Estado estão ocupados por conta da doença, e os leitos de Quitandinha vão encorpar essa estrutura disponível para atender a demanda trazida pela doença. “Até conseguirmos os equipamentos, ficamos com o coração nas mãos. Tivemos muito jogo de cintura e hoje estamos com uma margem de segurança. Estamos prontos para o caos e torcendo muito para que não aconteça. Se chegar alguém em estado gravíssimo, nós temos uma parcial autonomia, os nossos leitos estão prontos para atender o provável período de pico.â€, comenta Irene.

FINANCEIRO

Irene conta que os gastos com materiais dobraram por conta do período de crise. “Antes da crise, só em medicamentos e materiais, nós gastávamos cerca de R$ 20 mil por mês. No último mês nós gastamos R$ 90 mil, e a previsão de gastos para os próximos meses é de R$ 40 mil em médiaâ€, diz.

Os motivos para esse aumento vão desde a escassez de insumos até os preços abusivos praticados pelo mercado por conta da oferta e demanda. “As máscaras são o maior exemplo disso. As mais simples, feitas de TNT, encontrávamos por R$ 0,50 a unidade. Hoje, a mesma máscara é comprada por R$ 5 a unidade. A máscara N95, conhecida como ‘bico de pato’, padrão para uso hospitalar e que segue as normas regulamentares do Ministério do Trabalho, antes era encontrada por R$ 8, hoje a unidade não sai por menos de R$ 30, quando consegue acharâ€, conta a diretora.

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