Na última quarta-feira aconteceu às 19h, em Itaiópolis na Câmara de Vereadores, a audiência pública promovida pela casa e que contou com a presença de um grande número de pessoas que lotou o auditório da Câmara, ficando inclusive pessoas do lado de fora.

O assunto único desta audiência foi a escolha do local de construção do PSF (Posto de Saúde Familiar Central) que a principio, o executivo teria escolhido o terreno entre a Casa da Cultura e a Biblioteca Municipal. Como existem munícipes a favor e outros contra a esse local, então foi realizada essa audiência, afim de tentar encontrar uma solução para o caso.

Após a abertura da sessão, fizeram uso da palavra, Raquel Zanelatto, representando o Conselho de Cultura e Araci Gelbcke e o presidente municipal do Conselho de Saúde Carlos Josinei Siqueira que passou a palavra a Araci e também o prefeito em exercício José Eraldo Schritke, participou da audiência. Nos debates houve também a palavra de alguns vereadores e do público em geral.

A presidente do Conselho Municipal de Cultura contesta a área escolhida pelo município, alegando que foi procurada por representantes da comunidade indignados e contrários a construção uma unidade de saúde naquela área, por vários motivos como a sua localização ficaria no meio da biblioteca e da Casa da Cultura onde poderia prejudicar o atendimento das consultas, visto que no local é de intenso barulho, como a banda marcial musical, aulas de bateria  e do grande ruído produzido pelas crianças que frequentam as oficinas da casa da cultura, também aventou a possibilidade de um surto epidemiológico e transmissão de doenças contagiosas nas crianças e até de adultos, devido sua grande circulação na área, originadas pelo posto de saúde se ali for instalado.

Raquel argumentou também que o posto deveria ser instalado próximo ao hospital, no “Verdão”, ou próximo a alguma outra unidade de saúde, ou até num bairro, onde poderia inclusive ajudar no crescimento do mesmo. Citou como sugestão um imóvel disponível situado próximo a garagem da Prefeitura.

A presidente do Conselho disse que esta área, pelo contrário, deveria ser utilizada para a cultura, devido a sua localização, próxima a colégio, Casa da Cultura e Biblioteca, inclusive já existe um projeto pela Secretaria de Cultura Esporte e Lazer para a construção de um anfiteatro no local, lembrou Raquel. Sugeriu também que ali poderia ser construído um auditório, sala de exposições, ou até para abrigar o arquivo público do município, além de documentos históricos, fotografias, pesquisa, periódicos etc.

Araci Gelbke se pronunciou dizendo que só a partir de 2010 o Ministério da Saúde começou a financiar projetos nos municípios como estes postos de saúde. Em março de 2013 foi levado ao conhecimento do conselho que poderia apresentar projetos de valores maiores para construção de postos como este. Neste momento foi pedido três unidades de saúde para Itaiópolis sendo contemplado com os as três pelo Ministério, no valor de R$ 408 mil cada.

Araci explica que na elaboração do projeto era necessário indicar o local e o terreno a ser construído o posto, sendo que na época tinha-se disponíveis apenas três terrenos, “…um entre a Casa da cultura e a biblioteca, outro do lado da APAE, onde é os canteiros da Prefeitura e ou terceiro um terreno que fica numa barroca situado no bairro Paraguaçu, perto de uma creche que está “rolando problemas” que vocês sabem qual é…” explicou Araci.

Salientou também que o terreno tem que ser o adequado e numa área onde haja maior segurança, onde há outros prédios públicos, evitando depredações como já aconteceu num posto do interior, e que foi discutido dentro do conselho em mudar o local do posto, porém há riscos em mudar o local agora, especialmente em ano político é de perder o prazo de inserção da obra no sistema e se perder o prazo o recurso não é mais liberado este ano. Lembra também que até agora nunca foi apresentado ao conselho um terreno diferente desde indicado pelo prefeito. Atentou e o prazo para mudança de endereço no sistema expirou em 31/12/2013 e que no estágio atual, o projeto não pode mais sofrer modificações, pois já está em licitação. Mesmo porque até aquela dada não se tinha nenhum outro terreno a não ser este para ofertar.

Araci finalizou dizendo que: “…ou a gente faz agora este posto, no local onde foi incialmente projetado, ou vamos perder esta unidade de saúde” – sentenciou.

Tiveram também várias manifestações da platéia, como a de um cidadão pediu a palavra e disse que este questionamento do local do terreno já havia sido aventado dentro do conselho há um ano e que já se previa que iria ocorrer contestação com relação ao local e nada foi feito e que ele esteve presente em todas as reuniões do conselho e nunca foi dito que o dinheiro já estava na conta do município. Araci contestou dizendo que ele já faltou sim em reuniões do conselho e que tem atas que comprovam que foi dito que o dinheiro já estava na conta e que tudo isto já foi discutido. Se comprometeu em enviar as atas para a Câmara.

Alguns vereadores também se pronunciaram se colocando contra o local e alegando haver muitos locais melhores e mais apropriados, já que Itaiópolis esta entre os dez municípios de maior território do estado. Um dos terrenos apropriados e indicado por alguns vereadores e munícipes seria no antigo hospital o “Verdão” ou no estacionamento do hospital ao lado do SAMU, que aliás a verba destinada para o município é para a construção de três unidades de saúde.

Houve momentos acalorados e de acusações em que alguém da plateia pediu a palavra e arguiu que ainda é tempo para mudar o local da construção e perguntou a Araci dizendo que há boatos de que funcionários serão demitidos se trocarem o local do posto.

O vice-prefeito de Itaiópolis José Eraldo Schritke, desde o inicio da semana (07/04) ocupa o cargo de prefeito se comprometeu em seu depoimento se colocando a disposição para a resolução do entrave,  só que será o prefeito titular  Gervásio Uhlmann, quem dará o veredito final do local desta obra, adiantou o prefeito em exercício.

Conclui-se que ainda não foi encontrada uma solução, já que o prefeito titular não se fez presente e, é dele a palavra final. Porém esta audiência pública foi um marco importante para tornar esse ato, o mais democrático possível, colocando o povo junto na decisão. Agora é esperar o executivo municipal que com certeza, irá com muita cautela escolher  a melhor opção. Porém a polêmica ainda está longe de terminar, pois acredita-se que dificilmente o prefeito Gervásio mudará o local do posto.

A Câmara de Vereadores ficou lotada para discutir onde o PSF deve ser construído

Um dos locais onde foi sugerido pela comunidade a construção do PSF

Local onde a Prefeitura quer construir o PSF