Intercalação de culturas traz bons resultados a agricultor

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 07/07/2012 - 10h23

Para aproveitar ao máximo a terra, agricultor cultiva feijão e girassol junto com tabaco

Aproveitar ao máximo a terra e realizar novos experimentos visando à auto-suficiência da propriedade. Esse foi o desafio da família Tyszka, que vive da agricultura. Ervino Tyszka, agricultor experiente, aos 67 anos contou um pouco a Gazeta de Itaiópolis sobre a experiência realizada em sua lavora de tabaco, na localidade de Rio Vermelho.

A lavoura de fumo, na verdade, pertence ao seu filho Elcio, de 39 anos, e ao neto Elton, 19 anos, que é técnico agrícola. De acordo com Ervino, Elcio plantou 25 mil pés de tabaco numa área de 1,5 hectares. Até aí, nenhuma novidade. Mas, conforme o agricultor, na lavoura, a cada 100 metros existe uma estrada que serve como divisão de área e também facilita a colheita.

A família Tyszka, para aproveitar ao máximo a terra cultivou feijão no meio da estrada, que faz a divisão das lavouras de fumo. A plantação de feijão não atrapalhou o fluxo do tratar e dos implementos. Segundo Ervino, na segunda colheita do tabaco o feijão já estava pronto para ser colhido também. Somente nesses pequenos espaços, que serviam até então apenas como estrada, seu Ervino colheu 4,5 sacas de feijão.

“Se todos os fumicultores de Itaiópolis fizessem isso é possível colher cerca de 20 mil sacas de feijão”, acredita Tyszka. O feijão foi plantado sem adubo. “Usei a cinza da própria estufa e os resíduos (restos) do fumo verde e seco para aplicar na terra onde foi plantado o feijão”, completou o agricultor.

Esse é uma das maneiras de se aproveitar completamente o ciclo produtivo, sem desperdícios. Outra novidade na lavoura de fumo da família Tyszka foi à intercalação de girassol com o tabaco. A idéia foi dividir a lavora, ou seja, de uma estrada até na outra equivale a 100 metros e as carreiras de girassol foram plantadas na metade, ou seja, a cada 50 metros.

Segundo Ervino, o objetivo de plantar girassol em forma de carreiras na lavoura de tabaco é atrair as pragas do tabaco, além de certificar a divisão das lavouras de 100 metros. “A vaquinha se concentra nas folhas do girassol e esquece o tabaco. Ela apenas consome as folhas do girassol, mas sem prejuízo as sementes”, explica Tyszka.

Ainda, para Ervino, a lavoura de tabaco fica mais bela com a presença dos girassóis. Ao todo, o agricultor colheu cerca de 1.500 cabeças de girassol. Pelo alto valor nutritivo as sementes do girassol são utilizadas pelo seu Ervino para alimentar as galinhas. “Separei as melhores sementes de girassol para plantar novamente na próxima safra”, disse o agricultor.

Elcio e Elton Tyszka são produtores de tabaco da Souza Cruz. Elton, além de técnico agrícola, também fez estágio na EMBRAPA de Canoinhas. O orientador da empresa para a área cultivada é Sergio Malinovski. Conforme Ervino, na lavoura foi feito teste com três variedades de feijão para observação dos mais produtivos e resistentes. Foram plantadas duas amostras da variedade preta e uma da vermelha.

Em nenhum momento o experimento da família com a intercalação do girassol na lavoura e do feijão na estrada atrapalhou a produção do tabaco. Pelo contrário. O agricultor produziu 220 gramas de fumo por planta.

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