Fossa coletiva da Cohab Lucena está vazando há oito meses e moradores reclamam do mau cheiro

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 22/01/2011 - 00h21

Com o excesso de chuva, a fossa transborda e invade o curso de um córrego. Acompanhando o curso da água, os dejetos humanos descem rio abaixo. No local existe uma pequena cachoeira, que serve como local de banho para crianças, nos dias de calor

Morar em qualquer um dos dois conjuntos habitacionais (Cohab) do município de Itaiópolis não é sinônimo de ser marginalizado, discriminado ou fracassado. Nesses locais, de moradias coletivas, o que não falta mesmo é gente boa, de caráter e trabalhadora. Mas, no entanto, esses conjuntos parecem que sempre ficam esquecidos aos olhos da administração pública. São ruas esburacadas, falta de sistema de esgotamento sanitário entre outros problemas. Na Cohab do bairro Lucena, onde vivem mais de 120 famílias, o maior problema é a “fossa negra†receptora dos dejetos humanos. Os banheiros das casas são interligados por sistema de tubos, que são desprezados em uma fossa coletiva.

Entretanto, a fossa está cheia, descoberta, transbordando, servindo como depósito de lixo e exalando mau cheiro, o que causa muito desconforto aos moradores. As famílias já não sabem mais a quem pedir ajuda, para que a fossa seja esgotada e devidamente coberta. Dona Aglaer Elizabete Biliski Nunes da Silva, 54 anos, mora na Rua Alfredo Trindade número 129, na Cohab Lucena há 25 anos. A casa dela fica a cerca de 150 metros da fossa receptora e já é possível sentir o mau cheiro, mesmo nessa distância. Imagine as casas que foram construídas ao lado da fossa? Dona Aglaer reclama do mau cheiro que sai do próprio banheiro da casa de pouco mais de 90 metros quadrados e disse que o problema existe por que a fossa coletiva está cheia, portanto, há o retorno dos dejetos. Os moradores da Cohab Lucena estão se mobilizando para convocar autoridades ambientais competentes, na expectativa de solucionar o problema da fossa.

“Temos que pagar os impostos em dia, mas não vemos melhorias aqui na Cohab, sequer a Prefeitura nos ajuda a esgotar a fossaâ€, lamenta dona Aglaer. O problema de a fossa coletiva estar cheia surgiu há cerca de oito meses, quando se agravou, mas já se arrasta por mais de três anos. As famílias disseram que na gestão do ex-prefeito Ivo Gelbcke, no ano de 2005, um caminhão de uma empresa desentupidora fez a limpeza da fossa e o problema foi resolvido momentaneamente. Depois disso, nenhuma vez a fossa foi esgotada. A aposentada Amália Henrique de Melo, 74 anos, que vive a 20 anos na Cohab Lucena, na mesma rua de dona Aglaer, também está descontente com o mau cheiro da fossa receptora. A aposentada também sofre com o retorno de dejetos, no próprio banheiro, devido a fossa estar cheia. Para tentar amenizar o problema, os moradores improvisam soluções domésticas, para tentar contornar o problema.

“Cheguei a usar Coca-Cola com soda cáustica e gastei mais de R$ 10,00, para tentar desentupir o meu banheiroâ€, explica dona Amália. Além de oferecer riscos de contaminação à população, o local onde está à fossa serve ainda para depósito de animais em decomposição. Ao lado da fossa, desprovida de qualquer tipo de segurança, passa uma das nascentes do Rio Vermelho. Com o excesso de chuva, a fossa transborda e invade o curso do córrego. Acompanhando o curso da água, os dejetos descem rio abaixo. No local existe uma pequena cachoeira, que serve como local de banho para crianças, nos dias de calor. A água é fétida, possivelmente contaminada por excretas humanas.

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