As Ciências Sociais e os Desafios Profissionais

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 17/04/2011 - 23h18

Por Everton R. Kociolek

Tornou-se lugar comum nos discursos de analistas sociais, empresários, economistas, administradores, educadores e comunicadores, entre outros, partirem do pressuposto de que o mundo em que vivemos caracteriza-se pela complexidade das relações nas quais se move a vida de bilhões de seres humanos na cotidianidade.  O pressuposto é válido, mesmo que não represente novidade, se levarmos em consideração que o mundo se constitui a partir das relações e interações que o seres humanos estabelecem entre si a milhares de anos como condição de luta pela sobrevivência, de busca de melhores perspectivas de vida, de felicidade.

Neste sentido, nos diversos contextos relacionais que se constituíram como totalidade de sentido e finalidade existencial, os seres humanos foram desafiados a responder e a constituir relações políticas, econômicas, sociais e culturais específicas, que acomodassem suas expectativas vitais. Ou seja, a constituição de um kosmos, uma determinada ordem que justificasse a primazia da vida humana diante do conjunto da vida que se apresenta em seu em torno, e que em grande medida permanece presa as necessidades cegas da natureza.

Sob esta perspectiva, o mundo que se constitui neste primeiro decênio do segundo milênio da civilização ocidental é o resultado, em larga medida, de relações e interações humanas nas mais diversas esferas da vida social constituídas ao longo dos séculos XIX e XX.  Talvez se possa dizer que nestes últimos 200 anos, alcançamos um grau de complexidade civilizatória jamais presenciadas em outros contextos de mundo que nos antecederam. Quase a totalidade das tecnologias que são utilizadas em todas as esferas da vida social e individual, foi desenvolvida neste período.

De meados do século XIX aos nossos dias, convivemos com um mundo que se constitui em torno de uma racionalidade científica e técnica  avassaladoras, e que afirma em alto e bom tom que o que importa é fazer. Um slogam publicitário de uma empresa privada em educação superior é sintomático neste contexto: “Não basta saber, é preciso saber fazerâ€. É esta ênfase num saber técnico e excessivamente pragmático que foi denominado como “razão instrumental†por cientistas sociais e filósofos pertencentes a Escola de Frankfurt.

A razão instrumental caracteriza-se pelo esvaziamento da centralidade humana de seu próprio fazer. Ou seja, a ciência e a técnica tornaram-se um fim em si mesmo. Que se faça tudo o que cientificamente e tecnicamente for alcançado pelo engenho humano. “A execução técnica dispensa o debate e a justificativa éticaâ€.  Nesta mesma direção, também a economia tornou-se um fim em si mesmo, globalizada, financeirizada, suprime fronteiras, dispensa massas de trabalhadores, determina quem obterá cidadania global pela sua capacidade de produção e consumo, e quem não terá acesso e direito a esta cidadania.

É diante destas complexidades e desafios que constitui nosso mundo, que se constata o crescente anseio por uma visão e ação, na política, na economia, na educação, na cultura, fundada numa racionalidade que tenha como pressuposto a centralidade da condição humana. O homem é um fim e si mesmo, a ciência, a técnica, a economia, somente se justificam se estiverem a serviço do mundo humano.

Empresas, empreendimentos, racionalidades públicas de Estados comprometidos com os desafios contemporâneos, apontam para a necessidade de contratação de profissionais que tenham uma consistente formação humanista, para além de sua formação técnica específica. Capacidade de interpretação, reflexão, análise e compreensão da dinâmica social em curso é condição sine qua non para o exercício profissional bem sucedido. O desenvolvimento destas potencialidades humanas é a espinha dorsal do Curso de Ciências Sociais, que forma em Sociologia, Ciência Política e Antropologia, e que o torna reconhecido e necessário na formação profissional dos homens e das mulheres que tem e terão o desafio de renovar o mundo em cada uma de suas decisões.

Venha fazer Ciências Sociais na UnC.  O curso funciona em regime especial com aulas na sexta-feira a noite e durante o sábado matutino e vespertino. Maiores informações com o Coordenador do Curso, professor Eduardo Gomes de Melo pelos telefones: 47-3622-9999 ou 47-84094715 ou acadêmico Everton R. Kociolek, telefones: 9619 – 1869 ou 3652 – 1634.

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