Alguns dos colegas vereadores condicionaram o retorno a Câmara com a perda da presidência, se sair da Prefeitura, vai perder a presidência. “Isso é um absurdo, é uma ganância, se eu sair da política em dezembro vou levar essa mágoa, se eu ficar estou inelegível e se voltar perco a presidência, política não se faz assim, falta em Mafra políticos responsáveis, que pensem no município e para isso não precisa pisar em ninguém. Eu espero que a população veja isso, fique atenta, não se chega no poder por força, mas sim pela democracia”.

A imprensa foi convocada na manhã de quinta-feira para um pronunciamento do prefeito Paulo Sérgio Dutra. Desta vez o assunto da coletiva foi a eleição para prefeito no próximo dia 25.

Paulinho disse queria reforçar que vai deixar seu projeto pessoal de lado, o que não é uma decisão fácil, já que se permanecer ficará inelegível para vereador. Falou que a reeleição pelo trabalho estava fazendo e condições políticas, nesse ano seria mais fácil.

Fez questão de dizer que não estava em seus planos concorrer a prefeito, mas mediante os fatos teve certas decepções, “acho que falta em Mafra é um pouco de espírito público, colocam projetos pessoais a frente de tudo, e a cidade para. Isso o preocupante, já que não se pode ter sede pelo poder, e é isso que esta havendo na política de Mafra”, disse o prefeito.

Diante do cenário político atual, Paulinho disse que quem acaba perdendo é o município, e é isso que precisa ser mudado, “essa mentalidade, brigas políticas, eu tinha um entendimento entre Câmara e Prefeitura, mas hoje o que eu vejo é um projeto de uma pessoa só”, desabafou.

Disse ainda que não teve oportunidade de sentar com os colegas vereadores, acha que propositalmente para que não tivesse oportunidade de expor seus planos.

O atual chefe do executivo mafrense disse que fez o máximo possível nestes 15 dias diante da Prefeitura e se esforçou para passar tranquilidade aos funcionários.

“Eu estou abrindo mão de um projeto pessoal, eles podiam pensar em me deixar aqui até o final do ano, mas esta difícil ter um entendimento deste tipo, peço que parem de brigar e vamos analisar”. Paulinho comparou esta eleição indireta com as eleições de outubro e disse que tem gente fazendo um trampolim disso e ele como político, no cargo em que esta, não admite isso.

25 de abril

Paulinho disse que vai ficar até o dia 25 de abril na Prefeitura, e assim abre mão da reeleição, um projeto pessoal, avisou que quem sentar na cadeira de prefeito vai ter que dar continuidade e respaldo, mas terá que ter comprometimento com a cidade e com os funcionários da Prefeitura.

Terá que dar andamento aos projetos que já foram iniciados e que são necessários para o município. Pediu cobrança da imprensa neste sentido.

Dutra disse que hoje tem uma visão diferente da figura do prefeito, e sabe o que dá e o que não dá para fazer e se caso não voltar para a Prefeitura, vai cobrar isso até o dia 31 de dezembro.

Câmara

Alguns dos colegas vereadores condicionaram o retorno a Câmara com a perda da presidência, se sair da Prefeitura, vai perder a presidência. “Isso é um absurdo, é uma ganância, se eu sair da política em dezembro vou levar essa mágoa, se eu ficar, estou inelegível e se voltar, perco a presidência, política não se faz assim, falta em Mafra políticos responsáveis, que pensem no município e para isso não precisa pisar em ninguém. Eu espero que a população veja isso, fique atenta, não se chega no poder por força, mas sim pela democracia”.

Paulinho disse que são poucas oportunidade de deixar um legado bom, e nesta posição tem condições de fazer isso.

“Em Mafra existe um ódio político, só falta mandar matar um, um destruir o outro, só falta acontecer isso aqui”, disse Paulinho indignado. Falou que vai voltar de cabeça erguida se não ganhar, e não vai fazer represália com ninguém, vai continuar seus projetos.

Acha que o fato de ter executado várias obras nestes dias, citando o mutirão, fez com que os parlamentares agissem dessa forma. Disse ter respaldo nas coisas que tem feito. Citou que estava segurando suas proposições enquanto vereador, para não dizerem que estava priorizando.

Esclareceu que quando sair da Prefeitura vai fazer uma prestação de contas para a imprensa, e da mesma forma vai deixar projetos para serem colocados em prática por quem o suceder.

Foi questionado sobre este ódio político, de ser antigo ou recente. Disse achar recente, e que de uns anos pra cá as coisas tomaram tamanha proporção.

“O político que não aceitar crítica, saia da política, é um cargo publico”, frisou Dutra.

Eleição

Dutra contou que procurou o juiz eleitoral, que o adiantou que não assumiria a Prefeitura e que não existe a possibilidade do vice-presidente da Câmara assumir o Executivo.

Falou que espera que haja um consenso para seu nome na eleição do dia 25, e que deixaria pra os vereadores decidirem quem seria seu vice.

Sombra

Por conta da situação criada dentro da Câmara e tendo que se posicionar, Paulinho disse que algumas pessoas estão achando que ele pode “fazer sombra” nas eleições de outubro, já que com a possibilidade de ficar até dezembro, poderia concorrer à reeleição para prefeito.

Deixou claro que seu partido está alinhado para apoiar determinado candidato, mas não necessariamente vai ser o seu apoio, citando como exemplo a última eleição municipal onde apoiou um e seu partido outro. Em sua opinião a ingerência não é dos vereadores, mas vem de fora, e por isso acha que este cenário pode mudar.

Foi sugerido um terceiro nome, de um empresário, um administrador, e Paulinho disse que isso seria ideal, um consenso, mas acha que os vereadores não votariam. “Mafra precisa de um prefeito administrador que tenha gerência na Prefeitura”.

Encerrou dizendo ouviu a resposta de um vereador nesta semana falando que queria ajudá-lo, mas por causa do partido não poderia. Para Paulinho este vereador deveria ter o pensamento a favor do município, já que é o lugar onde vai criar seus filhos e não no partido que amanhã ou depois pode deixar.