
Aconteceu no dia 19 de abril de 2012, no Salão da Igreja Luterana, em Itaiópolis, o 2º dia de Campo da Apicultura do Planalto Norte Catarinense. O evento teve inicio à s 9 horas e seguiu até à s 16 horas. No perÃodo da manhã, os apicultores puderam acompanhar palestras especificas e muita teoria sobre a atividade apÃcola na Região e no paÃs. Várias autoridades participaram da atividade, dentre elas, do governo estadual e municipal, o presidente da Federação das Associações de Apicultores do Estado Nésio Fernandes de Medeiros, Walter Miguel gerente do Parque Ecológico da cidade das Abelhas e coordenador Estadual do Projeto de Apicultura, sindicalistas, agentes financeiros – Banco do Brasil e Sicoob – e representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).
O foco central do dia de campo em Itaiópolis foi à reunião de apicultores do Planalto Norte do Estado para sensibilizá-los em função da mortalidade de abelhas e o ponto mais evidente do evento foi à palestra sobre Sanidade ApÃcola ministrada pelo professor Aroni Satler, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Na palestra, o professor utilizou lâminas (projetor multimÃdia) para mostrar aos apicultores a identificação das doenças, e principalmente os pontos que facilitam a identificação, ou seja, o “olho clÃnico†para as colméias. O professor Aroni fez vários comentários sobre as doenças das abelhas, das crias e das adultas e explicou sobre as doenças parasitárias, assim como as principais formas de identificação, de manejo e controle dessas “pragasâ€.
Ainda, durante a manhã, os apicultores assistiram a uma palestra sobre o trabalho de inspeção e sanidade apÃcola realizado pela CIDASC. Segundo o extensionista rural da Epagri de Itaiópolis, Enio Frederico Cesconeto, que é um dos técnicos da atividade apÃcola para o Planalto Norte, o papel da CIDASC é o controle sanitário da atividade apÃcola e a fiscalização do transporte e encaminhamento das colméias dentro da jurisdição do Estado Catarinense.
A Participação da Epagri, segundo Cesconeto, é mobilizar os apicultores e envolver todos os segmentos que mantém relações diretas e indiretas com a atividade apÃcola. “O papel de nós extensionistas da Epagri é fazer essas articulação entre os produtores, a CIDASC, a Prefeitura, Secretarias, Sindicatos, SENAR e agentes financeirosâ€, disse Enio.
Os agentes de crédito tem fundamental importância no processo de produção de mel e sanidade apÃcola, pois viabilizam recursos para a apicultura que podem ser utilizados na padronização das colméias, aquisição de equipamentos, de veÃculos, construção de casas de extração do mel, construção de entrepostos entre outros.
Segundo Enio Cesconeto, o dia de campo tem por princÃpios a motivação dos envolvidos, para que comecem a pensar sobre a sanidade apÃcola, que é um problema e pode comprometer toda a atividade. O técnico argumentou que ainda falta capacitação, orientação e manejo adequado.
Enio também disse que o primeiro dia de Campo da Apicultura do Planalto Norte, realizado em Itaiópolis em 2011 serviu para alertar o governo do Estado sobre a necessidade premente de extensão apÃcola. O apelo foi atendido e o governo do Estado já implantou projeto de extensão da Epagri para todo o Estado. São oito técnicos espalhados por regiões do Estado para assistência técnica aos apicultores.
Florada da tatarca serve como experimento de pastagem apÃcola
Tradicional produto da cultura Ucraniana e Polonesa, a tatarca, ou trigo mourisco, também é cultivado em Itaiópolis. Como a planta solta flores, em parceria com o produtor Davi Bossi, de Distrito de Itaió, o técnico Enio Cesconeto instalou no último dia 12 de março cinco colméias numa lavoura de 1,5 hectares de tatarca.
“Estamos observando as abelhas e o seu comportamento e se elas aproveitam bem o pólen. Esse pólen da flor da tatarca também foi coletado e será enviado para as universidades analisarem os seus elementos, ou seja, se eles são nutritivos para as abelhas. Alimentar o pólen alimenta, mas precisamos saber se ele é nutritivoâ€, explica Cesconeto.
Por ser um produto tradicional em Itaiópolis, a tatarca, pode ser plantada durante todo o verão, entre os meses de agosto a fevereiro. Durante a florada, a tatarca, além de produzir grãos o pólen serve de alimento para as abelhas e, consequentemente, alternativa de renda aos agricultores que poderá atrelar a cultura do trigo mourisco e a produção do mel. As abelhas servem também como agentes polinizadores e podem melhorar a produção da tatarca nas lavouras.
Apicultores realizam atividade prática no apiário “Broméliasâ€
No perÃodo da tarde, no dia 19, o grupo de apicultores seguiu para o apiário das Bromélias, para a realização de atividades práticas, ou seja, aplicação dos conhecimentos obtidos nas palestras teóricas. Os apicultores foram divididos em três grupos e durante as atividades práticas foram fazendo a rotação nos estandes.

O primeiro estande prático no apiário tratou das questões de sanidade apÃcola. O professor Aroni Satler demonstrou a prática e o manejo das colméias, a identificação de doenças e numa colméia sadia foi feito teste de comportamento higiênico. Esse tipo de comportamento das abelhas é transmitido pela genética, e possibilita a identificação e a retirada de abelhas doentes das colméias. Os apicultores foram orientados a trabalhar com as abelhas rainhas que tem esse comportamento e levando-as para outras colméias para também fazer a “higienizaçãoâ€.
Já em outro estande de trabalho prático os apicultores receberam orientações sobre o manejo. Na ocasião os técnicos demonstraram como fazer a limpeza e a desinfecção das colméias, e como instalar corretamente o apiário. Essas técnicas visam reduzir o sofrimento das abelhas com problemas de umidade, sombra, frio, que são fatores causadores da mortalidade das abelhas.
No terceiro estande – estação – de atividade prática os apicultores aprenderam a respeito do manejo de outono. Na estação foi apresentado o manejo denominado termo regulação. Isso quer dizer que as abelhas fazem esse tipo de trabalho internamente, mas, no entanto, o apicultor tem de ajudar como, por exemplo, reduzindo o espaço com redutor de alvado, retirando melgueiras e trazendo para casa para que no próximo ano elas produzam com a mesma cera. Todas as técnicas são simples, mas necessárias para que as abelhas não sofram com o frio do inverno.
