Câmara de Itaiópolis apóia reivindicações da Polícia Civil

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 27/11/2011 - 11h07

Vestindo camisetas pretas com o slogan “descaso do governo – salário da polícia civil é uma vergonha”, pelo menos 15 policiais civis de Itaiópolis e de Mafra, inclusive o delegado do município, Lauro Langer Júnior, participaram da última reunião do poder Legislativo de Itaiópolis, realizada na segunda, 21 de novembro.

A intenção dos policiais é pedir apoio do Legislativo, para que o governador do estado Catarinense atenda aos pleitos, de melhorias salariais, compactação de níveis, equipamentos de trabalhos novos e adequados, aumento de efetivo nas delegacias e aquisição de novas viaturas.

Os policiais civis receberam apoio da Câmara de Itaiópolis, através de moção de apoio, assinada por todos os parlamentares, que deverá ser encaminhada ao governador do Estado João Raimundo Colombo (PSD) e também ao secretário de estado da Segurança Pública. Na moção, os vereadores reconhecem a situação salarial dos policiais e pedem a sensibilização do governador. A Câmara manifestou apoio incondicional às reivindicações dos policiais e almeja que os pleitos da categoria sejam atendidos pelo governo.

Na tribuna livre, vários vereadores se pronunciaram e declararam apoio aos policiais, nessa busca justa de aumento salarial e melhores condições de trabalho.

O parlamentar falou que o governador Colombo assumiu a herança negativa, deixada pelo ex-governador, que em oito anos de mandato não fez nada pelos policiais civis. Para o vereador, o ex-governador, que hoje é senador é o maior culpado pelo quadro lastimável vivido pela policia civil do Estado.

O vereador aproveitou o espaço da tribuna livre e pediu atenção do poder Executivo na manutenção da estrada geral de Lomba do Meio, nas adjacências do Distrito de Itaió.

Policial usa tribuna do Legislativo e relata situação da categoria

Ao final da reunião do Legislativo, o presidente da Câmara, a pedido da vereadora Marlete Arbigaus abriu o microfone da tribuna da Casa, para Cléia Maria Andrzejevski Furukita, agente da polícia civil (PC) de Mafra.

Cléia disse que a PC vive um momento crítico no Estado, devido ao descaso do governo frente à instituição. A PC sofre há anos essa situação, segundo a agente. Ela explicou que a polícia civil tinha há 25 anos efetivo de 3.300 policiais e hoje são apenas 3.198. A agente disse que a população do Estado cresceu mais de 300% e os índices de criminalidade sobem a cada dia.

Conforme a agente, as mídias e as entidades da sociedade discutem sobre a segurança pública, mas pouco tem sido feito para o setor. A PC, segundo Cléia, queria oferecer mais a população catarinense, mas não consegue devido à estrutura precária que a instituição dispõe como viaturas sucateadas, veículos velhos, coletes a prova de balas vencidos há mais de cinco anos e sem possibilidade ou anuncio de reposição.

Cléia falou que o salário base da PC é de R$ 781,00, sendo menor do que o auxilio reclusão pago a um preso no Estado, que é de R$ 862,00. “Para se manter o policial civil precisa fazer por mês 40 horas extras, mais 90 horas de adicional noturno, com objetivo de complementar seu vencimento pequeno”, disse a agente Cléia.

Conforme Cléia, o Estado paga o que a PC chama de penduricalhos, que são abonos e indenizações, sobre os quais não incide décimo terceiro salário e férias e ainda, não são computados para fins de aposentadoria. Segundo a agente, hoje o policial civil se obriga a ficar na atividade, mesmo que tenha alcançado o tempo para aposentadoria. “Tem vários policiais civis com mais de 30 anos de carreira, mas que não se aposentam porque vão deixar de receber horas – extras, adicional noturno e auxilio alimentação” comenta a agente.

Segundo Cléia, todos os cargos da PC estão engajados nas reivindicações de melhores salários. A agente disse que no último dia 18 de novembro a PC esteve em assembleia geral em Florianópolis, com a participação de mais de 1.000 policiais do Estado. Cléia informou que as atividades foram retomadas nas Delegacias, mas a expectativa é de que haja um canal aberto de negociações com o governador.

A agente confirmou que a PC está recebendo apoio de várias casas Legislativas do Estado. Conforme Cléia, a PC espera que o governador Colombo não repita o descaso com a instituição, assim como fizeram seus antecessores. A PC pede para que os abonos e indenizações sejam transformados em subsídios, para que sejam considerados na aposentadoria. Os policiais pleiteiam também melhorias no plano de carreira, com a compactação de níveis, para beneficiar as promoções dos policiais e também melhores condições de trabalho.

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