Temporal, granizo e ventos de mais de 100 quilômetros danificam dezenas de casas e lavouras em Itaiópolis

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 30/10/2010 - 01h59

No inicio oficial da semana de comemorações cívicas pela passagem do aniversário de 92 anos de emancipação de Itaiópolis, um fato atípico amedrontou dezenas de munícipes. Na segunda-feira, 25 de outubro, por volta das 17h15, uma tempestade atingiu a Zona urbana no sentido sul e parte da área rural. Nuvens negras carregadas, rajadas de vento, chuva de granizo destelharam várias residências, destruíram plantações e sucumbiram araucárias e outras espécies. Os bairros mais atingidos foram Lucena e Vila Nova. Pelo menos cinco postes de energia elétrica ficaram comprometidos e um, na Rua Serafim Furtado de Mello, no bairro Lucena, ameaçava cair.

O dia de segunda-feira, em Itaiópolis, teve temperatura amena, com sol e sem sinais aparentes de chuva significante. A zona Norte urbana da cidade não foi atingida e o fato foi encarado como novidade para muitas pessoas, pois o temporal atingiu apenas uma parte do município, tipicamente e semelhante a tempestades de verão. A Gazeta de Itaiópolis flanou pelo bairro Lucena no final da tarde de segunda, e o que se observou foram moradores com medo, temendo novo fenômeno da natureza. No pátio das casas, uma camada espessa de gelo, fruto do granizo. Casas destelhadas e várias árvores pelo chão. Esse era o cenário dos bairros acometidos pela intempérie. Segundo Henrique Fernandes Carvalho, 68 anos, que vive no conjunto Habitacional Lucena há 60 anos, o fato é inédito em seis décadas.

“Nesse tempo que moro aqui nunca vi um temporal desse tipo”, disse. Segundo moradores, que tiveram a residência danificada, o temporal durou cerca de 10 minutos. A população não soube explicar o fenômeno, pois não era possível distinguir o episódio. “Caiu chuva, granizo, névoa e vento; tudo ao mesmo tempo”, disse Irineu Carvalho, que reside no bairro Lucena.

Versatilidade dos trabalhos da Defesa Civil e Bombeiros Voluntários amenizam estragos da tempestade

Os 10 minutos de temporal causaram pânico nas famílias, que sentiram os reflexões da tempestade. Os telefones de emergência do Corpo de Bombeiros Voluntários de Itaiópolis e da polícia militar começaram a tocar. Os Bombeiros, juntamente com a Defesa Civil do município fizeram uma operação conjunta, para atender as residências e vias públicas acometidas por algum dano em virtude da tempestade. A PM fez um cordão de isolamento na Rua Serafim Furtado de Mello, para impedir o fluxo de pedestres e veículos, pois um poste oferecia riscos de queda.

Uma equipe da Defesa Civil se mobilizou no levantamento de danos e na distribuição de telhas e lonas plásticas para as casas danificadas. Segundo a Defesa Civil Municipal, a estimativa é que o vento atingiu mais de 100 quilômetros por hora. Até a tarde de quarta-feira, conforme a Defesa Civil, pelo menos 24 moradores já haviam recebido telhas e um morador recebeu tijolos. A operação do Corpo de Bombeiros, logo após cessar o temporal, segundo o subcomandante Jociano Siqueira envolveu cinco homens e encerrou por volta das 20h30. Pelo menos sete árvores foram removidas de rodovias, sendo uma na Avenida Alexandre Ricardo Worrel, uma na Rua Francisco Daudt Loures, uma árvore que atingiu um automóvel no bairro Vila Nova, uma que caiu sobre a residência de Alfeu Rogalski e deixou parcialmente destruída, também no bairro Lucena e três árvores na rodovia SC-419, que deixaram o trânsito em meia pista.

A defesa civil municipal estima que pelo menos 3,5 famílias foram prejudicadas, de alguma maneira, pela intensidade da tempestade. A Gazeta de Itaiópolis entrevistou o secretário executivo da Defesa Civil de Itaiópolis, Cássio Edmundo Bilicki, para saber quais ações foram desenvolvidas pelo órgão para restabelecer a segurança das vítimas (residências) da tempestade.

