Greve dos caminhoneiros continua com apoio dos riomafrenses

Por Gazeta de Riomafra - 26/05/2018

Anúncio do governo federal não seduziu os caminhoneiros e a greve continua em todo o país, ainda mais, após o tom ameaçador do discurso ameaçador do presidente Temer no início da tarde de ontem 25, em colocar o Exército e a Força Nacional nas ruas para desbloquear a estradas, que na verdade, não estão bloqueadas.

Aqui em Mafra a classe recebeu as declarações do presidente com indignação e falta de respeito com os caminhoneiros que continua parada no acostamento da BR-116 em ambos os sentidos. O ponto de concentração é no km 07, no ‘trevo do Mallon’.

Segundo eles, as declarações de Temer, são uma clara tentativa de desestabilizar o movimento e colocar a classe dos caminhoneiros contra a sociedade, além de mentirosas, “estamos agindo com a maior civilidade, respeitando o direito de ir e vir de todos sem obstrução de vias e respeitando os veículos com cargas vivas, perecíveis, ambulâncias e demais veículos oficiais†– alertam.

Com relação a ameaça de colocar o Exército e a força nacional para dissipar a greve, avisam que tal intimidação com a ação, apenas deu mais força a classe que a cada dia ganha mais apoio da população, não só em Mafra, região, mas no pais inteiro. “Não somos baderneiros, muito menos bandidos para o presidente ordenar o Exército para cima de nós, estamos lutando legitimamente por um direito nosso que irá beneficiar toda a população brasileira. Estamos falidos e não conseguimos mais sair daqui com nossos caminhões sequer para realizar este frete. Se continuarmos desta maneira iremos perecer, sendo assim, o governo irá nos sustentar e as nossas famílias� Pontuam os manifestantes acampados em Mafra.

POPULAÇÃO DE RIOMAFRA ABRAÇOU A CAUSA

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No ‘trevo do Mallon’ todos os dias chegam doações aos caminhoneiros e não é só da população, empresas e o comércio em geral estão ajudando a classe que segundo eles, hoje está representando todos neste país.

Agricultores e fumicultores de toda a região já se juntaram ao movimento colocando também suas máquinas agrícolas junto aos caminhões.

Na tarde de ontem 25, às 16h, ocorreu uma missa, celebrada pelo padre Eusébio da matriz São José, também em apoio aos caminhoneiros.

Na tarde da última quinta-feira 24 um grupo de manifestantes saiu do trevo da Souza Cruz em Rio Negro, fazendo uma carreata em direção ao posto Malon, também apoiado a classe.

Neste final de semana, também estão previstas outras manifestações de riomafrenses prestando solidariedade aos caminhoneiros, uma delas deverá sair da praça Lauro Müller também em direção ao acampamento dos caminhoneiros.

Ontem às 19h um grupo de motociclistas, partiram da praça dos Correios (Miguel Bielecki), passando pelas principais ruas da cidade, com destino ao posto Malon.

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Também ontem 25, a Associação Empresarial de Mafra (ACIM), CDL de Mafra e Rio Negro, SINCOMAFRA e OAB – Subseção Mafra, divulgaram uma nota a imprensa, em favor dos caminhoneiros, onde elas se manifestam a favor da greve, defendendo: O direito à manifestação do pensamento é livre em nosso país, cuja democracia consolidou-se ao longo dos anos, o movimento que se apresenta é justo e a reivindicação é legítima; O movimento atinge importante setor da cadeia de produção e a sua paralisação atinge os mais diversos setores da economia, bem como o cotidiano das pessoas; As manifestações devem ocorrer de forma pacífica e ordeira, com o respeito ao direito de ir e vir do cidadão e a manutenção das atividades essenciais; De toda a crise surgem soluções para os problemas, entendendo-se que este é o momento oportuno para incentivar-se um diálogo mais amplo que envolva a reforma tributária em todo o seu conjunto, atingindo a todos os setores produtivos – diz a nota.

MEDIDAS ANUNCIADAS PELO GOVERNO

Os caminhoneiros dizem que as medidas anunciadas pelo governo são muito superficiais e que as pessoas que participaram das negociações não representam a totalidade da classe. Segundo eles, fecharam um acordo com entidades que não representam 10% dos motoristas autônomos pra tapear e desmobilizar a greve. A ABCAM que representa 600 mil caminhoneiros e que iniciou a greve não aderiu ao acordo. Ou seja, a greve continua, “…esse governo safado está agindo sujo novamente, anunciando um acordo que na verdade não existe, e não atendeu as reivindicações da nossa categoria. Não caiam nessaâ€! Alertam e desabavam os caminhoneiros.

Segundo eles não é alguns centavos – coma retirada da CIDE – que vai fazer com que eles voltem a trabalhar. Eles querem que o Governo atenda a pauta deles de reivindicações: frete mínimo nacional, corte total do imposto PIS/CONFINS sobre o diesel e gasolina, redução dos pedágios para caminhoneiros, fim da CIDE, renegociação das dividas dos caminhoneiros e estradas em bom estado.

OUTROS PONTOS DE PARALISAÇÃO EM SC

Na BR-116, até Santa Cecília, próximo a nossa região, os bloqueios são no km 7 em Mafra, com ambos os sentidos liberados para veículos leves, ônibus, veículos de emergência e caminhões com carga viva e não tem registro de lentidão. Há paralisação de caminhões e carretas em acostamentos por aproximadamente 3 km em cada sentido; no km 54 em Papanduva, com ambos os sentidos liberados para veículos leves, ônibus, veículos de emergência e caminhões com carga viva. Caminhões parados no trevo de acesso ao município; e no km 138 em Santa Cecília com ambos os sentidos liberados para veículos leves, ônibus, veículos de emergência e caminhões com carga viva. Veículos de carga estacionados em faixa de domínio, não há registro de lentidão.

PONTOS DE PARALISAÇÃO NO PR

São mais de 220 pontos de manifestação em estradas do Paraná.

– Governo e representantes de caminhoneiros anunciaram ontem acordo para suspender greve

– No Paraná, caminhões com cargas essenciais serão liberados

– Principais cidades estão sem combustíveis

– Compradores somem das Ceasas de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há 84 pontos de protestos nas estradas federais. A última atualização foi feita pela PRF às 16h53min de ontem.

Não há interdições totais nas rodovias federais, conforme a PRF.

Uma determinação judicial proíbe que os caminhoneiros fechem totalmente as estradas federais, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora. A decisão é de 19 de maio.

Entre os pontos, nas cidades vizinhas de Campo do Tenente, Quitandinha e Madirituba, além da capital paranaense.

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