A tão esperada obra da ponte que liga Rio Negro à cidade da Lapa na localidade da Fazendinha, ainda não foi concluída e foi manchete por três vezes aqui na Gazeta, agora virou manchete vexatória na imprensa estadual. O grupo RPC noticiou o fato em duas oportunidades primeiro no seu jornal Boa Noite Paraná na noite desta segunda-feira (25) e a segunda nesta terça-feira (26) no jornal Meio Dia Paraná.

A obra da nova ponte em concreto, que substituiria a antiga ponte de madeira, foi anunciada em junho do ano passado. Inclusive foi matéria aqui na Gazeta na edição do dia 30 daquele mês: ‘Com investimento de R$ 1 milhão duas importantes obras serão feitas na Fazendinha – Uma é a construção da ponte de concreto na Fazendinha que faz ligação com a cidade da Lapa e a outra a o término das obras da quadra de esportes que irá atender a duas escolas da comunidade’.

Na época, durante a assinatura da ordem de serviço da obra, com a presença dos prefeitos de Rio Negro, Milton Paizani, e da Lapa, Paulo Furiatti, o deputado Alexandre Curi, secretários municipais, vereadores, representantes da empresa Berneck e lideranças locais, foi anunciado o investimento de R$ 600 mil e o prazo de seis meses para a construção da nova ponte.  Até hoje a ponte não foi terminada.

Por mais duas vezes ela também foi assunto aqui na Gazeta, no dia 18 de julho de 2018, quando publicamos a matéria: ‘Parte de ponte cai no momento em que ônibus escolar passava’, quando parte da ponte de madeira caiu no momento em que um ônibus passava sobre ela. E, no dia 16 de janeiro, quando anunciamos que a ponte velha estava interditada: ‘Ponte da Fazendinha que liga Rio Negro à Lapa é interditada’, na época a Prefeitura justificou que o atraso nos pagamentos fez com que os serviços de construção da nova ponte fossem suspensos, com isso atrasando o cronograma para sua finalização. Informou que o término da obra tinha previsão para o fim do mês de fevereiro ou mais tardar no início de março.

No último dia 14 (quinta-feira) a Prefeitura de Rio Negro distribuiu um release onde dizia que o prefeito Paizani, após reunião com o secretário de Estado da Infraestrutura e Logística – SEIL, Sandro Alex, havia conseguido garantias de conclusão das obras em andamento e que foram iniciadas ainda no governo Beto Richa e Cida Borghetti. Entre as obras citadas estava a conclusão da ponte da Fazendinha. Segundo a nota o secretário Sandro Alex garantiu que as obras em Rio Negro de sua secretaria estão garantidas e serão concluídas.

O mês de fevereiro chega ao fim amanhã, e na sexta-feira começa março e a ponte ainda não foi concluída. Desde a assinatura da ordem de serviço para execução da obra já se passaram 7 meses. E o jogo de “empurra-empurra” entre o estado e o município também.

Na matéria da RPC os moradores mostraram toda a indignação com o descaso do poder publico. “Estão brincando com o povo”, reclamou uma moradora.  Outro diz que tem que fazer um desvio de cerca de 40 Km para poder carregar e trabalhar, “Se nós carregarmos aqui, tem que sair por Rio Negro, pela BR-116, dar uma volta enorme, sendo que, por essa ponte, a gente carrega e sai reto por aqui”.

Outro morador que usa a ponte velha que está perigosa diz que “dá medo, mas não tem outra condição (…) o prazo de entrega era até dezembro, mudaram para fevereiro, para março, só não falaram de qual ano”, desabafa mostrando descrédito com o prazo final para execução da obra.

Nas imagens da televisão podemos ver que a antiga ponte não traz nenhuma segurança para quem se arrisca passar por ela, são muitas as madeiras soltas e em alguns pontos nem madeiras existem sendo possível ver as águas do rio da Várzea passando por baixo.

Em nota encaminhada para a RPC a Prefeitura disse que quem deveria fazer o pagamento à empreiteira contratada para terminar a estrutura é o governo do Paraná. Segundo o município, o estado não pagou a empresa, que paralisou os trabalhos.

Já o governo do Paraná disse que a obrigação de fiscalizar a obra é do município. Como houve lentidão no andamento dos trabalhos, o governo disse que notificou a Prefeitura.

Enquanto ninguém assume a culpa pelo atraso na obra os moradores querem que a nova ponte seja concluída o quanto antes.

Segundo os moradores que falaram a nossa reportagem, entendem que a Prefeitura deveria fiscalizar obra e cobrar mais serenamente do governo e não deixar o seu povo ficar usando uma ponte nestas condições.