Entrevista

Gazeta de Itaiópolis – O que a Defesa Civil Municipal fez para atender as vítimas do temporal de segunda-feira?

Cássio Bilicki – Distribuição de lona plástica para os atingidos e orientação de segurança.

Gazeta de Itaiópolis – Quantas casas foram atingidas?

Cássio Bilicki – Inicialmente foram verificadas 78 que sofreram danos, e duas foram destruídas.

Gazeta de Itaiópolis – O que houve? Destelhamentos?

Cássio Bilicki – Destelhamento e perfurações por granizo.

Gazeta de Itaiópolis – Houve vítimas?

Cássio Bilicki – Não. Somente afetadas.

Gazeta de Itaiópolis – Houve desabrigados ou desalojados?

Cássio Bilicki – Somente deslocados para a casa de vizinhos e parentes.

Gazeta de Itaiópolis – Quais as zonas mais atingidas? Zona Sul, Zona leste? Quais bairros mais atingidos?

Cássio Bilicki – Bairro Lucena e bairro Vila Nova.

Gazeta de Itaiópolis – Propriedades rurais foram atingidas? Quantas? De que tipo? Destelhamento? Queda de árvores?

Cássio Bilicki – Estamos efetuando o levantamento dos danos, cerca de oito propriedades rurais foram atingidas com destelhamento, sofreram perdas em lavouras de fumo, milho, tomate, repolho. Aproximadamente 2 mil hectares atingidos. Na fruticultura houve perda total de produtividade em 10 hectares de plantação de pêra. Houve também queda de árvores em várias propriedades, danificando desde cercas, rede elétrica, até construções rurais e residenciais.

Gazeta de Itaiópolis – Para as vítimas foi ofertado auxilio? Telhas? Mão de obra?

Cássio Bilicki – Sim. Lonas, telhas e tijolos.

Gazeta de Itaiópolis – Houve granizo, vendaval? Qual é a tipificação desse fenômeno, para a Defesa Civil?

Cássio Bilicki – Precipitação de granizo, acompanhado por ventos fortes seguido de chuvas fortes.

Gazeta de Itaiópolis – Qual foi à velocidade dos ventos? O senhor tem como mensurar?

Cássio Bilicki – A Defesa Civil não tem como mensurar, mas, segundo o entrevistado, a velocidade do vento foi superior a 100 quilômetros por hora.

Gazeta de Itaiópolis – A riscos (previsões) de novos episódios aqui em Itaiópolis?

Cássio Bilicki – Previsto novos temporais para os dias 30 e 31 de outubro, segundo informações do site da Defesa Civil Estadual.

Gazeta de Itaiópolis – É comum esse tipo de fenômeno para essa época do ano aqui em Itaiópolis? Ou na região?

Cássio Bilicki – Sim. Pois quando o clima esquenta e está previsto chuva existe a possibilidade de granizo.

Gazeta de Itaiópolis – Quais são as recomendações da Defesa Civil para a população nesse tipo de situação?

Cássio Bilicki – Abrigar-se em locais mais seguros como banheiros das casas de alvenaria.

Gazeta de Itaiópolis – Por quem a vítima de intempéries climáticas deve chamar?

Cássio Bilicki – Acionar a Defesa Civil da comunidade e o corpo de Bombeiros pelo telefone de emergência 193.

Gazeta de Itaiópolis – Houve interrompimento no abastecimento de energia elétrica? Aonde? Sabe informar?

Cássio Bilicki – Sim. Região do São Pedro, bairro Lucena e São João.

Gazeta de Itaiópolis – Quais as equipes envolvidas no trabalho de ajuda as vítimas? Polícia, bombeiros voluntários?

Cássio Bilicki – Polícia Militar, Bombeiros Voluntários, CELESC, Prefeitura, comunidade e o COMDEC.

Gazeta de Itaiópolis – O senhor estima, de maneira geral, qual foi o prejuízo dessa tempestade? Em valores?

Cássio Bilicki – No momento torna-se difícil quantificar, pois a perdas nas lavouras de fumo, milho, pêra e tomate. Ainda estamos realizando os levantamentos de perdas.

Gazeta de Itaiópolis – Outras informações que o senhor quiser acrescentar?

Cássio Bilicki – Ter cuidado com a rede elétrica.

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