A Revolução dos Plebeus é política de leigo para leigos. Isso quer dizer que o autor não é cientista político nem sociólogo, não analisa a realidade política e social a partir da teoria, mas, pelo contrário, busca soluções práticas a partir de observação e experiência prática. Por isso, apesar de o assunto parecer maçante, não é um livro chato para ler.

Após analisar aspectos positivos e negativos da política e da sociedade brasileiras na atualidade, na visão de um cidadão comum, o autor conclui que, apesar das manifestações de junho, despolitização e falta de cidadania de nossa parte, a população, são os principais entraves para se alcançar uma sociedade mais feliz. Propõe, então, a criação de um voluntariado e de mecanismos práticos e acessíveis que promovam formação política e cidadania e estimulem a intervenção concreta dos cidadãos na organização da sociedade.

O adendo “SUS: Um Saco de Pancadas” analisa as polêmicas que envolvem o sistema público de saúde do país e os conflitos gerados pela implantação do Programa Mais Médicos.

Sobre o autor

O autor, Delmar Purper, é médico há 32 anos, generalista, sem especialização. Nasceu no município catarinense de Chapecó, na localidade que hoje é a cidade de Modelo. Já atuou como médico, nos estados de Rondônia, Santa Catarina, Tocantins, Minas Gerais e, por um breve período, no Amazonas, além de ter participado de ação voluntária de saúde no Amapá. Atualmente, reside e trabalha em Itaiópolis, norte de Santa Catarina.

No entendimento do autor, a ciência moderna, tanto a medicina quanto todos os outros ramos do conhecimento, afunila, inexoravelmente, para a superespecialização. Nossos cientistas e intelectuais sabem cada vez mais a respeito de cada vez menos. Na sociedade, predominam o tecnicismo, a competição e a desinformação, que desumanizam as relações entre as pessoas. Cria-se um vácuo entre a vanguarda do conhecimento e o cidadão comum, por um lado, e, por outro, entre as estruturas de poder e o povo.

Em conseqüência disso o cidadão é, cada vez mais, relegado à condição de vassalo manipulável e manipulado. Por isso, o autor declara-se, orgulhosamente, especialista em coisa alguma, e procura atuar, como médico e como cidadão, nesse vácuo, fazendo a ligação entre os dois pólos e estimulando “A Revolução dos Plebeus”.