Moradores do COHAB Bom Jesus ameaçam protesto, caso pedidos não sejam atendidos pela Prefeitura

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 18/03/2012 - 17h02

Moradores do Conjunto Habitacional do bairro Bom Jesus (COHAB), em Itaiópolis, continuam reivindicando melhorias e reclamam falta de assistência básica as famílias, por parte do poder Executivo. No conjunto não existe posto de saúde, escola ou centro comunitário.

A principal rua de acesso ao aglomerado popular, a Henrique Becker, está completamente esburacada, com cascalho saliente e parte do revestimento asfáltico, já no inicio das casas está danificado. Apenas uma parte da via é pavimentada com asfalto, mas precisa de reforma. As demais ruelas são de saibro. Os moradores são obrigados a conviver com a poeira.

Falta em todo o conjunto, também, drenagem pluvial adequada. Pela inexistência de sarjetas e o entupimento da tubulação existente, quando chove algumas casas são invadidas por enxurrada (água e lama). Alguns bueiros estão sendo desentupidos pelos próprios moradores.

É o caso de dona Deolinda Angelina Mayeski, de 52 anos. Ela mora a 19 anos na Rua Francisco Schelbauer, no conjunto Habitacional. A mulher juntamente com outros moradores não agüenta mais o descaso e resolveram dar um basta na situação. Se necessário, os moradores sinalizaram um grande protesto com o bloqueio das principais ruas de acesso a COHAB. As famílias esperam ser atendidas, sem ter de apelar.

A batalha por melhorias e investimentos no Conjunto existe há anos. Os moradores pedem imediatamente três coisas, dentre elas: pavimentação em todas as ruas do COHAB, tubulação pluvial adequada e a construção de sarjetas (meio-fio), para impedir a entrada de água da chuva nas casas.

Segundo dona Deolinda, dois documentos de abaixo-assinado pedindo investimentos no bairro já foram encaminhados ao prefeito do município. Pelo menos 250 assinaturas foram coletadas.

Vivem no COHAB do Bom Jesus mais de 400 pessoas. São 126 casas populares. Para amenizar os problemas os próprios moradores efetuam pequenos reparos nas ruas do COHAB como, por exemplo, o tamponamento de buracos.

De acordo com dona Deolinda, o secretário de obras do município não deu atenção às reivindicações dos moradores do COHAB. Alguns deles reclamam que são marginalizados pelo poder Executivo. Algumas famílias ameaçam fazer uma mobilização, para chamar atenção do município. A comunidade, através de representantes e líderes, disse que vai contatar a grande imprensa estadual, para acompanhar a situação em que vivem os moradores do conjunto, caso os pedidos não sejam atendidos.

A reunião com os moradores aconteceu na casa de dona Deolinda e registrou a presença do presidente da Associação de Moradores do Conjunto, Antônio Vargas, de 38 anos.

O COHAB do bairro Bom Jesus dispõe apenas de um pré-escolar e de uma quadra de areia. O posto de saúde mais próximo do conjunto fica a quase três quilômetros de distância e a escola a mais de dois. Os moradores reclamam que são tratados como “favelados†pelo poder público.

Segundo dona Deolinda e o presidente da Associação de Moradores, o prefeito, o secretário de obras e o atual presidente do poder Legislativo depois das últimas eleições de 2008 não compareceram mais ao bairro. “Eles só lembram que a gente existe nas épocas de eleiçõesâ€, disse Deolinda.

O COHAB do bairro Bom Jesus foi construída há 24 anos. Desde a fundação até hoje não foram feitos investimentos. A infraestrutura do conjunto não avançou em nada.

De acordo com os moradores, apenas a quadra de areia recebeu reforma. No entanto, segundo informações, os alambrados (postes) que cercam a quadra terão de ser pintados pelos próprios moradores.

Não passa transporte escolar no conjunto e as crianças, geralmente menores de idade, tem de atravessar um matagal por um atalho, para apanhar o veículo do transporte escolar na Rua Odir Zanelatto, no bairro da Ãrea Verde. Cerca de 20 crianças enfrentam dia-a-dia a situação.

Seu Joaquim Evangelista, 72 anos, mora há 16 no conjunto habitacional disse que sua neta de apenas cinco anos vai todos os dias a pé para a escola Bom Jesus, que fica a mais de dois quilômetros do COHAB. Os pais temem que a vulnerabilidade das crianças seja alvo de pedófilos. Em geral, o COHAB Bom Jesus é ladeado por grandes áreas de mata e os estudantes cortam caminho por pequenos atalhos.

 

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01 comentário publicado
  1. exageros

    Todos tem direito a morar em local com boas condições de acesso, livre de água da chuva, etc. Mas o pessoal também exagera: chamar a imprensa estadual? O que deveriam fazer então aqueles que moram em beira de rio, sem banheiro, luz, esgoto?
    Escola a 2km de distância? O que diriam os estudantes antigamente quando não havia transporte escolar e faziam caminhos muito mais distantes a pé.
    Melhores condições sim, mas sem exageros né…

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