Onda de roubos preocupa fumicultores do planalto norte catarinense

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 05/05/2014 - 20h34

Devido ao grande número de roubos sofridos por fumicultores na região, incluindo todos os municípios do Planalto Norte, a Gazeta foi procurada para relatar essa prática criminosa que vem assolando os produtores de fumo.

A reportagem foi baseada em uma análise sistêmica feita por um pesquisador, que há tempos estuda o caso dos furtos entre os fumicultores. Foram ouvidos vários produtores de fumo durante um período de tempo, e o que pôde-se perceber segundo o pesquisador, é que as próprias empresas processadoras do tabaco, por adotarem determinadas práticas de compra, acabam por contribuir com estes furtos.

Segundo informações do pesquisador, a partir de relato de produtores de fumo, existe um canal de compra, a partir de atravessadores, que são compradores contatados pelas indústrias e negociam fumo diretamente com produtores sem o certificado de origem, isto é, sem Nota Fiscal de Produtor e revendem para as Companhias Indústrias Processadoras do Tabaco.

O problema é que esses atravessadores fazem contratos com as Companhias para entregar determinada quantidade de Fumo, e compram diretamente dos produtores sem nota fiscal, prática que é ilegal, e contribui para furtos.

Conforme a pesquisa, os roubos existem porque o ladrão tem certeza que vai conseguir vender por um bom preço para esses atravessadores que compram, geralmente pagam à vista, dinheiro em espécie, um valor pouco menor que as Companhias, entretanto não exigem nota fiscal.

O pesquisador lamenta o interesse das autoridades com relação à este assunto, ele conta que os fumicultores fazem o B.O, são poucos os que conseguiram recuperar o produto roubado. “Triste é a expressão dos produtores furtados, saber que o trabalho de um ano inteiro foi levado por quadrilhas que invadiram sua propriedade furaram maior parte de sua produção”, relata.

Diz o pesquisador que o Sindicato ainda não se manifestou referente ao assunto, mas que poderia mudar esse cenário, talvez através de uma ação coletiva contra as Companhias que utilizam esse canal de compra a partir destes atravessadores, reunir todos os produtores furtados e exigir dessas Companhias danos morais, materiais, ressarcimento de todo o prejuízo. E principalmente eliminação desse canal ilegal de compra a partir de picaretas. Adotar um modelo de integração e realizar compra exclusivamente de produtores cadastrados nas indústrias processadoras de tabaco. Adquirir apenas de acordo com as estimativas de produção realizada pelos técnicos que acompanham todas as etapas do processo produtivo.

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01 comentário publicado
  1. marta aparecida arendartchuk

    eu não acho que as companhias devem deixar de comprar fumo dos picaretas porque não teria concorrência e as firmas iriam se aproveitar em nós produtores pois eles também vendem com notas e pagam seus impostos como nós . isso não é desculpa para a falta de segurança no campo.

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