Professores do Virgílio Várzea prestam contas aos pais sobre greve na educação

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 28/05/2011 - 19h29

Os professores da escola estadual Virgílio Várzea, de Itaiópolis, permanecem em greve. Na noite da última quinta, 26, os professores se reuniram com pais de alunos no Clube 16 de Abril, para prestar esclareciemntos. A reunião teve inicio com exibição de vídeo do pronunciamento da professora do Rio Grande do Norte, Amanda Gurgel. No vídeo a professora contextualiza a realidade da educação no país; a falta de valorização dos professores com salários miseráveis e as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia pelos professores. A professora Elizabete disse que o Virgílio Várzea é a escola de referência do municipio, pois dispõe de segurança e ambientes agradáveis. Os professores da escola, segundo Elizabete, buscam frequentemente capacitações. Por outro lado, a escola necessita fazer rifa para sobreviver no tocante a manutenção periódica e encargos com alguns funcionários. Ainda, segundo a professora, falta espaço físico na escola e as salas de aula estão superlotadas. O Virgílio Várzea tem 1.200 alunos. Dispoe de apenas um laboratório de informática e não tem refeitório para os alunos.

O professor Vilmar Stoltz discorreu aos presentes sobre a criação e aplicação da lei federal 11.738 de 2008, que trata do piso nacional salarial para o magistério. Algusn estados contestaram a legalidade da lei, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a constitucionalidade da lei em abril de 2011. A Lei deveria estar vigorando desde janeiro de 2009, mas os estados negligenciaram seu cumprimento, que acabou hoje culminando na greve dos professores. Segundo os professores, até então o magistério recebia de salário R$ 930,00. Em 2010 houve reajuste de 7,8% paasando para R$ 1.024,00. Em 2011, com a atualização das tabelas, o reajuste deveria ser de 15,9% passando o piso do magistério para R$ 1.187,97. No entanto, o estado de Santa Catarina não cumpriu a lei e as tabelas não foram atualizadas. Hoje o magistério recebe pelo estado R$ 961,82. O governo do esado prometeu reajustar o valor para R$ 1.684,96 por 40 horas de trabalho para professores com o magistério. Para os professores com formação acadêmica (faculdade) a situação é pior. O salário da categoria, após o reajuste para o magistério ficou estagnado. Os professores com licenciatura plena recebem hoje pelo estado R$ 1.441,50. Com o reajuste passarão para R$ 1.684,96. No entanto, o valor pleiteado é de R$ 1.935,99. Mas até o momento não houve acordo entre o Sinte e o governo. Os professores com licenciatura e pós-graduação recebem hoje R$ 1.784,87. O salário pleiteado por esta categoria é de R$ 2.471,45. O vale alimentação dos professores, por dia trabalhado é de R$ 6,00. O professor Vilmar exibiu algumas planilhas de concursos públicos que estão abertos no estado. Os exemplos foram do Detran e da Casan. Para se ter uma idéia, um instalador hidráulico da Casan, de acordo com o edital do concurso, que precisa apenas de ensino fundamental vai receber em média R$ 1.200,00. O valor corresponde a um teto superior de um professor. Segundo a professora Maria de Lourdes, o Sinte ainda não chegou a um consenso de valores salariais com o governo. A expectativa é que na próxima semana ocorra o desfecho da greve. Os professores da escola Virgilio Várzea vão permanecer em greve, mas na própria escola e fora das salas de aula. Quanto a reposição das aulas, os professores garantiram aos pais que os alunos não serão prejudicados. Os professores devem comunicar aos pais dos alunos através da imprensa (rádio) e jornal o dia da retomada das aulas, ainda sem previsão, devido ao não acordo do governo com o Sinte.

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