Construção da fábrica de ração em Itaiópolis: mais um discurso político não cumprido

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 27/04/2013 - 17h48

Lá em junho do ano de 2008 a população de Itaiópolis ouvia rumores da instalação de uma fábrica de ração nas proximidades do frigorífico de aves, as margens da rodovia Br 116, no aceso do município. A sociedade sabia, a bocas miúdas, que seria um mega investimento que se fazia necessário para aumentar a produção de aves no município e também a sua economia, gerando assim dezenas de empregos.

Mas, passaram-se quase cinco anos e ninguém jamais ouviu ou viu fábrica alguma de ração em Itaiópolis. Parece mesmo que esse assunto foi palanque eleitoral da política e mais uma vez ficou apenas nos discursos políticos enfadonhos e mentirosos. Naquela ocasião, a então empresa Avita, que era a proprietária do Frigorífico que hoje recebe o nome de Tyson, exigia quatro alqueires de terras do município para a instalação da fábrica. A Prefeitura já havia disponibilizado dois, mas precisou ofertar mais dois, sob pena da fábrica de ração ser construída em outro município da região.

Na época, em junho de 2008, o prefeito de Itaiópolis era Ivo Gelbcke. Depois de muita discussão, a Prefeitura para não deixar a fábrica “ir embora” doou o terreno, mas nada naquela área de terra foi construído. Naquele mesmo ano, a presidência e a diretoria da Associação Comercial de Itaiópolis pressionou o governo Gelbcke, para fazer a dação do imóvel.

Recentemente o assunto veio à tona novamente na Câmara de Vereadores de Itaiópolis. Um vereador apresentou requerimento de informações a Prefeitura pedindo o cronograma de construção da fábrica de ração. A reportagem da Gazeta de Itaiópolis foi até a Prefeitura, para conhecer a lei de doação do terreno e em que passo anda a construção da fábrica.

O procedimento de doação do terreno foi autorizado pela lei ordinária municipal nº 291, de março de 2009. Sendo assim, uma área de 88.600,97 m² avaliada em R$ 150 mil de propriedade do município de Itaiópolis foi doada a Macedo Agroindustrial Ltda. A lei prevê que a empresa use exclusivamente esse terreno, localizado na localidade de Cabeça Seca, para a construção de uma fábrica de ração, gerando de inicio no mínimo 20 empregos.

A empresa beneficiada com o imóvel, segundo a lei, precisa fazer investimento de no mínimo R$ 10 milhões, contados a partir da data da outorga da escritura do imóvel. A empresa Macedo deveria ter iniciado a obra após três meses do recebimento da escritura e concluí-la em 24 meses.

Caso isso não fosse cumprido, e como não foi, o terreno retorna automaticamente ao município por decreto do prefeito municipal. No dia 20 de outubro de 2009, a lei ordinária número 333 foi publicada e determinou que as obras iniciassem no dia 01 de janeiro de 2010, estabelecendo o dia 31 de dezembro de 2012 para a sua conclusão.

Mais uma vez, a lei não foi respeitada e a empresa não cumpriu, deixando de iniciar a obra de construção da fábrica de ração. No último dia 18 de abril o prefeito de Itaiópolis Gervásio Uhlmann (PSC), preocupado com a situação de falta de informações da Macedo encaminhou oficio solicitando o cronograma de instalação da fábrica de ração no terreno doado pela Prefeitura.

Segundo a controladoria interna da Prefeitura, a empresa Tyson (frigorífico de Itaiópolis) sequer recebeu o oficio, recusando fazer protocolo ou dar visto de recebimento. Isso mostra claramente que a Macedo não tem preocupação de iniciar a fábrica de ração em Itaiópolis. O poder executivo municipal disse que vai procurar outros meios para notificar a empresa, pelo descumprimento do acordado na lei.

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