
Aconteceu na tarde desta quarta-feira (10) na Câmara de Vereadores de Rio Negrinho, o primeiro encontro de avicultores do planalto norte de Santa Catarina. O evento contou com a presença do prefeito de Rio Negrinho, secretários de agricultura e representantes da classe avicultora de São Bento do Sul, Corupá, Mafra, Jaraguá do Sul, Canoinhas, Bela Vista do Toldo e Itaiópolis, esta última inclusive é a cidade onde atualmente se encontra instalada a sede do abatedouro da empresa Tyson, principal integradora dos criadores de aves de toda a região.
Na reunião defendeu-se a ideia de buscar a união da categoria, para que desta forma possam ser buscadas as soluções para as reivindicações e problemas apontadas pelos avicultores. “Sabemos que as dificuldades envolvem os avicultores de toda região, portanto nada melhor que a criação de uma associação regional para ouvir todos os interessados e assim poder discutir estas reivindicações diretamente com as integradoras”, apontou os vereadores. “Sabemos que a situação atual é insustentável, que ninguém brincou ao montar um aviário, que a intenção era de ganhar dinheiro, assim como a empresa integradora também busca o lucro, mas vemos que os avicultores estão no vermelho”, frisou.
Promover e valorizar a categoria, fazer estudos e buscar soluções para o exercício da avicultura de uma forma sustentável, por isso convidamos para esse encontro também autoridades públicas de todas as cidades que possuem aviários, explicaram ainda que não se trata de uma retaliação as integradoras, mas sim a busca do equilíbrio entre avicultores e estas empresas. “Queremos que as integradoras ganhem dinheiro sim, mas que os avicultores também tenham condições dignas de trabalho, por isso queremos elencar as prioridades apontadas para posteriormente cobrar respostas”, completou o representante dos avicultores
Alterações nos contratos de integração e formalização de associação
A intenção é também discutir alterações nos contratos de integração, já que muitas reivindicações já chegaram até nós por parte dos avicultores. Entre os pedidos está a solicitação para que a empresa integradora forneça ração na quantidade requerida pelos integrados, mantenha atualizadas planilhas relativas à quantidade de pintos e ração consumida e que cumpra a legislação ambiental. Também durante a reunião foi discutido que se faça a revisão das clausulas dos contratos de financiamento entre integrados e integradoras, afim de que se possa reduzir ou eliminar o saldo devedor, modificar valores de parcelas, prazos e até mesmo o recebimento de valores já pagos. Ao término do encontro foi definido de comum acordo entre os presentes, a criação da associação que terá interinamente terá a frente Erikson Wantowski e contará com representantes de todos os municípios que possuem aviários. A associação em breve deverá agendar novos encontros para discutir seu estatuto. Na ocasião, participaram vários avicultores do município de Itaiópolis, além do secretário de Agricultura Luciano Cordeiro. Um produtor da localidade de Contagem Schadeck, em Itaiópolis, disse que em dois meses, que é o prazo de entrega de um lote de aves, teve R$ 300 de lucro. A granja dele tem capacidade de alojar 30 mil aves. Isso quer dizer que seu lucro por ave foi de R$ 0,01.
O encontro contou também com a participação de todos os secretários municipais de agricultura das cidades envolvidas e da Fetaesc, que contribuiu para expor a situação que os agricultores estão enfrentando.
Segundo o representante da Fetaesc, os produtores integrados da Tyson vêm acumulando prejuízos desde o ano passado e vários depoimentos feitos na reunião comprovaram o fato. Entre os agricultores é consenso que o preço recebido por frango terminado é muito baixo. O ideal para cobrir custos e amortizar o investimento no aviário seria de R$ 0,65 por frango. Em alguns casos foi pago apenas R$ 0,03 pelas aves. Um produtor de Itaiópolis chegou a receber apenas R$ 0,01 por frango no último lote.
Em outro caso, um integrado de Corupá, que tem um aviário de 1920 metros quadrados, recebe por lote a cada 60 dias menos de três mil reais e para sustentar a família o filho que ajudava no aviário teve que ir buscar emprego na cidade, pois o que vinha da granja não dava pra pagar a prestação no banco, o custo de luz e a lenha utilizada no aviário.
Os produtores integrados que produzem marrecos na região, para o frigorífico Vila Germânia, tem uma renda um pouco melhor, mas ainda assim, a empresa está com atraso no pagamento há vários meses.


Boa iniciativa… eh lamentável q isso esteja acontecendo, sou avicultor tmb e já sofri algo parecido… ja produzi para uma empresa e ja cheguei a levar 150 dias para receber… hj produzo para a SEARA, no momento a situação esta favorável, mas tmb já ouvi rumores q esta indo para o mesmo lado q a TYSON…eh preciso fazer algo sobre esse assunto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!