Na primeira sessão ordinária do ano da Câmara de Vereadores de Rio Negro o guarda-parque, Rivael Cordeiro, servidor público municipal, usou a tribuna para fazer reivindicações em favor da categoria.
Rivael contou que o último concurso para contratação de guardas-parques em Rio Negro foi em 2011, ano em que ele e outros companheiros fizeram o concurso, sendo contratados em 2012. E desde então, com o passar dos anos, o trabalho vem se tornando cada vez mais perigoso e eles não estão sendo assistidos pela Prefeitura Municipal de Rio Negro, com o aumento de servidores, apoio jurídico, equipamentos e uniformes.
Segundo informações, existem 27 guardas no quadro de funcionários da Prefeitura para atender e cuidar de todo o patrimônio municipal. Destes, apenas 7 trabalham no Parque Ecoturístico Municipal Seminário São Luis de Tolosa – sede do executivo municipal – em quatro turnos, os demais estão divididos em outros prédios e espaços municipais, também em escala de quatro turnos.
No uso da tribuna ele listou aos vereadores algumas reivindicações da categoria, que faz toda a segurança dos prédios como a Prefeitura, escolas, unidades de saúde, praças, etc.
Quanto ao Seminário São Luis de Tolosa apontou que existe câmeras de vigilância (videomonitoramento), porém eles se quer têm acesso, ou sabem se estão realmente em funcionamento e que a iluminação do local é precária, que existe incidência do consumo de álcool e drogas nos fins de semana e de caçadores que invadem o parque no período da noite. “É difícil a noite que não escuto disparos de armas de fogo [no parque]”, falou.
Sobre o videomonitoramento ele diz que outros espaços possuem o sistema, mas assim como no Seminário eles não tem acesso, apenas o superior direto deles, ou seja o chefe dos seguranças.
Para nossa redação o guarda-parque relatou que em alguns locais se transformam em verdadeiras praças para consumo de drogas, vandalismo e até para a prática de sexo, citando a Rodoviária e Escola Ana Zorning que no início da noite é invadida por “vândalos” e lembra que lá também existe câmaras de monitoramento.
Sempre, nestes casos, o guarda de serviço aciona a Polícia Militar que devido ao baixo efetivo acaba não atendendo a chamada. Porém quando a ocorrência é atendida e as medidas cabíveis são tomadas pelas forças de segurança, como prisões, eles não tem apoio jurídico da administração municipal, ficando sem assistência jurídica e são obrigados a contratar advogados de forma particular.
“Tem guardas que estão sendo ameaçados e que sofrem agressões durante o seu trabalho”, conta Rivael. Relata que ele mesmo já sofreu ameaças até por estar sozinho e os vândalos perceberem a fragilidade da segurança municipal
Ele relata que recebem apenas uma camisa, uma calça, um par de sapatos e uma jaqueta para o desempenho da função, o que obriga eles a comprarem o uniforme e equipamentos como uma lanterna para poderem trabalhar.
Denúncia que grande parte dos bens públicos são mal iluminados como a própria sede do executivo municipal. E que existe locais que não tem as mínimas condições de trabalho como na Unidade de Pronto Atendimento – obra inacabada – que não tem luz, água e local para o servidor ficar, assim como no Cemitério Municipal, onde o guarda fica alojado em uma sala com materiais de construção. Lembrando que trabalham em escala de 12h por 36h e possuem apenas 15 minutos para almoço.
Após usar a tribuna da Câmara na última terça-feira 05/02, para expor as condições de trabalho a categoria ainda não foi procurada pela administração municipal e estuda levar os pleitos ao Ministério Público local, pois segundo Rivael, eles executam os trabalho de guardas-municipais e vigilantes e podem estar inclusive estar trabalhando em desvio de função e correm riscos iminentes sem serem assistidos de forma adequada pela Prefeitura.
Um dos casos recentes e que foi amplamente noticiado pela imprensa local, foi o assalto há uma mulher que transitava pelas trilhas do parque do seminário no último dia 05/02 e foi surpreendida por dois elementos, um deles de posse de um revolver, deram voz de assalto à vítima.
Um dos questionamentos é: se existem câmaras de vigilância e estão em funcionamento, por quê não se idêntica estes casos e tomam atitudes contra os autores que invadem estes locais e até mesmo não coíbem tais fatos?
No caso do assalto a mulher nas trilhas, cadê as câmeras de monitoramento, bem como se existissem mais vigias, fatos como este, poderiam ter sito evitados.
Nossa reportagem tentou contato com o executivo rionegrense, que até o fechamento desta reportagem não contatou com nossa redação para expressar sua versão ao caso.