É só o tempo começar a ficar carregado para chuva, que a aposentada Elizabet Penkal, 65 anos, fica em estado de alerta, temendo que a água de um córrego, que passa as margens de sua casa invada o interior da propriedade. De cabelos brancos, mãe de um filho excepcional, que vive junto com ela, a aposentada disse que o pequeno riacho transborda frequentemente. Basta uma pancada de chuva que dona Elizabet já começa a esquentar a cabeça. A dona de casa mora na Rua Coronel Antonio Correa número 1011, no centro da cidade.
O riacho, que passa ao lado da casa da aposentada demarca os limites geográficos entre o centro urbano e o bairro Bom Jesus e também é um dos afluentes do rio da Lança. Durante o último temporal de segunda-feira, 17 de janeiro, que caiu durante a noite em Itaiópolis a casa da aposentada, por pouco, não foi invadida por água e lama. De acordo com Elizabet, a parte de traz da casa foi tomada pela água que inundou parte de um galinheiro e também o canil. O pequeno córrego, que é vizinho do terreno da aposentada está completamente tomado pelo matagal, por terra e entulhos de lixo, que vem sendo trazido pela enxurrada.
Segundo dona Elizabet, há mais ou menos três anos que começou o problema de transbordamento do riacho. Ela reside no local há mais de 30 anos. Pelo menos duas vezes, após a chuva, a casa da aposentada foi tomada pela enxurrada, que atingiu parte da lavanderia e da cozinha, sem contar na parte dos fundos do terreno, onde ficam os abrigos dos animais. Por pouco, o temporal de segunda também não causou maiores prejuízos a aposentada, que se sentiu aliviada com a água do córrego baixando lentamente. A moradora contou que em outra ocasião de temporal teve prejuízo com a morte de galinhas, por afogamento. Isso tudo, é claro, sem contar nos transtornos que a água da chuva causou ao invadir o interior da propriedade.
A aposentada de 65 anos, disse que está insegura e que não consegue dormir sossegada nas noites de chuva e temporal, com medo de que o córrego transborde e invada as dependências da casa. Conforme dona Elizabet, um terreno que fica do outro lado do córrego e pertence a um empresário foi utilizado como pista de MotoCross, e a movimentação da terra as margens do córrego pode estar contribuindo com o açorreamento e o transbordamento das águas. A aposentada disse que procurou a Prefeitura e o setor da Defesa Civil municipal, mas alegaram a falta de projetos e escassez de recursos para a limpeza do córrego. No entanto, nesse último temporal de segunda a aposentada explicou que não procurou os órgãos competentes por ser um evento de menor monta e que não causou prejuízos.
Também nas proximidades da casa da aposentada, sob a Rua Coronel Antonio Correa existe uma ponte, construída com tubos em concreto para dar vazão à água do córrego. Segundo Elizabet, o sistema de tubulação está obstruído e isso também ajuda no alagamento de sua casa. “Na chuva de segunda-feira, os cães que estavam no canil lá de trás tiveram que sair a nado”, disse a aposentada, cansada de tanto buscar uma solução ao problema.
