Sem “papas na lÃnguaâ€, o agricultor Amandus Bauer, de 60 anos, da localidade de Seção Wagner, interior de Itaiópolis, participou da última reunião da Câmara de Vereadores, realizada na segunda-feira (14) e expos a situação da ponte sobre o Rio Bituva, na divisa do municÃpio de Itaiópolis com Mafra, localizada na estrada geral Moema – Rio da Areia. O agricultor cultiva 50 alqueires de grãos, alternando a cultura do milho com a soja. A produção chega a 12 mil sacas. Assim como Amandus, outros agricultores também dependem da ponte em boas condições, para transportar a safra. Mas, o sofrimento chegou ao fim, pelo menos é o que se vê.
A Prefeitura de Itaiópolis fez o conserto da ponte, que recebeu madeira de eucalipto nova. Mas até a ponte ser consertada, Amandus pode escrever vários capÃtulos de esforços e sacrifÃcios, além de riscos ao fazer a travessia da ponte, com caminhões carregados de grãos e também máquinas e implementos agrÃcolas. Segundo o agricultor, no mês de maio de 2010, ele juntamente com Moacir Kostecki, “Luizinhoâ€, Márcio e Vicente fizeram um conserto provisório, por conta própria na ponte, para dar condições de tráfego da safra. A ponte corria risco de ceder, mas foi suspendida com auxilio de um macaco hidráulico e calçada, segundo Bauer.
No entanto, houve repressão do chefe do setor de obras, que atua na Moema e também é vereador, que tentou impedir a atitude do grupo em consertar a ponte. Mas, conforme Amandus, depois de ser consertada provisoriamente, várias cargas de grãos passaram sobre a ponte, sem que houvesse problemas. Por outro lado, depois de nove meses de sofrimento, Amandus percebeu que a ponte sobre o rio Bituva voltou a oferecer riscos. O agricultor recorreu ao prefeito do municÃpio e também ao secretário de Obras, que prontamente se deslocaram ao local e autorizaram o inicio das obras de recuperação da ponte. Para contribuir com a Prefeitura, Amandus fez a doação de madeira, para ser utilizada na parte de baixo da ponte (sustentação).
No último dia 21 de fevereiro, a Prefeitura iniciou as obras e conclui os trabalhos em uma semana. Mas, infelizmente, segundo Amandus Bauer, houve uma falha dos responsáveis em acompanhar o trabalho, que fazem parte do grupo de obras da Moema. Segundo o agricultor, um dos chefes da Moema ordenou que as pontas dos pranchões fossem decepadas. Em tese, foram desperdiçados cerca de 60 centÃmetros de madeira, que vai fazer falta para a passagem segura das máquinas agrÃcolas. Os “tocos†da madeira foram empilhados na lateral da cabeceira da ponte.
A ponte tem aproximadamente 4,30 metros entre corrediças. Segundo o agricultor, uma máquina colheitadeira tem em média 5,10 metros entre pneus. De vão, a ponte tem cerca de 11 metros. A cobertura da ponte e as corrediças foram confeccionadas com madeira de eucalipto novo (pranchões). O agricultor Amandus Bauer também reclamou da atuação do responsável pela equipe de obras da Moema, que também é vereador. “Ele disse que se eu doasse a madeira ele não colocaria a mão na ponte, e depois de iniciada as obras foi correndo lá verâ€, afirma Amandus.
O agricultor é um exemplo de parceria, e fez questão de agradecer ao prefeito e ao secretário de obras pelo apoio na recuperação da ponte, mas criticou a atuação de algumas figuras polÃticas como é o caso do responsável pelas obras da Moema, que atua também como vereador.
