Avicultores cobram soluções para crise do setor na Assembleia Legislativa

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 11/11/2013 - 16h11

Integrantes de Associações de Avicultores do Planalto Norte e Médio Vale e também do Sul do estado lotaram as dependências do Plenarinho Paulo Stuart Wright, na Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (4), para chamar atenção sobre a crise no setor avícola de Santa Catarina. Eles participaram de uma reunião encabeçada pela Comissão de Agricultura e Política Rural. Os produtores reclamam principalmente dos preços do frango pago pelas integradoras, que não cobrem os custos de produção e inviabilizam a permanência na atividade. Eles lembram que os avicultores também cobram uma solução para a renegociação de seus financiamentos junto às instituições financeiras.

O presidente da principal integradora do estado, a JBS Aves Brasil, Jamis Cleary, prometeu um estudo da Embrapa para revisar os custos de produção e uma negociação aberta com os avicultores com proposta de solução até o dia 23 deste mês. Ele apresentou dados da empresa que no ano passado comprou os grupos Seara, Agroveneto e Tramonto e começou a atuar no estado desde maio de 2012. “O Brasil de um modo geral está perdendo competitividade para países como Turquia e a Argentina. Temos falta de incentivos fiscais e a logística de grãos que vem do centro oeste do país encarecem os custos”, frisou. “A concorrência está cada dia mais forte e temos mão de obra cara em Santa Catarina”, ainda afirmou o executivo da empresa que gera 5.100 empregos no estado.
A Presidente da Associação dos Avicultores do Planalto Norte e Médio Vale, Lisa Mara Cristoff Netipanyj afirmou que nos últimos três anos houve uma queda de cerca de 45% na receita dos avicultores o que inviabiliza que eles honrem os compromissos com seus financiamentos. “Percebemos que neste mesmo período, as integradoras que alegam crise de grãos executaram um grande plano de expansão. Além disso, Santa Catarina e Paraná se alternam no posto de estados que mais exportam aves no país”, citou. “Temos avicultores com 100% dos seus aviários financiados. Precisamos de uma negociação na qual eles não comprometam mais do que 45% de sua receita com esta despesa para continuarem produzindo”, sugeriu.

O presidente da Associação dos Avicultores do Sul do Estado, Emir Tezza, ameaçou parar a produção, caso não haja negociação efetiva e aumento no valor pago pela integradora. “Se continuar assim, a avicultura não dura mais dois anos. Recebendo cerca de R$ 0,48 por ave vamos parar”, disparou. Ele ainda cobrou a postura dos políticos frente à situação. “Parece que a agroindústria é intocável. Tem que olhar pros dois lados. Na integração, estamos lá em baixo. Falta nivelamento e no caso da integração tem que haver parceria não apenas cobranças das integradoras”, apontou. “É fundamental que haja um reconhecimento com a categoria que trabalha 24 horas por dia em seus aviários, senão vai faltar o produto na mesa”, emendou Lisa Netipanyj.

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