No último dia 31 encerrou-se as atividades referentes ao 2º Congresso Internacional Sustentabilidade e Habitação de Interesse Social (CHIS 2012). Tal evento, que contou com a presença de renomados profissionais da área vindos de vários cantos do Brasil e do mundo, teve um diferencial: um concurso internacional de estudantes. Este concurso tinha como fins a elaboração de um projeto arquitetônico e urbanístico capaz de integrar, proteger com segurança e dar maior dignidade e qualidade de vida à população residente na Ilha do Pavão, em Porto Alegre. Diversas equipes de vários países e estados brasileiros participaram do concurso trazendo ideias inovadoras e qualificadas à questão da habitação social sustentável. Houve propostas da Espanha, Argentina, Portugal, Colômbia, Nigéria, Reino Unido e de diversos estados do Brasil, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Ceará etc.

Nesse mesmo dia, na tarde de encerramento do Congresso, houve a cerimônia de divulgação dos vencedores do concurso. Três equipes, entre as tantas, foram premiadas. No ato foi possível que cada equipe defendesse seu projeto. A equipe que se classificou em terceiro lugar era composta por alunos da Universidade Federal de Santa Catarina. Em segundo lugar, alunos da Universidad Nacional Del Litoral, de Santa Fé, Argentina. E em primeiro lugar a equipe formada pelos alunos Franthesco Spautz e Rodrigo Marques, da PUCRS de Porto Alegre. Os prêmios respectivos foram de R$2.000,00, R$6.000,00 e R$10.000,00.

A equipe vencedora contagiou o público e os jurados com um projeto responsável, sustentável e inovador. Rodrigo Marques é de Maquiné, interior do RS. Franthesco Spautz é natural de Mafra, porém residiu a maior parte da sua vida em Rio Negro. Estudou no Colégio Estadual Doutor Ovande do Amaral. É filho de Dulcineia Marciana Bannack e Mauri Abelio Spautz. Esta conquista é um grande acontecimento para Riomafra, visto ser um importante prêmio de arquitetura e urbanismo de escala internacional conquistado por alguém natural dessa região. Demonstra reconhecimento do valor e da força da nova geração de profissionais que qualificará estas cidades.

O projeto não apenas teve reconhecimento técnico como emocionou a população da Ilha do Pavão e levou a esta gente maior esperança de um futuro melhor. Sua base foi estruturar a comunidade a partir do trabalho com lixo, o usando como matéria prima para as construções e gerando espaços de incrível vitalidade urbana e relações sociais protegendo todos das cheias sazonais do Guaíba. A cultura interiorana, sobretudo a partir da infância na Vila Zelinda em Rio Negro, onde há organização das comunidades  relações interpessoais aliadas à humildade e o senso comunitário do homem, foram grandes bases para a produção do projeto.

“Ilha de Lixo” (título do trabalho) será publicada em mídias da área, e será objeto de palestras e trabalhos junto à Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a comunidade do Bairro Arquipélago, de modo que estas ideias sejam em parte concretizadas trazendo, à população carente ribeirinha uma nova perspectiva de futuro e condições mais humanas de vida, trabalho e interações sociais.

Fotos:

Dupla vencedora (Foto por Tatiana Santos Kochhann)