Conheça a história do rolo compressor (Maria Fumaça) de Rio Negro

Por Redação Click Riomafra - 01/08/2020

A foto abaixo mostra o histórico rolo compressor de Rio Negro (também conhecido como Maria Fumaça) e seu único operador, o Sr. Henrique Lazzarine. O jornalista rionegrense Everton Lisboa procurou e encontrou outra foto que mostra a máquina no mesmo local. Observando os detalhes das duas fotos é possível perceber que o local é o mesmo. Não há como saber com exatidão, mas vale usar a imaginação: talvez o fotógrafo esteja dentro do carro, após fazer esse registro histórico.

 

RESTAURAÇÃO

Após ser aposentada em 1975, a “Maria Fumaça” se transformou em um ponto turístico devido a sua raridade. Deteriorada com o passar do tempo ela foi totalmente restaurada e entregue novamente a população que pode visitar e conhecer um pouco mais do passado rionegrense.

Na inauguração, realizada no dia 14 de abril de 2019, o único condutor da Máquina Niveladora, o saudoso servidor municipal Henrique Lazzarine, foi homenageado com a entrega dos votos de louvor a seus familiares.

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A restauração da Máquina Niveladora faz parte do projeto da Prefeitura em revitalizar o centro histórico do município.

HISTÓRIA

Fabricado em 1929 pela Berliner Maschinenbau A. G., empresa fundada em 1852 por Robert Louis Victor Schwartzkopff, o rolo compressor foi construído na fábrica de Berlim, capital alemã,  conhecida fabricante de locomotivas ferroviárias.

Assim, como filhos de um mesmo lar, nosso rolo e as primeiras locomotivas produzidas pela Machinenbau (no famoso estilo Maria Fumaça) eram máquinas térmicas, cujo motor era movido à vapor que, combinando caldeira, chaminé, água, lenha e fogo, fazia com que o vapor resultante, sob alta pressão e temperatura, movesse o motor, suas engrenagens e as pesadas rodas de aço.

Mas, para quem acredita que uma máquina à vapor já era algo rudimentar  no início do século 20, saiba que não está enganado, pois em 1929, quando o rolo foi feito, não só já existiam, como aquela mesma empresa germânica já produzia, desde 1910, locomotivas elétricas  e também, desde 1924 locomotivas à diesel, com motor à combustão, ou seja, era empregado em parte do maquinário produzido pela Machinenbau, uma tecnologia muito mais avançada, leve e potente do que a empregada em um rolo compressor ainda movido à vapor.

Dessa forma tínhamos uma máquina grande, pesada, barulhenta e lenta, bem lenta, tanto na sua velocidade de operação quanto no tempo necessário para que estivesse em condições de operação, pois acender a lenha, aquecer a água, produzir vapor e este, atingir a pressão ideal para dar movimento ao motor exigia alguma hora de trabalho e espera.

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Por outro lado os alemães não fabricariam ainda em 1929 um verdadeiro “dinossauro” na escala de evolução de nossa tecnologia, se este não tivesse mercado consumidor, não possuísse aplicabilidade  e compradores interessados. Fato que é fácil entender quando se observa o caso por um ângulo mais Riomafrense da época, onde não se encontrava postos de combustíveis com facilidade e preços acessíveis a uma máquina “beberrona”. Nessa situação, um motor à vapor, que utiliza água e lenha, possuía como  combustível, materiais de fácil acesso, baratos e disponíveis em praticamente todos os lugares para onde o rolo se locomove-se.

Ainda é bom lembrar que apesar da lentidão de sua velocidade, o volume de trabalho e a qualidade dos serviços realizados pelo rolo, na compactação dos solos de nossas ruas, estavam acima das realizadas até então por ação da força animal, ou seja uma máquina bem útil.

Assim a peculiaridade de nosso rolo compressor que por sí só já chamava a atenção das pessoas que o viam passar, aumentava à medida que os anos passavam e que novos maquinários, mais modernos, desfilavam ao seu lado, num interessante contraste visual.

Assim como as locomotivas, após várias décadas de uso, nosso rolo compressor à vapor foi vencido pelo tempo e pelo progresso, tornou-se obsoleto  e  foi desativado, porém, ao contrários das “Marias Fumaças”, que também marcaram época em Riomafra, ele ainda resiste, marcando presença em nossa paisagem, materializando não só lembranças de infância de algumas pessoas, como principalmente como o passado e a história de nossas cidades.

* Com informações do Arquivo Municipal Maria da Glória Foohs – Rio Negro e de Fábio Reimão de Mello

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2 COMENTÁRIOS

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  1. eu fui um privilegiado pois tive o prazer de poder andar nela, pois o operador Henrique era meu tio, uma lembrança maravilhosa que muito me emocionou.

  2. Me admirava sistema direção com correntes e engate marcha ré sem parar saia patinando para trás

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