Paraná vai fechar serviços não essenciais a partir da meia-noite de sexta (26) para sábado (27), anunciou o governo do estado. O toque de recolher também foi ampliado, e passa a valer entre as 20h e 5h.
As medidas, que valem até as 5h de 8 de março, foram tomadas por causa do aumento expressivo do número de casos da Covid-19 e pela taxa alta de ocupação de leitos nos hospitais de todo o estado.
As aulas presenciais em escolas e universidades públicas e privadas também ficam suspensas ao longo do período.
A decisão foi anunciada após uma reunião do governador Ratinho Junior e do o secretário da Saúde Beto Preto, no Palácio Iguaçu, em Curitiba, em que vários prefeitos participaram por teleconferência.
Segundo o governador Ratinho Junior (PSD), objetivo das medidas é fazer um “freio de arrumação” até que mais doses de vacinas cheguem ao estado.
“Nós estamos no pior momento deste um ano de enfrentamento da pandemia”, justificou o governador.
O novo decreto divulgado nesta sexta-feira determina as seguintes medidas:
São serviços essenciais:
Fiscalização
Segundo o secretário da Saúde Beto Preto, o toque de recolher foi ampliado porque a medida, adotada desde dezembro, tem sido eficiente.
“Decreto de restrição da mobilidade teve um êxito muito grande. Nos ajudou a chegar até aqui. Ele fez com que as equipes tivesse um pouco mais de folga para trabalhar”, disse.
De acordo com o governador Ratinho Junior, a fiscalização do cumprimento do decreto será rígida.
“Vamos impor multa para as pessoas que fizerem festas clandestinas e prisão. Isso será organizado e nós seremos extremamente rígidos com aqueles que não cumprirem o decreto, em especial se tratando de festa clandestina”, afirmou.
Internamentos
O Paraná bateu sucessivos recordes de internações por Covid-19 ao longo de fevereiro. Na quinta-feira (25), mais de 3 mil pessoas estavam internadas com a doença ou suspeita no estado. O índice foi um dos motivos, segundo o governo, para que novas medidas fossem adotadas.
De acordo com o governo, a taxa de óbitos em pacientes internados está em cerca de 25%.
Além dos internamentos, o governador afirmou que a fila de pessoas que aguardam um leito também é preocupante.
Nesta sexta-feira (26), a fila de espera por leitos, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), é de 578 pessoas.
Novos leitos
Além de anunciar medidas restritivas, o governo do estado anunciou a abertura de 99 leitos de UTI e 153 leitos clínicos em todas as regiões do estado.
Confira quais hospitais abrirão mais leitos:
Hospital Zona Sul de Londrina: 30 leitos de enfermaria
Hospital Zona Norte de Londrina: 20 leitos de enfermaria
Hospital do Coração de Londrina: 10 leitos de UTI
Hospital Bom Jesus de Ivaiporã: 4 leitos de UTI E 4 leitos de enfermaria
Hospital Regional de Ivaiporã: 10 leitos de enfermaria
Hospital Regional de Francisco Beltrão: 6 leitos de UTI
Hospital São Pelizzari – Palmas: 3 leitos de UTI
Hospital Cruz Vermelha – Castro: 10 leitos de UTI e 25 leitos de enfermaria
Hospital Municipal – Foz do Iguaçu: 20 leitos de UTI e 30 leitos de enfermaria
Hospital Metropolitano – Sarandi: 20 leitos de UTI e 34 leitos de enfermaria
Hospital Santa Rita – Maringá: 5 leitos de UTI
Hospital Municipal – Maringá: 10 leitos de UTI
Hospital Municipal – Cascavel: 6 leitos de UTI
Hospital Regional do Litoral – Paranaguá: 5 leitos de UTI
Mesmo como aumento dos leitos, o governador Ratinho Junior alertou que a ampliação da estrutura hospitalar é limitada.
“A estrutura é finita. Sem contar a questão dos profissionais da saúde, cada vez mais sobrecarregados e cansados em virtude de uma pandemia que já dura um ano. Serão dias turbulentos e, mais do que nunca, precisamos que quem puder fique em casa”, disse Ratinho Junior.
Vacina
Segundo o secretário Beto Preto, o Ministério da Saúde informou na quinta-feira (25) que em março o Paraná deve receber cerca de 1,7 milhão de vacinas.
Desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, o Paraná recebeu 641 mil doses.
Fonte: G1 Paraná