Após percorrer as principais ruas e estradas de 13 países diferentes, com sua bicicleta, Antônio Rogério do Nascimento, de 36 anos, chegou na última semana ao município de Quitandinha, região metropolitana de Curitiba. Conhecido como Neguinho do Asfalto, são mais de 23 anos na estrada e 250 mil quilômetros percorridos.
Sua viagem pelo mundo iniciou em 1991 com o objetivo de pagar a promessa a Nossa Senhora. Quando criança, Neguinho do Asfalto sofreu de paralisia infantil e não enxergava. Fez transplante dos rins, de um dos pulmões, além de implante de uma válvula no cérebro e ainda de um marca passo no coração. Prometeu, então, que se ‘sobrasse saúde’ pedalaria pelos próximos 30 anos.
Em fevereiro de 1991, aos 14 anos, ele saiu de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, sua cidade natal, para pagar a promessa. De lá para cá, passou por países como Argentina, Bolívia, Venezuela, Equador, Peru, Colômbia e Chile, isso somente na América do Sul. Viajou também pela América Central, mais especificamente no Panamá e Haiti. Neguinho do Asfalto ainda foi para a África, onde passou por Angola, Moçambique e Senegal. Já na América do Norte ele percorreu as estradas do México.
Carregando consigo apenas pequenas e poucas coisas, o que sobra para Neguinho do Asfalto, além da boa vontade, são as muitas histórias desta aventura. E uma delas é a mais marcante. De passagem pela Argentina, queimaram a bandeira do Brasil, amarraram os seus pés e mãos e lhe deram óleo queimado. Além da atitude covarde, os argentinos ainda o avisaram que o lugar de macaco seria no Brasil.
E a promessa tem data para terminar. Encerrará em 2022, mais precisamente no dia 8 de fevereiro daquele ano. Neste dia ele deverá estar nos Estados Unidos, quando terá concluído o seu ato de fé.
Porém, para completar esta jornada, Neguinho do Asfalto vem contando com o importante apoio da população, comerciantes e do poder público por onde passa.
Após passagem por terras quitandinhenses, Neguinho do Asfalto seguiu para Curitiba, onde havia agendado uma entrevista para a TV. Depois ele continua com a aventura de fé, que deve durar ainda, aproximadamente oito anos.