
O aposentado Alcides Kaschel, 71 anos, vive na localidade de Poço Claro. Ele é conhecido dos moradores pela sua benevolência para com a sociedade. A Gazeta de Itaiópolis já o entrevistou por duas vezes. Em uma das ocasiões, o aposentado foi visto tapando buracos da estrada geral do Poço Claro. Usando uma pá e seus braços já enfraquecidos pelo peso da idade, o aposentado mostrou dedicação e preocupação com os usuários da via, pois a estrada encontrava-se esburacada. Ele não fez o trabalho para aparecer na mídia, mas por dedicação e vontade própria.
Numa segunda ocasião, nossa reportagem fez entrevista com Alcides sobre um passeio que ele fez de bicicleta. Apesar da idade, já avançada, com o passeio ele mostrou para a sociedade que é possível superar obstáculos quando se faz as coisas com amor. De bicicleta, ele saiu de Poço Claro e pedalou até algumas localidades do interior de Mafra. Foram mais de 100 quilômetros pedalando, em um único dia. Quando jovem Alcides fazia com freqüência esta quilometragem, pois usava sua bicicleta como meio de locomoção para comercializar “palhas” para cigarros – palheiros.
Na última quinta-feira, 29 de agosto, a reportagem da Gazeta de Itaiópolis foi procurada por Alcides. Ele nos convidou a conhecer uma das várias belezas do interior de Itaiópolis. Localizada em Rio Vermelho, a caverna conhecida como “Emídia do Miguel Kus” é um espetáculo da natureza.
A caverna fica distante dez quilômetros do centro da cidade. Hoje a propriedade pertence a Vilmar Kus. É possível chegar de carro até o portão da propriedade. A estrada é favorável, mas em dias de tempo bom. Depois de desembarcar do carro, são mais 800 metros de caminhada por uma bela pastagem repleta de árvores preservadas, muitas delas imbuias e pinheiros araucárias.
Mas próximo da caverna há um declive, mas é possível de descer a pé e em segurança. São apenas 40 metros de descida até a boca da caverna. A paisagem é bucólica. A “boca” da caverna deve de ter um diâmetro de seis metros aproximadamente. De profundidade são pelo menos cinco metros. Dentro da caverna foram colocadas imagens católicas.
Em frente à caverna há uma pequena queda de água. A água cristalina é potável e pode ser consumida. Seu Alcides usou uma latinha de cerveja como copo para matar a sede, bebendo a água que brota sobre a “boca” da caverna. O aposentado disse que há cinqüenta anos já ouvia de seu sogro a existência da caverna, mas nunca teve a oportunidade de conhecê-la.
Mas, no entanto, somente no último mês de março deste ano é que Alcides teve a curiosidade de conhecer a caverna “in loco”. O aposentado ficou empolgado com a beleza que viu e daí em diante resolveu divulgar a caverna, para que mais pessoas tenham a oportunidade e o prazer de conhecer o local.
“Acredito que essa caverna serviu de morada para os nossos antepassados, mas não posso precisar o período histórico”, disse.
Segundo Alcides, a esposa do proprietário Vilmar tem interesse em vender o sítio. Temendo a índole do novo dono, se é que seja realmente vendido, ele teme que a caverna seja destruída, ou que a visitação seja proibida.
O dono do terreno, Vilmar, disse que fica feliz com a visitação da caverna, não se importando com a circulação de pessoas em sua propriedade, mas pede que os visitantes não deixem porteiras abertas e não propiciem destruição da natureza.
