
A Resolução nº 414, de 09 de setembro de 2010, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), corta o subsídio de energia elétrica dos agricultores que não produzem alimentos. Com essa determinação, os agricultores que cultivam fumo, erva-mate, plantas ornamentais e flores, por exemplo, serão os maiores prejudicados. Santa Catarina é o segundo maior produtor de tabaco, em torno de 55 mil famílias que se dedicam a essa atividade serão atingidas e encontraram dificuldades de manutenção de suas propriedades pelos custos de produção. Atualmente, o produtor de fumo tem um custo médio de energia elétrica de R$ 339,00 por hectare e com o fim do subsídio o gasto passa para R$ 648,00/ha.
A floricultura, assim com a fumicultura, se destaca dentro dos segmentos da agricultura pela rentabilidade por unidade de área. Santa Catarina, já ocupa o terceiro lugar no ranking nacional na produção de flores e plantas ornamentais. Além disso, no estado 89,7% dos estabelecimentos rurais são de agricultores familiares e é certo de que eles não têm condições de suportar qualquer valor acima do que é praticado nos custos de produção, já bastante elevados. Se aplicada à condição de aumento da energia, será acentuado o êxodo dos agricultores, causando problemas sociais de alta escala.
Preocupados com a determinação da ANEEL, os sindicatos de trabalhadores rurais da região do planalto norte de SC, pediram a intervenção da FETAESC, junto ao governo estadual e a CELESC, para não aumentar o valor da energia elétrica no meio rural, disse Acir Veiga presidente do STR de Itaiópolis. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina – (FETAESC) encaminhou ofício à CELESC pedindo que o valor da energia elétrica não seja alterado para os agricultores familiares de Santa Catarina. Com o aumento do custo de energia, nossos fumicultores terão que desembolsar aproximadamente em média R$ 2.000,00 por safra, com a conta de luz. Sem contar ainda que o período usado de energia na fumicultura é de aproximadamente três meses, só que vão cobrar tarifas mais altas durante o ano todo, conclui o sindicalista Veiga.
