Na noite de 29 de agosto de 2025, a Câmara Municipal de Rio Negro esteve presente no Sítio dos Valérios para a realização de mais uma audiência pública. A iniciativa, prevista no Regimento Interno, tem o objetivo de aproximar o Legislativo da população, garantindo que as demandas das comunidades sejam ouvidas de forma direta e transparente.

Participaram da audiência os vereadores Odair Pereira (PL), presidente da Câmara; Isabel Cristina Grossl (Republicanos), Geovane de Lima (PODE); Francisco Veiga (PRD); e Felipe Stafin (PSB). A presença dos parlamentares reforçou o compromisso do Legislativo com a escuta ativa das comunidades do interior.

O objetivo principal da reunião era o abastecimento de água, mas também foram tratadas questões de infraestrutura, saúde e educação. O objetivo do encontro, segundo a Câmara, foi “ouvir de perto os problemas, escutar, anotar e cobrar soluções das autoridades”.

A questão da água foi a mais debatida. Moradores como Maurílio Ruthes e Simão Carlos destacaram que o sistema de abastecimento da comunidade tem mais de 35 anos e a tubulação é antiga, sofrendo danos frequentes pela passagem de máquinas na estrada.

A caixa d’água atual, com capacidade de 16 mil litros, é considerada insuficiente para a crescente população e está em estado precário, enferrujada, o que a torna inviável para consumo humano. O presidente da associação, Maurílio, sugeriu a substituição por uma caixa de maior capacidade, de 30 mil a 35 mil litros. Além disso, foi proposta a construção de uma nova rede de distribuição, partindo da rede principal, para garantir a pressão da água em todas as casas.

O morador Roberto Zelinski mencionou que, segundo informações, a Sanepar repassa mensalmente 1% de sua arrecadação ao município, um valor que poderia ser usado em projetos de água. O vereador Giovani, por sua vez, confirmou a existência do fundo, mas explicou que o Executivo precisa criá-lo para que os recursos possam ser aplicados.

A comunidade pediu também a melhoria das estradas, especialmente em relação a bueiros com problemas de drenagem. A moradora Sandra destacou a necessidade urgente de pavimentação, citando um caso trágico em que a falta de acesso impediu o socorro a uma pessoa que teve um infarto. Outra questão levantada foi o apoio da prefeitura com a doação de cargas de pedra para estradas de servidão que atendem a várias propriedades.

A falta de atendimento odontológico foi um ponto de atenção. Um morador relatou estar há três meses esperando por uma vaga para dentista no posto de saúde local. A comunidade expressou preocupação com a falta de cobertura na quadra de esportes do Colégio Mathias, em Vila Zelinda, onde as crianças fazem educação física sob sol ou chuva. Um morador também relatou dificuldades em conseguir vagas no turno da tarde para as crianças do interior, que são obrigadas a estudar de manhã cedo.

A audiência foi encerrada com a manifestação das autoridades, que se comprometeram a analisar as demandas e buscar soluções para os problemas apresentados, reforçando a relevância desse instrumento de participação popular, que fortalece o papel fiscalizador e representativo do Legislativo. De acordo com os vereadores, as demandas apresentadas integrarão um conjunto de informações levantadas nas comunidades, que servirá de base para ações futuras e para a cobrança de soluções junto ao Executivo.