Relatório das contas municipais muda e “torna mais úteis levantamentos feitos pelos auditoresâ€, avalia Ribas Jr.

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 23/12/2011 - 17h14

Os relatórios técnicos do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) sobre as contas/2010 dos 293 municípios trouxeram novidades com relação à forma de apresentação e ao conteúdo. Nesta quarta-feira (21/12), durante a última sessão ordinária do ano, o Pleno concluiu a apreciação de todos os processos, sugerindo, às Câmaras de Vereadores, a rejeição das contas de oito prefeituras. “O objetivo foi o de tornar melhor e mais úteis os levantamentos feitos pelos técnicos do Tribunal de Contasâ€, ressaltou o conselheiro Salomão Ribas Junior, corregedor-geral do TCE/SC.

Entre as mudanças estão a inclusão de gráficos com dados da despesa autorizada em relação à executada, do exercício em análise, e da evolução patrimonial e financeira, bem como da receita tributária em relação ao total das receitas correntes do município, do IPTU arrecadado e da cobrança da dívida ativa, dos últimos cinco anos. Os gráficos trazem uma comparação com as médias da região correspondente à associação da qual o município faz parte e de todas as cidades do Estado. Um quadro com despesa executada por função, também dos últimos cinco anos, além de informações sobre a população, história, o Ãndice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Produto Interno Bruto (PIB) são outras novidades do relatório.

“Os vereadores podem tirar desses dados caminhos para alocar melhor os recursos públicos próprios ou transferidosâ€, avalia Ribas Jr. “O mesmo vale para o prefeito e sua equipe quando da elaboração da proposta orçamentáriaâ€, acrescenta. Para o conselheiro, a contabilidade é uma ferramenta essencial na vida das organizações, mas é preciso extrair de seus demonstrativos dados e informações que realmente torne possível uma avaliação de resultados. “Os novos dados agregados ao relatório permitem não só a verificação da regularidade contábil, mas uma avaliação da eficiência e eficácia das ações administrativas no municípioâ€, diz.

Outra novidade, e que facilita o trabalho do técnico, é que o relatório já traz, automaticamente, restrições constatadas nas contas, como os casos de déficits — orçamentários e financeiros —, descumprimentos dos limites constitucionais com educação e saúde, entre outras. Antes, o técnico tinha que verificar quais eram e elencá-las uma a uma. “A partir de 2012, o tempo de elaboração dos relatórios vai diminuirâ€, espera o conselheiro, ao ressaltar que este foi o primeiro ano com a nova sistemática. Em 2011, devido a ajustes no sistema eletrônico que os técnicos utilizam na análise das contas, o primeiro processo relativo ao exercício de 2010 foi apreciado em 16 de novembro.

“Extrair do relatório técnico os dados e as informações que possam melhorar o parecer prévio é tarefa de cada membro do Plenário do Tribunalâ€, opina Ribas Jr., mostrando a importância de todas as etapas do trabalho de análise das contas, que inicia na área técnica, passa pelo Ministério Público de Contas, para emissão de parecer, e encerra com a votação pelo Pleno do voto do relator do processo.

Capítulo para os FIAs

O novo relatório contém um capítulo para quantificar os gastos e investimentos feitos com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente (FIAs) dos municípios, bem como expor dados comparativos da remuneração dos conselheiros tutelares da infância e adolescência em relação ao orçamento total dos FIAs. Além disso, traz informações sobre a existência ou não de plano de ação e sua aplicação. Segundo Geraldo Gomes, diretor da DMU, a inclusão deste assunto no relatório tem caráter orientativo. A regularidade dos atos será apreciada em futuro julgamento de PCA.

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