
A Secretaria Municipal de Saúde de Rio Negro está reforçando a importância da prevenção, testagem e conscientização sobre as hepatites virais. As unidades básicas de saúde estão realizando testes rápidos e oferecendo a vacinação, além de orientações para prevenção e encaminhamento para tratamento sempre que necessário.
As vacinas contra as hepatites A e B estão disponíveis em todas as unidades de saúde do município, bem como as demais vacinas que fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação. No caso da Hepatite C, há medicamentos eficazes que possibilitam a cura da doença. Nas unidades também há testes rápidos de Hepatite B e Hepatite C, além de testes de Sífilis e de HIV.
O Calendário Nacional de Vacinação prevê uma dose da vacina recombinante contra a Hepatite B ao nascer (preferencialmente até o 30º dia de vida) e a continuidade do esquema com a vacina pentavalente aos dois, quatro e seis meses de idade. Atualmente cobertura vacinal para a Hepatite B (para menores de 30 dias) está em 93,33% em Rio Negro, de acordo com os dados contidos na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). A meta de cobertura dessa vacina é de 95%.
JULHO AMARELO
Neste mês há a campanha “Julho Amarelo”, que representa uma oportunidade de ampliar o diálogo com a população e destacar o papel essencial da prevenção das hepatites virais, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dessas doenças silenciosas, mas com alto potencial de agravamento.
A mobilização e a vigilância conjunta entre o poder público, os profissionais de saúde e a sociedade civil no enfrentamento às hepatites virais é de grande importância. “A prevenção salva vidas, e é por isso que ações como o Julho Amarelo são essenciais para manter esse tema em evidência e garantir que a população procure os serviços de saúde”, destacou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
INFECÇÃO E CUIDADOS
As hepatites A e E são transmitidas pelo consumo de água e alimentos contaminados por fezes, e estão ligadas às condições precárias de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos. Geralmente, essas infecções são benignas e autolimitadas, podendo ser mais brandas em crianças e mais graves em adultos.
Já as hepatites B, C e D são transmitidas por contato com sangue ou fluidos corporais contaminados, por via parenteral, percutânea e vertical (de mãe para filho), por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de objetos perfurocortantes (como lâminas de barbear, alicates de unha e agulhas) ou por exposição a material biológico contaminado durante procedimentos cirúrgicos, odontológicos, transfusões, hemodiálises e endoscopias sem observância das normas de biossegurança.
SINTOMAS E DETECÇÃO
Na maioria dos casos, a infecção pelo vírus da Hepatite é silenciosa e não apresenta sintomas. Quando presentes, os sinais podem incluir cansaço, febre, mal-estar, tontura, náuseas, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Em caso de sintomas ou contato com casos confirmados, a orientação é procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível.
A detecção dos vírus que causam as hepatites virais é feita por meio de testagem. Para as hepatites B e C, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta testes rápidos.
DADOS
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022 aproximadamente 254 milhões de pessoas estavam infectadas por Hepatite B, e 50 milhões por Hepatite C em todo o mundo, resultando em 1,34 milhão de mortes, principalmente por complicações como cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC). A OMS projeta que, até 2040, as hepatites B e C poderão causar mais mortes do que tuberculose, HIV, Aids e malária somadas.
De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2025 o Paraná registrou 846 casos de Hepatite A, 7.288 de Hepatite B, 5.069 de Hepatite C, e 424 casos em gestantes. No mesmo período foram contabilizados 608 óbitos relacionados às hepatites virais no Estado. Esses números reforçam a necessidade de vigilância constante e atuação integrada em todas as regiões do Paraná.
A maioria dos casos de Hepatite A ocorreu em pessoas com idade entre 20 e 34 anos, sendo 71,9% do sexo masculino. Já os casos de Hepatite B e C concentram-se nas faixas etárias de 35 a 49 anos e de 50 a 59 anos, respectivamente, também com predominância masculina.
HEPATITE A
Em 2024, um surto de Hepatite foi registrado em algumas cidades do Paraná. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em parceria com os municípios, coordenou uma campanha de vacinação direcionada à população vulnerável, o que possibilitou o controle rápido da doença e o retorno à curva endêmica.
A comparação entre os períodos de janeiro a julho dos anos de 2024 e 2025 evidencia uma redução de 86% nos casos: foram 522 notificações em 2024, contra 74 no mesmo período de 2025 em todo Paraná. Com relação às mortes, também houve queda expressiva: enquanto sete mortes foram registradas no primeiro semestre de 2024, em 2025 esse número caiu para uma, o que representa a redução de 85,7%.
* Com informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa)