O Senado aprovou nesta segunda-feira (30) em sessão virtual, por 79 votos a zero, o projeto que prevê o repasse de R$ 600 mensais a trabalhadores informais. A aprovação foi motivada pela pandemia do novo coronavÃrus, e o texto prevê o pagamento por três meses.
A proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o projeto, o pagamento do auxÃlio será limitado a duas pessoas da mesma famÃlia.
O projeto do governo previa R$ 200 por mês. No Congresso, os parlamentares aumentaram o valor para R$ 600.
Pelo texto, a trabalhadora informal que for mãe e chefe de famÃlia terá direito a duas cotas, ou seja, receberá R$ 1,2 mil por mês, durante três meses.
A proposta estabelece uma série de requisitos para que o autônomo tenha direito ao auxÃlio, apelidado por alguns parlamentares de “coronavoucher”.
Segundo o projeto, o trabalhador precisa ter mais de 18 anos, cumprir critérios de renda familiar e não pode receber benefÃcios previdenciários, seguro desemprego nem participar de programas de transferência de renda do governo federal, com exceção do Bolsa FamÃlia
De acordo com a Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, o auxÃlio emergencial, nos três meses de pagamento, representará cerca de R$ 59,8 bilhões.
O relator da proposta no Senado, Alessandro Vieira (Cidadania-SE), propôs algumas mudanças na redação da proposta que não forçaram o reenvio do texto para a Câmara dos Deputados.
Uma das mudanças prevê que o benefÃcio será recebido pelo trabalhador em três prestações mensais, para garantir que a ajuda seja concedida ainda que haja atraso no cadastro dos beneficiários.
O projeto altera uma lei de 1993, que trata da organização da assistência social no paÃs.
De acordo com o texto, durante o perÃodo de três meses, será concedido auxÃlio emergencial de R$ 600 ao trabalhador que cumpra, ao mesmo tempo, os seguintes requisitos:
O auxÃlio será cortado caso seja constatado o descumprimento de desses requisitos.
O texto diz também que o trabalhador deve exercer atividade na condição de:
A proposta estabelece ainda que somente duas pessoas da mesma famÃlia poderão receber o auxÃlio emergencial e o benefÃcio do Bolsa FamÃlia, podendo ser substituÃdo temporariamente o benefÃcio do Bolsa FamÃlia pelo auxÃlio emergencial, caso o valor da ajuda seja mais vantajosa.
As condições de renda familiar mensal per capita e total serão verificadas por meio do CadÚnico, para os trabalhadores inscritos. No caso dos não inscritos, as condições serão verificadas por meio de autodeclaração, através de plataforma digital.
O projeto também define que o auxÃlio emergencial será operacionalizado por bancos públicos federais, que ficam autorizados a efetuar o pagamento por meio de conta do tipo poupança social digital, de abertura automática em nome dos beneficiários.
A proposta estabelece que o Executivo regulamentará o auxÃlio emergencial e que o perÃodo de três meses de concessão da ajuda poderá ser prorrogado por ato do governo durante o perÃodo de enfrentamento da pandemia provocada pelo novo coronavÃrus.
O projeto também autoriza o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a antecipar R$ 600 para as pessoas na fila do BenefÃcio de Prestação Continuada (BPC), durante o perÃodo de três meses.
Também autoriza o INSS a antecipar um salário mÃnimo para as pessoas que estejam na fila do auxÃlio-doença, durante o perÃodo de três meses, desde que sejam cumpridos alguns requisitos.
Impasse no BPC
O projeto tenta resolver um impasse em relação ao BenefÃcio de Prestação Continuada (BPC), pago no valor de um salário mÃnimo por mês a idosos ou pessoas com deficiência de baixa renda.
O Congresso havia ampliado o limite de renda para ter direito ao pagamento do benefÃcio, que valeria já para este ano. Com isso, mais pessoas passariam a ser beneficiadas, elevando as despesas públicas.
O presidente Bolsonaro, no entanto, vetou o projeto alegando que não havia sido indicada fonte de receita, mas os parlamentares depois derrubaram esse veto.
O governo federal, então, recorreu ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que a ampliação do limite valesse apenas a partir do ano que vem.
O ministro do TCU Bruno Dantas atendeu o pedido do governo, mas, no último dia 18, voltou atrás e suspendeu a própria decisão por 15 dias.
O projeto aprovado nesta quinta pela Câmara tenta resolver a divergência. O texto define a partir de quando as novas regras passarão a valer. A proposta, porém, cria exceções diante da crise do novo coronavÃrus.
Pelo projeto, terão direito ao benefÃcio pessoas com mais de 65 anos ou com deficiência que tenham renda familiar per capita:
No entanto, diante da pandemia do novo coronavÃrus, o projeto abre brecha para ampliar o critério da concessão de benefÃcio ainda neste ano.
O benefÃcio poderá ser concedido para quem recebe até meio salário mÃnimo per capita, em escala gradual a ser definida em regulamento, de acordo com uma série de fatores agravados pela pandemia, como comprometimento socioeconômico familiar.
Fonte: Portal G1