Família aguarda amargurada conclusão de inquérito policial que iniciou no dia 08 de fevereiro, para apurar a morte de um bebê na Maternidade do Hospital Santo Antônio de Itaiópolis, minutos após ter nascido. Já se passou mais de seis meses da morte, mas o laudo da necropsia ainda não saiu

Até hoje, já se passou seis meses e 19 dias da morte de um recém nascido na maternidade da Fundação Hospitalar Municipal Santo Antônio, de Itaiópolis. Mesmo com a ordem do Ministério Público do município, em abrir inquérito policial, que iniciou no dia 08 de fevereiro de 2011, para apurar as causas da morte do bebê, a polícia responsável pela investigação ainda não concluiu o inquérito. E o que é pior: a dor da família continua, sendo que os pais buscam incansavelmente explicações para a morte do menino, que morreu minutos após ter nascido. O tema foi abordado por uma vereadora na última sessão do poder Legislativo de Itaiópolis, realizada na segunda, 15 de agosto.
A parlamentar explicou detalhadamente os fatos e disse que ao chegar ao Hospital (Maternidade) Santo Antônio no dia 01 de fevereiro, por volta das 17h 45, recebeu a notícia triste da própria família, de que o neném havia falecido após o parto. A vereadora explicou que acompanha até hoje a situação do caso. De acordo com a parlamentar, a pedido de familiares acompanhou até o Ministério Público da Comarca, que determinou a abertura do inquérito, que está sendo coordenado pela polícia civil do município e também pelo Instituto Geral de Perícias (IGP).
No dia 09 de fevereiro de 2011, o corpo do bebê foi exumado, onde o IGP coletou amostra de tecido e órgãos para exame de necropsia (reportagem publicada na Gazeta de Itaiópolis dia 12 de fevereiro). Segundo o médico legista, o resultado da necropsia, exame que apontaria as causas da morte do bebê, ficaria pronto em até 15 dias. No entanto, até hoje a família ainda não recebeu os laudos dos exames e também o relatório da conclusão do processo investigativo.
A vereadora que acompanha o caso disse que buscou informações sobre a legalidade do funcionamento da maternidade da Fundação Hospitalar Municipal Santo Antônio. Em resposta as investigações da parlamentar, a Prefeitura disse que contratou médico clínico geral, mas que atuava na função de obstetra. A Prefeitura informou também, em resposta a vereadora, que contratou o médico Flávio Steinhorst como plantonista, embora seja médico pediatra também.
No que diz respeito à documentação necessária para o funcionamento da Maternidade do Hospital, segundo a vereadora, a Prefeitura não encaminhou a documentação solicitada. De acordo com a parlamentar, após a obtenção de informações preliminares foi constatado que a Maternidade da Fundação Hospitalar Municipal Santo Antônio não estava inscrita e nem cadastrada junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina (CREMESC).
A maternidade não possuía alvará operacional e também não dispunha de médico indicado para responder sobre atos profissionais junto ao CREMESC. A vereadora pediu providencias urgentes ao secretário de saúde do município, para que regulariza com urgência a situação na Maternidade, para que não ocorram mais prejuízos a saúde de munícipes. A Maternidade da Fundação Hospitalar Municipal Santo Antônio entrou em funcionamento em outubro de 2010. “O gestor de saúde de Itaiópolis deve providenciar alvará operacional junto ao CREMESC, para o funcionamento da maternidade”, disse a parlamentar. Segundo um vereador, que participou do discurso da vereadora, a administração pública de Itaiópolis tinha conhecimento que a equipe para atuar na Maternidade não estava completa. “Será que alguém avisou a família que não tinha pediatra, que o médico não era obstetra, que não tinha anestesista”, complementou o vereador, que atua como servidor público junto ao Hospital Santo Antônio. De acordo com o vereador, no governo anterior, o MP havia fechado a Maternidade do hospital por falta de equipe completa de profissionais. “O secretário daquela época era Rodrigo Malat, o mesmo secretário de hoje, e porque ele cometeu o mesmo erro do passado?”, interrogou o vereador.
Nesse mesmo hospital de Itaiópolis houve flagrante de um jardineiro aplicando exames de eletrocardiograma em pacientes do SUS. Também, houve flagrante de uma ambulância, que deveria ser usada para transporte de pacientes, estar transportando repolhos. Ambos os casos repercutiram através da imprensa estadual.
