Servidores municipais de Itaiópolis participam da 8ª Marcha dos Trabalhadores

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 15/04/2014 - 14h05

As seis principais centrais sindicais do país realizam na última quarta-feira, 9, a 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, na praça da Sé, centro de São Paulo.

O objetivo do ato é chamar atenção para a pauta trabalhista, que inclui, entre outras reivindicações, a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário, manutenção da política de valorização do salário mínimo e fim do fator previdenciário.

A expectativa das centrais foi reunir até 50 mil manifestantes até o fim do ato, que deve ser encerrado por volta do meio dia.

Participam da marcha a Central Única dos Trabalhadores, a União Geral dos Trabalhadores, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, a Força Sindical, a Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil e a Nova Central Sindical de Trabalhadores.

Nove mil pessoas, segundo a PM, e 35 mil, segundo a CUT, saíram em caminhada do centro até a avenida Paulista.

Bandeiras de diferentes cores foram hasteadas pelos militantes na praça da Sé, que seguiram em caminhada até a avenida Paulista. No trajeto, que reuniu cerca de 40 mil pessoas, a marcha encontrou trabalhadores (as) do cotidiano da metrópole em mercados, padarias, comércios e nas ruas da cidade. Nas calçadas, ouviam atentos as falas dos dirigentes em cima dos caminhões. Com críticas, sugestões e elogios ao movimento sindical, eles falaram sobre as dificuldades que enfrentam.

Do município de Itaiópolis, planalto norte do estado de Santa Catarina, participaram da marcha os funcionários públicos municipais Aldair João Zayons e Marta Elisete Gelbcke. Os dois atuam como agentes comunitários de saúde no município, que tem pouco mais de 20 mil habitantes.

Marta e Aldair se juntaram a comitiva catarinense, organizada pela Nova Central Sindical de Trabalhadores. 80 trabalhadores catarinenses participaram do evento. Eles foram a São Paulo em dois ônibus, sendo um pelo litoral e outro que saiu da cidade de Xanxerê, no oeste.

Apesar do cansaço físico, Aldair e Marta demonstraram satisfação em participar da marcha, que hasteou as principais bandeiras da classe trabalhadora brasileira. “Agradecemos ao nosso Sindicato dos Servidores que concedeu essa oportunidade de participarmos deste evento tão importante e também a secretária da saúde, Jucemara Schmitz, por ter dispensado nós para essa viagem”, destacaram os funcionários.

A opinião de Alan é compartilhada pelo manobrista Augusto Silva, de 36 anos, que reclama da jornada de trabalho. “O projeto de lei 4330 que está nas bandeiras eu não conhecia, mas sou também contra a exploração. Quem não é contratado por CLT sofre em dobro. Eu mesmo tenho que trabalhar de segunda a sexta e, ainda, aos finais de semana”.
Para o porteiro Manoel Rufino da Silva, de 54 anos, a política de valorização do salário mínimo deve ser fortalecida. “Já fui obrigado a fazer dupla jornada para conseguir ganhar melhor. Cheguei do Nordeste e passei por muita discriminação. Quem contrata só se preocupa com o lucro próprio. Trabalho há 30 anos no mesmo prédio e há muito tempo recebo apenas R$ 1.070 e nenhum benefício”.

A diarista Elenilza Santos trabalha há 20 anos como empregada doméstica. Para ela, a conquista de direitos no Brasil demora para avançar no país. A PEC das domésticas, promulgada há um ano, até o momento não foi regularizada. Ela estabelece jornada de trabalho de 8 horas diárias para faxineiras e babás, por exemplo, e que o salário dessas trabalhadoras não seja inferior ao mínimo.

O aposentado Gerson Nunes, de 54 anos, aponta como prioridade o fim do fator previdenciário e a lotação dos trens. “Esse negócio de fator que to ouvindo eu não sei explicar direito, mas foi Fernando Henrique [ex-presidente do país] que criou. O que sei mesmo é que eu ganhava R$ 2 mil reais e depois que me aposentei passei a ganhar R$ 600 a menos. Se isso é o tal fator, tá prejudicando muita gente”, afirma Nunes, que hoje faz bicos na construção civil para sobreviver.

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